Quinze pessoas morreram e pelo menos 42 ficaram feridas num ataque armado ocorrido durante uma celebração judaica na praia de Bondi, em Sydney, confirmou a polícia do estado de Nova Gales do Sul. O balanço de vítimas foi sucessivamente revisto em alta nas últimas horas, à medida que os dados hospitalares foram sendo consolidados.
O ataque teve lugar no passado domingo, quando centenas de pessoas se encontravam reunidas para celebrar o Hannukah numa das praias mais emblemáticas da Austrália. Segundo as autoridades, o número de mortos não inclui um dos atacantes, abatido no local pela polícia. Já o segundo suspeito, um jovem de 24 anos, foi detido e encontra-se hospitalizado em estado crítico. A polícia confirmou que os dois atacantes eram pai e filho, de 50 e 24 anos, e que utilizaram armas semiautomáticas.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, classificou o tiroteio como “um ato terrorista antissemita”, sublinhando a gravidade do ataque num país reconhecido pelas suas leis rigorosas de controlo de armas de fogo.
Entre os feridos contam-se várias crianças. Pelo menos três menores permanecem internados com ferimentos provocados por disparos, incluindo uma criança de 12 anos, até ao fecho desta edição. “É absolutamente horrível. Aquilo a que assistimos foi o pior da humanidade”, afirmou o ministro da Saúde de Nova Gales do Sul, Ryan Park.
No meio do caos, destacou-se um ato de coragem que rapidamente correu o mundo. Um homem conseguiu enfrentar um dos atiradores, desarmando-o, numa ação captada em vídeo e amplamente divulgada nas redes sociais. O gesto valeu-lhe o reconhecimento público das autoridades e da população.
A polícia revelou ainda que um dos atacantes era conhecido dos serviços de segurança, embora não estivesse sinalizado como ameaça iminente. No veículo associado ao ataque foram encontrados vários objetos suspeitos, incluindo possíveis engenhos explosivos improvisados, que estão agora a ser analisados pelas autoridades.
O massacre ocorre num contexto de crescente tensão, após uma série de ataques antissemitas registados na Austrália ao longo do último ano. Embora não exista, para já, uma ligação formal entre esses episódios e o ataque de Bondi, o caso reacendeu o debate sobre radicalização, segurança interna e a proteção das comunidades religiosas.
Quase três décadas depois do último grande massacre com armas de fogo no país, a Austrália confronta-se novamente com um dos episódios mais negros da sua história recente — desta vez, num local símbolo de lazer, liberdade e convivência.