Novos protestos contra lei das pensões em França antes de decisão sobre constitucionalidade

© D.R.

A contestação à reforma do sistema das pensões voltou esta quinta-feira às ruas francesas, nomeadamente da capital Paris, com alguns focos de violência na véspera da aguardada deliberação do Conselho Constitucional sobre a nova lei.

Após quase três meses de protestos – a jornada desta quinta-feira é a 12.ª convocada pelos sindicatos – as autoridades esperam entre 400 mil e 600 mil manifestantes, contra os 570 mil registados em 6 de abril e os 740 mil em 28 de março.

A influente Confederação Geral do Trabalho (CGT) já avançou que estarão 400 mil manifestantes em Paris, mas ainda são aguardados os números do Ministério do Interior, que normalmente refletem alguma discrepância com os dados avançados pelas organizações sindicais.

Como ocorreu em jornadas anteriores, foram registados confrontos com a polícia em algumas cidades francesas.

Em Nantes (oeste), onde entre 10 mil a 25 mil pessoas estarão nas ruas (segundo os dados fornecidos pela polícia e pelos sindicatos, respetivamente), os manifestantes atiraram projéteis contra a polícia, que responderam com granadas de gás lacrimogéneo, de acordo com o relato das agências internacionais.

Em Paris, os manifestantes invadiram por breves momentos a sede do grupo francês de marcas de luxo LVMH, no reconhecido bairro dos Champs-Elysées. No interior, os manifestantes lançaram engenhos de fumo e entoaram fortes assobios.

O edifício do Conselho Constitucional, que fica no Palais Royal, em pleno centro da capital francesa, foi colocado sob forte vigilância. Esta quinta-feira de manhã, uma tentativa de bloquear o edifício com contentores e bombas de fumo resultou em quatro detenções.

O prefeito da polícia de Paris emitiu, entretanto, uma ordem a proibir todas as manifestações nas proximidades da instituição, a partir desta quinta-feira à tarde até ao início da manhã de sábado.

O Conselho Constitucional francês (um conselho de sábios, o equivalente ao Tribunal Constitucional português) deverá pronunciar-se na sexta-feira sobre a constitucionalidade da nova lei das pensões, aprovada com recurso a uma disposição constitucional e sem votação no parlamento.

Entre os vários cenários possíveis, o conselho poderá validar ou rejeitar, parcial ou totalmente, a nova lei das aposentações que prevê, entre outros aspetos, o aumento dos 62 para os 64 anos a idade de reforma sem penalizações financeiras em França.

Últimas do Mundo

O acordo de cessar-fogo no Líbano foi aprovado pelo Conselho de Ministros de Israel, revelou o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Barbara Slowik, chefe da polícia de Berlim, na Alemanha, aconselhou judeus e pessoas “abertamente gays” a esconder a sua identidade e a ter “mais cuidado” em “bairros árabes”, uma vez que alguns moradores são hostis e “têm simpatia por grupos terroristas”.
Um jovem russo a cumprir uma pena por ter alegadamente queimado o Corão foi condenado a 13 anos e meio de prisão por traição a favor da Ucrânia, anunciou hoje um tribunal regional russo.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, manifestou-se hoje favorável a uma mudança na estrutura militar do país, de forma a “reduzir a burocracia” e a facilitar a gestão das tropas envolvidas na guerra contra a Rússia.
O papa Francisco apelou hoje aos jovens do mundo para não se deixarem contagiar por a ânsia do reconhecimento ou o desejo de serem “estrelas por um dia” nas redes sociais, durante a missa.
Um suspeito foi morto e três polícias ficaram feridos num tiroteio ocorrido esta manhã perto da embaixada de Israel em Amã, capital da Jordânia, num incidente que as autoridades informaram estar controlado.
A Rússia avisou hoje a Coreia do Sul que o uso de armas fornecidas por Seul à Ucrânia para “matar cidadãos russos destruirá definitivamente” as relações entre os dois países.
Carlos Monjardino, presidente da Fundação Oriente, considera que se assiste nos últimos anos, sobretudo desde a chegada de Xi Jinping à presidência chinesa, a "uma certa vontade de acelerar o processo" de 'reunificação' de Macau à China.
O presidente eleito Donald Trump escolheu Russell Thurlow Vought, um dos 'arquitetos' do programa governamental ultraconservador Projeto 2025, para chefiar o Gabinete de Gestão e Orçamento do futuro Governo.
Os Estados-membros das Nações Unidas (ONU) adotaram hoje por consenso uma resolução que visa dar início a negociações formais para a criação de uma convenção sobre crimes contra a humanidade.