“E o CHEGA varreu o Bloco de Esquerda com uma pinta”. “O sorriso de satisfação no rosto de André Ventura, Presidente do CHEGA e agora líder da oposição, era notório após o fecho das urnas no passado domingo. “Podemos assegurar ao país algo que não acontecia desde 25 de Abril de 1974. O CHEGA superou o partido de Mário Soares, de António Guterres e matou o partido de Álvaro Cunhal”, vincou André Ventura, no seu discurso, enaltecendo o facto de o CHEGA se ter tornado nestas eleições o segundo maior partido de Portugal ao contrário do que indicavam as sondagens das últimas semanas. “Hoje podemos declarar oficialmente e com segurança que acabou o bipartidarismo em Portugal”, salientou, prometendo que “nada ficará como dantes em Portugal a partir do dia de hoje [18 de maio]”.
A Esquerda perdeu votos e alcançou o pior resultado de sempre desde que se realizaram as primeiras eleições livres em Portugal. O Partido Socialista caiu de 78 deputados para 58, levando ao pedido de demissão de Pedro Nuno Santos, o PCP perdeu um deputado e o Bloco de Esquerda elegeu apenas Mariana Mortágua. Feitas as contas, isto significa menos um milhão de votos nestas forças políticas face a há um ano, representando agora apenas 30% dos 230 deputados, segundo o Jornal de Notícias. O PS nivelou com o CHEGA e elegeu apenas 58 mandatos – menos 20 do que em 2024, sendo necessário recuar até às eleições de 1985, quando a Assembleia da República ainda tinha 250 deputados, para encontrar um resultado pior.
“Varremos o mapa do país com uma votação histórica em todo o lado”, disse André Ventura. “O CHEGA não é do Sul nem do Centro. O CHEGA é o futuro do Governo em Portugal”, acrescentou.
Nesta linha, o Presidente do CHEGA afirmou que “há uma azia muito grande” nas televisões e nos jornais, lamentando que o problema de saúde que sofreu na reta final da campanha tenha sido “desvalorizado”. “Apesar de toda a mentira e de todos os ataques, de chegarem ao ponto de desvalorizar a saúde de alguém e o seu sofrimento, quero dizer que não vencemos contra ninguém nem vamos atrás de ninguém.
Nós fizemos e vencemos pelos portugueses, e é para eles que vamos trabalhar nos próximos anos”, declarou.
Numa altura em que ainda faltam atribuir quatro mandatos dos círculos da emigração, nem o melhor cenário evitaria o pior resultado desde 1975 para a Esquerda.
“Os portugueses sabem que o CHEGA sempre foi e lutou por ser um garante de estabilidade, sem ceder um milímetro. O CHEGA sempre foi um partido responsável e tornou-se um partido de poder e de governo por mérito próprio e vai honrar essa tradição”, concluiu.