Von der Leyen pede que Albuquerque “desbloqueie investimento” para UE

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pede que a comissária nomeada por Portugal, Maria Luís Albuquerque, use a sua experiência para, na pasta dos Serviços Financeiros, "desbloquear montante substancial de investimento" para União Europeia (UE).

© Facebook/comissão europeia

Na carta de missão enviada por Ursula von der Leyen a Maria Luís Albuquerque – divulgada à imprensa após o anúncio da atribuição à comissária portuguesa da pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e do Investimento -, lê-se então que a sua tarefa “consiste em desbloquear o montante substancial de investimento privado necessário enquanto se salvaguarda também a estabilidade financeira”.

Ao mesmo tempo, a antiga ministra portuguesa das Finanças terá de, no novo colégio de comissários, “garantir um melhor acesso ao financiamento por parte das empresas da UE e criar melhores oportunidades para os cidadãos melhorarem a sua própria segurança financeira, em linha com a ambição de esta ser uma Comissão de Investimento”.

“Para atingir os nossos objetivos, a Europa tem de desbloquear o financiamento necessário para a transição ecológica, digital e social. Temos de ser mais ambiciosos na resolução do problema da falta de capital privado e dos nossos mercados ainda demasiado superficiais”, argumenta Von der Leyen.

Entre as medidas específicas pedidas a Maria Luís Albuquerque – cuja nomeação oficial ainda requer aval parlamentar – está a de criar uma União Europeia da Poupança e do Investimento, “incluindo os mercados bancários e de capitais, a fim de tirar partido da enorme riqueza da poupança privada”.

Os pedidos passam, também, por analisar o potencial dos regimes de pensões privados e profissionais para aumentar as poupanças, rever o quadro regulamentar para expansão de ‘startup’, fomentar o financiamento em projetos de combate às alterações climáticas, assegurar acesso a capital de risco, melhorar a supervisão e avançar com um sistema europeu de garantia de depósitos.

Acrescem outras iniciativas como a aposta na titularização, a inclusão de outro tipo de instituições financeiras não tradicionais, a promoção da literacia financeira, a inclusão da inteligência artificial e, ainda, o reforço do papel internacional da União na luta contra a criminalidade financeira.

Esta manhã, à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu na cidade francesa de Estrasburgo, Von der Leyen anunciou então que, no seu colégio de comissários no próximo ciclo institucional (2024-2029), Maria Luís Albuquerque será a comissária europeia para os Serviços Financeiros e União da Poupança e Investimento, o que a seu ver “será vital para completar a União do Mercado de Capitais e para garantir que o investimento privado potencia a […] produtividade e inovação”.

A antiga governante portuguesa é uma das 11 mulheres entre 27 nomes (uma quota de 40% para mulheres e de 60% de homens), num executivo comunitário virado para a competitividade comunitária.

Dados do Banco Central Europeu (BCE) indicam que, todos os anos, a UE perde 470 mil milhões de euros de investimento que não é feito na União Europeia devido à falta de uma União dos Mercados de Capitais.

Isto num contexto em que, após a pandemia de covid-19, a UE dispõe hoje de 33 biliões de euros em poupanças privadas, predominantemente detidas em moeda e depósitos.

É este contexto que Von der Leyen quer alterar, nomeadamente após os relatórios sobre competitividade da economia europeia elaborados pelos antigos primeiros-ministros italianos Enrico Letta e Mario Draghi terem defendido uma União da Poupança e do Investimento para não só manter as poupanças privadas na UE, mas também atrair recursos adicionais do estrangeiro.

Últimas de Economia

Os deputados aprovaram hoje uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) prevendo que os jovens que entregam a declaração de IRS em conjunto com os pais sejam elegíveis para o prémio salarial.
A descida do IVA dos bilhetes das touradas de 23% para 6%, foi hoje aprovada no parlamento, nas votações do Orçamento do Estado para 2025.
O corte das pensões por via do fator de sustentabilidade, aplicado a algumas reformas antecipadas, deverá ser de 16,9% em 2025, aumentando face aos 15,8% deste ano, segundo cálculos da Lusa com base em dados do INE.
A idade da reforma deverá subir para os 66 anos e nove meses em 2026, um aumento de dois meses face ao valor que será praticado em 2025, segundo os cálculos com base nos dados provisórios divulgados hoje pelo INE.
Apenas 3% do pescado consumido em Portugal tem um selo de sustentabilidade, o que representa mais de 16.000 toneladas, num total de 445 produtos e 72 empresas com certificação ativa, mas a sardinha pode impulsionar estes números.
A Associação Nacional dos Intermediários de Crédito Autorizado (ANICA) alertou para a confusão entre comissões cobradas pelos serviços dos bancos e as relativas a entidades terceiras, avisando para repercussões devido a alterações na amortização antecipada de crédito à habitação.
A saúde foi a área do Setor Empresarial do Estado (SEE) que mais prejuízos acumulou em 2023, num total 993 milhões de euros, o equivalente 76% do resultado líquido negativo do SEE daquele ano, segundo um relatório do CFP.
Um estudo divulgado pela DECO PROTESTE revela uma disparidade no valor pago pela água entre concelhos, que pode atingir os 650 euros.
As taxas de juro altas têm afetado a qualidade da carteira de crédito dos bancos, mas o "ambiente macroeconómico benigno" permitiu conter o aumento de novos incumprimentos, referiu hoje o Banco de Portugal (BdP).
A Câmara do Porto anunciou hoje que o novo valor da Taxa Municipal Turística, que passa de dois para três euros, por pessoa, vai começar a ser aplicado a partir de domingo, 01 de dezembro.