Comissão Europeia propõe alocar 131 mil milhões para apoiar investimento em defesa e segurança

A Comissão Europeia propôs hoje alocar 131 mil milhões de euros a investimento em defesa, segurança e espaço, um financiamento cinco vezes superior ao atual, no âmbito do novo orçamento da União Europeia (UE) a longo prazo.

© D.R.

“O orçamento de longo prazo ajudará a construir uma União Europeia da Defesa, capaz de se proteger, de se manter ligada e de atuar rapidamente sempre que necessário. A vertente defesa e espaço do Fundo Europeu para a Competitividade afetará 131 mil milhões de euros para apoiar o investimento na defesa, na segurança e no espaço, o que representa um financiamento cinco vezes superior a nível da UE em comparação com o Quadro Financeiro Plurianual [QFP] anterior”, indica o executivo comunitário na informação hoje divulgada em Bruxelas.

No dia em que apresenta em Bruxelas a proposta de QFP para 2028 a 2034, a instituição indica na proposta que “os Estados-membros e as regiões terão a possibilidade de apoiar, numa base voluntária e de acordo com as necessidades e prioridades regionais, projetos relacionados com a defesa nos seus planos de parceria nacionais e regionais”.

“A vertente de mobilidade militar do Mecanismo Interligar a Europa será multiplicada por 10 e apoiará os investimentos em infraestruturas de dupla utilização, a par dos investimentos civis, e contribuirá para um importante impulso à cibersegurança, às infraestruturas e ao desenvolvimento da defesa em geral”, é indicado.

No âmbito deste mesmo mecanismo, para reforçar a segurança energética, serão financiados projetos transfronteiriços nos domínios da energia e dos transportes.

Relativamente à Ucrânia, que foi invadida pela Rússia em fevereiro de 2022, a proposta refere que podem ser mobilizados 100 mil milhões de euros no período 2028-2034.

“O apoio à Ucrânia beneficiará de um certo grau de flexibilidade, dada a magnitude e a imprevisibilidade das necessidades. O apoio a operações com aspetos militares continuará a ser abrangido pelo Mecanismo Europeu de Apoio à Paz”, especifica-se.

O novo orçamento prevê igualmente um aumento do financiamento para a gestão da migração, a fim de reforçar as fronteiras externas da UE e aumentar a segurança interna, afetando 34 mil milhões de euros, o que triplica o financiamento do QFP anterior.

Após várias horas de negociações entre os comissários europeus, foi apresentado em Bruxelas o primeiro pacote de proposta sobre o próximo QFP 2028-2034, com um envelope total de dois biliões de euros em autorizações (a preços correntes), assente em contribuições nacionais (com base no rendimento bruto nacional) de 1,26%.

Além destas contribuições nacionais, as novas receitas (recursos próprios) agora propostas pela Comissão Europeia abrangem um imposto especial sobre o consumo de tabaco, um recurso empresarial para a Europa (CORE) e impostos sobre os resíduos eletrónicos e o comércio eletrónico.

Estima-se que, em conjunto, estes novos recursos próprios e outros elementos do pacote de recursos próprios hoje apresentados gerem receitas de aproximadamente 58,5 mil milhões de euros por ano (a preços correntes).

O atual orçamento da UE a longo prazo (2021-2027) é de 1,21 biliões de euros (o que inclui cerca de 800 mil milhões de euros a preços correntes do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, que financia os PRR), envolvendo contribuições nacionais de 1,1%.

A proposta prevê uma simplificação do orçamento da UE a longo prazo, que passa a incluir 16 programas em vez de 52, dividindo-se em 865 mil milhões de euros em planos de parceria nacionais e regionais (nos quais estão os fundos estruturais agrícolas e de coesão) e em 410 mil milhões de euros para o novo Fundo Europeu para a Competitividade (incluindo o Horizonte Europa e o Fundo de Inovação).

Acrescem 200 mil milhões de euros para a ação externa da UE, 49 mil milhões de euros para o Erasmus+ & AgoraEU e 292 mil milhões de euros para o restante.

Últimas de Economia

O valor médio para arrendar um quarto em Lisboa ou no Porto ultrapassa metade do salário mínimo nacional. Perante a escalada dos preços e orçamentos familiares cada vez mais apertados, multiplicam-se as soluções alternativas de pousadas a conventos, para quem procura um teto a preços mais acessíveis.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que Portugal deve optar por reduzir as isenções fiscais e melhorar a eficiência da despesa pública para manter o equilíbrio orçamental em 2026, devido ao impacto das descidas do IRS e IRC.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai pedir um reforço em 250 milhões de euros da garantia pública a que pode aceder para crédito à habitação para jovens, disse hoje o presidente executivo em conferência de imprensa.
O índice de preços dos óleos vegetais da FAO foi o único a registar um aumento em outubro, contrariando a tendência de descida generalizada nos mercados internacionais de bens alimentares. O indicador subiu 0,9% face a setembro, atingindo o nível mais elevado desde julho de 2022, segundo o relatório mensal divulgado pela organização.
Apesar de o número total de empresas criadas em Portugal até setembro ter aumentado 3,7% face ao mesmo período de 2024, mais 1.636 novas constituições, atingindo o valor mais elevado dos últimos 20 anos, os dados do Barómetro da Informa D&B revelam sinais de desaceleração em vários setores e regiões do país.
Os custos de construção de habitação nova aumentaram 4,8% em setembro, face ao mesmo mês de 2024, com a mão-de-obra a subir 8,8% e os materiais 1,4%, segundo dados do INE hoje divulgados.
A ministra do Trabalho afirmou hoje, no parlamento, que as pensões mais baixas deverão ter um aumento de 2,79% em 2026 e que a atribuição de um suplemento extraordinário dependerá da folga orçamental.
A EDP prevê investir cerca de 2,5 mil milhões de euros em Portugal no período 2026-2028, dos quais 1.700 milhões em redes de eletricidade, anunciou hoje o presidente executivo do grupo, Miguel Stilwell d’Andrade.
O Banco da Inglaterra decidiu hoje manter as taxas diretoras em 4%, o nível mais baixo em mais de dois anos, ao avaliar que as pressões inflacionistas persistem na economia britânica.
A presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP) alertou hoje que a perceção de risco da República francesa pode vir a contagiar uma economia como a portuguesa, pelo que não se deve estar "relaxado" face à situação orçamental.