Ventura quer saída da administração da TAP, Costa diz que é necessário estabilidade

Durante o debate na Assembleia da República sobre política geral, a TAP foi uma dos temas abordados por André Ventura, que acusou a companhia aérea de mentir “ao regulador financeiro na comunicação que fez dizendo que a ex-secretária de Estado saiu por vontade própria”.

Entre as críticas à atuação da administração da empresa, o líder do CHEGA referiu que “a indemnização foi paga sem autorização do Ministério das Finanças”, que “há cheques de 450 euros pagos a diretores para se deslocarem” e que são gastos “1,2 milhões de euros por mês por aviões avariados”.

“A responsabilidade da TAP é sua e do seu Governo”, defendeu, questionando o primeiro-ministro “como é que mantém a confiança nesta administração”.

“Como mantém a confiança numa administração que mente ao regulador, que mente aos portugueses, que mente ao seu ministro das Finanças, que mente a si e que é uma vergonha para nós todos, a sugar-nos dinheiro atrás de dinheiro, dos nossos impostos?”, continuou.

André Ventura defendeu que “é tempo” de pôr “a administração da TAP onde ela deve estar, na rua”.

Na resposta, o primeiro-ministro disse que esta é uma “fase do processo de alienação total ou parcial da participação do Estado na TAP que é particularmente importante e, portanto, é útil e necessário que a empresa tenha a maior estabilidade possível”.

“São conhecidas as razões pelas quais houve a intervenção na TAP, e eu acho que a função do acionista Estado relativamente à administração não é substituir-se à administração nos atos da gestão do dia a dia, é avaliar resultados. Brevemente teremos as contas relativas ao ano passado, está a decorrer este processo e relativamente a atos de gestão isolados que possam ser danosos do interesse público ou que seja violadores das leis, há mecanismos próprios para agir relativamente a esses”, defendeu.

António Costa apontou também que “se a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários considera que houve uma violação das obrigações para com a entidade, tem as formas de agir consequentemente”.

“Se houve alguma ilegalidade, quer o senhor ministro das Finanças, quer o senhor anterior ministro das Infraestruturas e Habitação, determinaram à Inspeção-geral de Finanças que houvesse uma auditoria de legalidade à gestão da TAP”, disse.

Quanto à comissão de inquérito que vai decorrer no parlamento (proposta do BE que o PS vai viabilizar), o primeiro-ministro considerou que “são as instituições a funcionarem normalmente”.

Últimas de Política Nacional

A campanha do CHEGA viveu hoje um novo momento de tensão entre a comitiva e elementos da comunidade cigana, em Viana do Castelo, pelo terceiro dia consecutivo, com troca de insultos de parte a parte.
O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa recusou o pedido de Luís Montenegro para a retirada dos cartazes do CHEGA em que o primeiro-ministro aparece ao lado do ex-chefe do Governo socialista José Sócrates associado ao tema da corrupção.
O cabeça de lista do CHEGA pelo círculo de Braga, Filipe Melo, criticou hoje os "partidos híbridos, que ninguém percebe o que são", e disse querer "acabar com o socialismo" e eleger mais deputados pelo distrito.
O presidente do CHEGA, André Ventura, afirmou hoje que o seu partido "nunca será muleta de ninguém" e acusou BE e IL de prometerem rejuvenescimento, mas terem ido buscar os seus candidatos "ao mesmo baú de sempre".
O presidente do CHEGA, André Ventura, disse hoje esperar que o novo Papa seja "um sinal de esperança" e de reforma e considerou que Leão XIV pode seguir os passos de Francisco numas causas, mas diferenciar-se noutras.
O líder do CHEGA foi recebido em Braga com um novo protesto de elementos da comunidade cigana, cerca de 20 pessoas que cuspiram e acusaram André Ventura e os elementos do partido de serem "fascistas e racistas".
O presidente do CHEGA fez hoje um apelo direto ao voto e pediu aos eleitores que não fiquem em casa no dia 18 de maio, afirmando que o partido tem “uma oportunidade histórica” de vencer as eleições legislativas.
Um grupo de pessoas de etnia cigana acusou hoje o líder do CHEGA de ser racista, com André Ventura a responder que "têm de trabalhar" e "cumprir regras".
André Ventura foi dos primeiros políticos a comentar nas redes sociais o "apagão" elétrico de 28 de abril e as suas publicações atingiram mais de 940 mil visualizações.
Investigadores do MediaLab do ISCTE consideram que a “ausência de comunicação institucional eficaz” por parte do Governo contribuiu para a especulação e para a difusão de desinformação relativamente às causas do apagão.