A vitória representa o fim de um ciclo dominado pelas forças liberais pró-Bruxelas e abre caminho a uma nova maioria patriota no coração da Europa.
Entre os principais aliados de Babiš, o partido Motoristé sobě alcançou 6,8 % dos votos e 13 lugares no Parlamento, afirmando-se como uma nova voz do eleitorado conservador e popular. O seu líder, Petr Macinka, defendeu uma “política realista, centrada nas pessoas, e não nos dogmas ecológicos de Bruxelas”.
Outro parceiro natural, o movimento Přísaha, obteve 6 %, reforçando o campo soberanista que, somado ao SPD de Tomio Okamura (7,8 % / 15 deputados), poderá garantir maioria no Parlamento. A combinação de forças patriotas forma uma coligação que promete redefinir as prioridades políticas checas – com foco em segurança, poder de compra e defesa da soberania nacional.
Esta vitória insere-se numa tendência europeia mais ampla. Na Hungria, Viktor Orbán consolidou o seu papel como principal voz contra o federalismo europeu; na Eslováquia, Robert Fico recuperou o poder com uma agenda de realismo político; e na Polónia, a nova direita soberanista cresce após anos de tensão com Bruxelas.
O resultado em Praga confirma o avanço de uma nova geração de líderes patriotas, que pretendem reformar a União Europeia de dentro, devolvendo aos Estados o controlo das suas políticas e fronteiras.
“Os cidadãos checos votaram pela estabilidade, pela segurança e pela liberdade de decidir o seu próprio caminho”, afirmou Andrej Babiš na noite eleitoral. “A República Checa será novamente uma voz livre na Europa — e não um eco de Bruxelas.”