Zelensky está pronto para negociar com Moscovo depois de trégua

O Presidente ucraniano disse hoje esperar que a Rússia se comprometa com um cessar-fogo de 30 dias a partir de segunda-feira e que Kiev "está pronta" para conversações diretas com Moscovo, tal como proposto pelo líder russo.

© Facebook de Volodymyr Zelensky

“Não faz sentido continuar a matança, mesmo que seja por apenas um dia. Esperamos que a Rússia confirme um cessar-fogo completo, duradouro e fiável a partir de amanhã [segunda-feira], 12 de maio, e a Ucrânia estará pronta para reunir”, afirmou Volodymyr Zelensky nas redes sociais.

O Presidente ucraniano disse ainda ver como um “sinal positivo” que a Rússia comece a considerar o fim da guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.

“O mundo inteiro está à espera disto há muito tempo. E o primeiro passo para acabar verdadeiramente com uma guerra é um cessar-fogo”, acrescentou.

O chefe de Estado russo, Vladimir Putin, propôs hoje negociações “diretas e sem condições prévias” entre a Rússia e a Ucrânia a partir de quinta-feira, em Istambul, adiando para essas conversações qualquer possibilidade de introduzir um cessar-fogo de 30 dias exigido pelos aliados de Kiev.

O Presidente russo não excluiu a hipótese de um cessar-fogo ser discutido nas conversações com Kiev, mas sublinhou que essas discussões devem centrar-se nas “causas profundas do conflito”.

A Ucrânia e os aliados europeus lançaram um ultimato à Rússia, no sábado, para aceitar um cessar-fogo “completo e incondicional” de 30 dias, a partir de segunda-feira, sob pena de Moscovo enfrentar novas “sanções maciças”.

Sem se referir diretamente a esta proposta, Putin criticou os europeus por tratarem a Rússia “de forma rude e com ultimatos” e afirmou que a instauração de uma trégua devia fazer parte de discussões mais amplas e diretas sobre o conflito que se arrasta há mais de três anos.

“A Rússia está pronta para negociações sem condições prévias. Propomos que comecem na próxima quinta-feira, 15 de maio, em Istambul”, afirmou Putin, em declarações à imprensa no Kremlin, precisando que falará nas próximas horas com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Moscovo tinha justificado o lançamento da ofensiva em fevereiro de 2022 com a vontade de “desnazificar” a Ucrânia, opondo-se à aproximação de Kiev ao Ocidente e ao reforço da NATO junto às fronteiras russas.

As forças russas ocupam atualmente cerca de 20% do território ucraniano.

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