O Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) apelou hoje à dádiva de sangue porque “neste momento as reservas estão em níveis que necessitam de atenção” devido a uma quebra de dádivas em fevereiro e março.
Em declarações aos jornalistas, em representação da presidente do IPST, o diretor do centro do Porto, Jorge Condeço, frisou: “A dádiva não demora muito tempo e é muito importante”.
No Dia Nacional do Dador de Sangue, o responsável disse que “as reservas estão em níveis que necessitam de atenção” e apelou à dádiva de sangue regular e junto dos mais jovens.
“Todos nós podemos contribuir um bocadinho e não só em apelos porque os apelos duram pouco no espaço e no tempo. Em 2022 estivemos em linha com 2021 e 2021 foi um bom ano. Em 2022 houve uma pequena quebra, mas foi um ano aceitável. Começamos janeiro com dados muito bons e estávamos contentes, mas em fevereiro e março houve uma quebra e essa quebra provavelmente tem a ver com toda a preocupação social que reinou”, descreveu.
As greves, dificuldades com deslocamentos, questões relacionadas com o frio, crises epidémicas de gripe e vírus respiratórios poderão ser as causas dessa quebra, enumerou o diretor do Centro de Sangue e Transplantação do Porto, sublinhando que “é preciso recuperar nos meses seguintes”.
“E chamar os mais jovens. Os mais jovens são fundamentais. Em 2021 tivemos um ano fantástico porque tivemos 16% de novos dadores entre os 18 e os 25 anos. É preciso começar isso porque temos uma enorme crise demográfica e isso estende-se aos dadores. Há um conjunto de pessoas que vão saindo do grupo que pode dar sangue e é preciso substituí-los”, frisou.
Sobre a dádiva de componentes sanguíneos específicos e a necessidade que algumas instituições já revelaram de recolher plaquetas, Jorge Condeço explicou que “o sangue total que é doado é separado em componentes [células vermelhas, plasma e plaquetas] e as plaquetas duram sete dias.
“É o grande problema que temos [neste momento]. Necessitamos de um afluxo contínuo de dádivas de sangue para podermos chegar aos doentes todos os dias com plaquetas porque ao fim de sete dias caducam e temos de fazer um novo ciclo”, explicou.
O responsável falava à margem de uma conferência dedicada ao Dia Nacional do Dador de Sangue que decorre esta manhã na Biblioteca Almeida Garrett, nos Jardins do Palácio de Cristal, no Porto, e junto a um placard onde se lia “Bora lá! Dar sangue salva vidas”, que é o mote da campanha lançada pelo IPST.
De acordo com o publicado no ‘site’ do IPST, para ser potencial dador de sangue só é preciso tomar a decisão, sentir-se com saúde e ter hábitos de vida saudáveis, ir ao exame médico e responder com sinceridade às perguntas que lhe forem feitas, dar sangue e tomar uma curta refeição.
Os dadores precisam de ter pelo menos 50 quilos, idade igual ou superior a 18 anos e ser saudáveis.
O Dia Nacional do Dador de Sangue que hoje se comemora serve para homenagear os dadores que cumprem o seu dever de cidadania com um gesto simples e altruísta, sendo este um gesto capaz de salvar vidas.