As declarações motivaram agora um pedido do Ministério Público à Assembleia da República para o levantamento da imunidade parlamentar de Ventura, passo necessário para que possa eventualmente ser constituído arguido.
As afirmações de Ventura surgiram quando, questionado sobre a corrupção que existe em Portugal, apontou diretamente a Pinto Moreira, dizendo que este “recebia dinheiro para fazer obras”. Confrontado com a ação movida pelo ex-autarca, Ventura reafirmou que não retirará nada do que disse e declarou que não se oporá ao levantamento da imunidade. “Temos de perder o medo de denunciar a corrupção em Portugal, mesmo que doa”, insistiu.
Pinto Moreira, que já foi julgado no âmbito do chamado Processo Vortex — no qual enfrentou acusações de corrupção passiva agravada, tráfico de influência e violação de regras urbanísticas — considera que Ventura ultrapassou qualquer “limite admissível” ao insinuar um enriquecimento ilícito à custa dos contribuintes.
Cabe agora ao Parlamento decidir se autoriza o levantamento da imunidade. Caso avance, o processo seguirá para inquérito, colocando mais uma vez Pinto Moreira no centro das atenções — não pelos episódios que o levaram a julgamento, mas pela tentativa de responsabilizar judicialmente quem o acusou de práticas que ele próprio diz repudiar.