No próximo dia 18 de maio, os portugueses serão chamados a ir às urnas para eleger um novo parlamento, do qual resultará o novo governo da República Portuguesa. Estas serão as quartas eleições legislativas desde 2019, tendo as últimas ocorrido a 10 de março de 2024. Este clima de instabilidade política é da responsabilidade dos partidos que, alternadamente, têm governado o país nos últimos 50 anos. PS, PSD e CDS, nomeadamente, sem esquecer que PCP, BE e os verdes foram a muleta da chamada geringonça entre 2016 e 2019.
Em 2022, os portugueses concederam mesmo uma significativa maioria absoluta ao Partido Socialista e a António Costa, na esperança de garantir estabilidade governativa. No entanto, essa maioria foi rapidamente desperdiçada, acompanhando o ritmo alarmante dos escândalos de corrupção, de tráfico de influências e de interesses obscuros que foram sendo noticiados nos meios de comunicação social. O governo de Costa sofreu sucessivas remodelações até que a própria queda do primeiro-ministro se tornou inevitável. O caso mais emblemático foi a descoberta de vários maços de 75 mil euros no escritório do seu chefe de gabinete, Vítor Escária, dentro da residência oficial do primeiro-ministro. Esse facto ditou a queda do governo, que já vinha a desmoronar-se por si só. Por outro lado, potenciou a ida de Costa meses mais tarde para a presidência do conselho europeu, coincidências portuguesas!
Com a desiludida perceção de que a estabilidade política prometida não foi cumprida, os portugueses fragmentaram o parlamento nas eleições de 2024. Ainda assim, deram uma ampla maioria à direita portuguesa. Apesar disso, o então primeiro-ministro, Luís Montenegro, rejeitou repetidamente qualquer possibilidade de acordo que envolvesse o partido Chega. O resultado foi um governo minoritário, sustentado por uma coligação entre PSD, CDS e PPM (este sem representação parlamentar), que venceu as eleições por apenas 50 mil votos. Contudo, recusou-se a negociar com o Chega, que obteve mais de 18% dos votos, correspondendo a mais de um milhão e cem mil eleitores e a um grupo parlamentar de 50 deputados. Assim, o governo de Montenegro optou por ignorar a terceira maior força política do país, marginalizando-a de qualquer decisão relevante.
Tal como o governo de Costa, este também não esteve isento de polémicas e escândalos. O epílogo surgiu com a exposição do próprio primeiro-ministro num caso de conflito de interesses, que envolveu a sua própria família e foi, no mínimo, eticamente questionável. A lei é clara ao proibir um chefe de governo de estar envolvido nestas situações. Consequentemente, o governo caiu, numa queda previsível e, mais uma vez, de responsabilidade própria.
Agora, cabe novamente aos portugueses decidir. Depois de uma maioria absoluta desperdiçada e de um parlamento fragmentado, em que se esperava que houvesse mais diálogo e negociação, o caminho escolhido pelo governo falhou em respeitar esse princípio. A falta de compromisso e de visão política resultou numa nova crise e, consequentemente, num novo ato eleitoral.
Mas não são apenas os problemas políticos e de governabilidade que afetam o país. É evidente que Portugal está a perder a sua identidade, sendo diariamente descaracterizado. Os sinais disto chegam-nos através da televisão, dos jornais e das próprias ruas das nossas cidades. Lisboa, uma capital de uma nação com uma história riquíssima e com as fronteiras mais antigas da Europa, encontra-se invadida por uma imigração descontrolada, comum um pouco a todo o país numa escala naturalmente diferente, são centenas de pessoas a passarem-se por supostos guias, a darem informações de caráter histórico completamente erradas, por exemplo, envergonhando-nos a nós e aos nossos antepassados, com a agravante de muitos nem dominarem o básico da língua portuguesa, mas ainda assim permitem-lhes estarem neste tipo de serviços, manchando a imagem de um país que se quer na linha da frente em relação ao turismo.
A criminalidade é o que sabemos, as armas andam na rua tipo rebuçados e não vale a pena os mesmos de sempre virem dizer que são perceções erradas porque não o são, são antes realidades de quem diariamente na rua, no trabalho, nos transportes lida com este crescente de medo e insegurança.
A crise habitacional também é um tema que não pode ser ignorado. Jovens portugueses vêm-se obrigados a emigrar, pois os preços das casas são incomportáveis para a maioria dos cidadãos. O mercado de arrendamento está saturado e desregulado, e as soluções propostas pelos sucessivos governos têm-se revelado ineficazes. Urge dotar o país com políticas reais que ultrapassem este problema, passando por incentivos ao arrendamento controlado e benefícios fiscais capazes de seduzir tanto arrendatários como proprietários.
Por tudo isto, é imperativo que os portugueses saiam de casa no próximo dia 18 de maio e votem com consciência e responsabilidade. Portugal merece mais e cabe-nos a nós decidir que futuro queremos.
O destino do país está nas nossas mãos. Cabe a cada um de nós fazer Portugal.