Há relatos de pessoas a morrer nas urgências após mais de 10 horas à espera, pelo menos 11 pessoas morreram por alegada falta de assistência, durante a greve dos trabalhadores do INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica e, na manhã desta quinta-feira, doentes esperaram nas urgências cerca de 18 horas, no total, para serem atendidos. Mas para o PSD, “ninguém morre por falta de saúde”.
Durante a apresentação da iniciativa legislativa sobre o acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) aos estrangeiros, feita esta quinta-feira, Miguel Guimarães vincou que em Portugal, os doentes não morrem por não serem socorridos a tempo.
No entanto, em novembro, por exemplo, um homem, com 66 anos, foi encontrado morto na urgência da Unidade Local de Saúde de Coimbra, após ter ficado à espera cerca de 12 horas. Outro exemplo data 17 de maio, quando um homem de 57 anos morreu na urgência do Hospital de Santa Luzia, cerca de sete horas depois de lhe ter sido atribuída pulseira verde na triagem.
Quanto ao caos sentido no INEM, os nove dias de greve às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar e as falhas no socorro resultaram em pelo menos 11 mortes e motivaram sete inquéritos no Ministério Público, um dos quais já arquivado.
18 horas à espera para ser atendido nas urgências
Os doentes urgentes esperaram quase 9 horas para serem atendidos, no Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, na manhã desta quinta-feira. Os menos urgentes esperaram menos de uma hora. Já no Hospital Fernando Fonseca, na Amadora, os doentes urgentes aguardaram cerca de 6 horas e meia e quem tinha pulseira verde esperou 9 horas e 24 minutos. Segundo a TVI, no arranque desta semana, o cenário foi pior com utentes a esperar de um dia para o outro para serem visto.
Vários hospitais têm aderido ao projeto ‘Ligue antes, salve vidas’, o que significa que passam a receber utentes que ligaram antes para a linha 112 ou para o SNS 24 e foram encaminhados para o local adequado ao problema de saúde.
Com a chegada do frio, as infeções respiratórias têm levado muitas pessoas às urgências, causando mais pressão nos hospitais, sendo que a falta de médicos está também a provocar maior demora no atendimento e durante o Natal, com as férias dos profissionais de saúde, poderá piorar.