CHEGA propõe debate dia 18 sobre sistema bancário e crédito à habitação

© Folha Nacional

O CHEGA anunciou hoje um debate parlamentar dia 18 sobre o sistema bancário, crédito à habitação e “lesados da banca”, defendendo uma “suavização das condições bancárias de acesso à habitação” e no crédito ao consumo.

Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, André Ventura avançou que o debate da ordem do dia fixada pelo CHEGA no próximo dia 18 de maio “será dedicado integralmente no parlamento à discussão, não apenas das condições bancárias, da penalização que os contribuintes têm sentido face ao sistema bancário, e as dificuldades de pagamento de prestações das casas ou do crédito à habitação, mas ao mesmo tempo convocar o tema dos lesados da banca nas suas várias dimensões”.

O líder do CHEGA aludiu várias vezes às declarações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, este fim de semana, que apelou a uma reflexão sobre crédito à habitação em matéria de prazos, taxas e prestações, salientando as nefastas consequências sociais resultantes da subida dos juros e o atual período positivo da banca.

Argumentando que os bancos “receberam milhões do Estado na última década”, Ventura defendeu que a banca deve sustentar “parte das dívidas que os contribuintes agora têm, face ao crédito à habitação”.

“Era mais do que legítimo que os portugueses tivessem uma suavização, e não uma penalização, do que são hoje as condições bancárias de acesso à habitação, e mesmo nalguns casos, de crédito ao consumo”, afirmou.

Questionado sobre que propostas concretas vai levar a debate, André Ventura respondeu que quer “convencer o sistema jurídico e o sistema bancário de que em casos em que as famílias e os agregados familiares tenham uma taxa de esforço superior a 40%, os bancos sejam obrigados a sustentar parte dessa dívida”.

“Dir-me-ão: o Governo já tem uma proposta parecida, com uma grande diferença: é que o Governo quer obrigar à renegociação [do crédito à habitação quando a taxa de esforço atinge os 36% ou quando se verifique um agravamento de cinco pontos percentuais], nós queremos obrigar ao pagamento”, respondeu.

Ventura afirmou que o CHEGA vai avançar com outras propostas como uma possível “reestruturação das comissões” ou um eventual “alargamento dos prazos do crédito à habitação”, sem detalhar para já os projetos e apelando a que outros partidos se juntem ao debate com as suas iniciativas.

Nesta conferência de imprensa, André Ventura abordou também a polémica com o ministro das Infraestruturas, João Galamba, vincando que mantê-lo no cargo “é desprestigiar, desacreditar e prejudicar ‘dossiers’ fundamentais” do Governo como a privatização da TAP, a localização do novo aeroporto e a ferrovia.

O partido vai dar entrada de um projeto de resolução – que não tem peso de lei, constituindo-se como uma recomendação ao Governo – para que o executivo “demita o ministro João Galamba”.

Questionado sobre se esta iniciativa não extravasa as competências da Assembleia da República, Ventura começou por responder que “a manutenção, nomeação ou exoneração dos ministros, é da exclusiva competência do Governo, especificamente do senhor primeiro-ministro”.

No entanto, “na interpretação” do CHEGA, esta recomendação é possível, uma vez que a Assembleia da República pode “recomendar ao Governo a não aprovação dos Programas de Estabilidade e Crescimento ou a não aprovação do Programa de Governo”, que são também competência do executivo.

O objetivo do projeto, disse, é “contornar o facto de em Portugal não existir moções de censura setoriais que possam aplicar-se a determinados ministros”.

Últimas de Política Nacional

A campanha do CHEGA viveu hoje um novo momento de tensão entre a comitiva e elementos da comunidade cigana, em Viana do Castelo, pelo terceiro dia consecutivo, com troca de insultos de parte a parte.
O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa recusou o pedido de Luís Montenegro para a retirada dos cartazes do CHEGA em que o primeiro-ministro aparece ao lado do ex-chefe do Governo socialista José Sócrates associado ao tema da corrupção.
O cabeça de lista do CHEGA pelo círculo de Braga, Filipe Melo, criticou hoje os "partidos híbridos, que ninguém percebe o que são", e disse querer "acabar com o socialismo" e eleger mais deputados pelo distrito.
O presidente do CHEGA, André Ventura, afirmou hoje que o seu partido "nunca será muleta de ninguém" e acusou BE e IL de prometerem rejuvenescimento, mas terem ido buscar os seus candidatos "ao mesmo baú de sempre".
O presidente do CHEGA, André Ventura, disse hoje esperar que o novo Papa seja "um sinal de esperança" e de reforma e considerou que Leão XIV pode seguir os passos de Francisco numas causas, mas diferenciar-se noutras.
O líder do CHEGA foi recebido em Braga com um novo protesto de elementos da comunidade cigana, cerca de 20 pessoas que cuspiram e acusaram André Ventura e os elementos do partido de serem "fascistas e racistas".
O presidente do CHEGA fez hoje um apelo direto ao voto e pediu aos eleitores que não fiquem em casa no dia 18 de maio, afirmando que o partido tem “uma oportunidade histórica” de vencer as eleições legislativas.
Um grupo de pessoas de etnia cigana acusou hoje o líder do CHEGA de ser racista, com André Ventura a responder que "têm de trabalhar" e "cumprir regras".
André Ventura foi dos primeiros políticos a comentar nas redes sociais o "apagão" elétrico de 28 de abril e as suas publicações atingiram mais de 940 mil visualizações.
Investigadores do MediaLab do ISCTE consideram que a “ausência de comunicação institucional eficaz” por parte do Governo contribuiu para a especulação e para a difusão de desinformação relativamente às causas do apagão.