Parlamento da Madeira vai constituir comissão de inquérito sobre alegadas “obras inventadas”

© D.R.

A Conferência dos Representantes dos Partidos da Assembleia Legislativa da Madeira aprovou hoje a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito sobre “o favorecimento dos grupos económicos pelo Governo Regional e as alegadas ‘obras inventadas’” do executivo.

“A comissão tomará posse nos próximos dias. O presidente será do Partido Social Democrata, o vice-presidente e o secretário do Partido Socialista e o relator será de um dos partidos da maioria parlamentar”, afirmou o presidente do parlamento madeirense no final da reunião dos representantes dos partidos. (CORRIGE OS CARGOS E OS PARTIDOS. A INFORMAÇÃO FOI RETIFICADA PELA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA REGIONAL)

José Manuel Rodrigues fixou “em 90 dias o prazo para a elaboração do relatório com as conclusões desta comissão de inquérito”.

Esta comissão de inquérito tem por base um pedido com caráter potestativo apresentado pelo grupo parlamentar do PS/Madeira, a maior força política da oposição (ocupa 19 dos 47 lugares no hemiciclo).

Está subordinada ao tema “o favorecimento dos grupos económicos pelo Governo Regional, pelo presidente do Governo Regional e secretários regionais e ‘obras inventadas’”, suscetíveis de configurar a prática de diversos crimes.

Esta comissão de inquérito surge depois de acusações do ex-deputado do PSD na Assembleia da República, eleito pelo círculo da Madeira, Sérgio Marques, em declarações ao Diário de Notícias, relacionadas com “obras inventadas a partir de 2000”, quando Alberto João Jardim (PSD) era presidente do executivo madeirense, e grupos económicos que cresceram com o “dedo de Jardim”.

Sérgio Marques, que fez parte do executivo madeirense como diretor regional entre 1988 e 1989, referiu que a governação de Alberto João Jardim “foi fantástica até 2000”.

“Começaram [depois] a inventar-se obras, quis-se continuar no mesmo esquema de governo, a mesma linha, obras sem necessidade, aquela lógica das sociedades de desenvolvimento, todo aquele investimento louco que foi feito pelas sociedades de desenvolvimento”, afirmou.

Na rede social Facebook, Sérgio Marques explicou depois que estas declarações ao DN foram prestadas em ‘off’, no âmbito de um trabalho sobre os 47 anos com o PSD no poder na Madeira, numa “parte informal” da conversa, até porque “estão longe de ter atualidade e pertinência”.

O social-democrata, que fez também parte do Governo de Miguel Albuquerque como secretário regional do Assuntos Europeus e Parlamentares, entre 2015 e 2017, afirmou ainda que foi afastado do cargo por influência de um grande grupo económico da região.

Na terça-feira, Sérgio Marques anunciou a renúncia ao mandato e a saída da comissão política regional do partido na sequência desta polémica.

Na quinta-feira, a Assembleia da República formalizou a renúncia ao mandato do deputado do PSD Sérgio Marques e a sua substituição por João Dinis Santos Ramos, com a aprovação do respetivo parecer em plenário.

Na reunião de hoje dos representantes dos partidos com assento na Assembleia da Madeira ficou ainda agendado o debate mensal com o Governo Regional para 02 de fevereiro, subordinado ao tema da Educação.

Outro pronto em análise foram as duas propostas do PS para a revisão da Constituição e do Estatuto Político-Administrativo da Madeira.

“Estas duas iniciativas legislativas foram encaminhadas para a Comissão Eventual para o Aprofundamento da Autonomia e Reforma do Sistema Político”, informou o presidente do parlamento regional.

Esta comissão, presidida pelo deputado José Prada (PSD), vai também analisar as propostas de PSD, CDS-PP e PS para a revisão do Regimento da Assembleia Legislativa da Madeira, referiu José Manuel Rodrigues.

Últimas de Política Nacional

Catarina Martins voltou a dirigir insultos contundentes a André Ventura, acusando-o de ser “um bully político” que se comporta “como se estivesse no recreio da escola”.
Luís Marques Mendes está no centro de uma nova polémica depois de, no debate presidencial, ter afirmado que o CHEGA “passa a vida a ter propostas inconstitucionais, como a pena de morte”, uma falsidade evidente.
A estrutura concelhia do CHEGA em Vila Nova de Famalicão refere que o vereador do partido vai levar à reunião de Câmara uma proposta para tornar gratuito o estacionamento público no centro da cidade entre 13 de dezembro e 6 de janeiro.
O Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) pediu hoje a demissão da ministra da Administração Interna, considerando que Maria Lúcia Amaral é "incapaz de assegurar a estabilidade" das polícias, e alertou para "protestos massivos" como os de 2024.
Uma petição que exige o fim da atribuição de dinheiros públicos para a construção de mesquitas tornou-se viral e já reúne milhares de assinaturas, dias depois da proposta do CHEGA com o mesmo objetivo ter sido chumbada no Parlamento.
A sociedade de advogados Sérvulo & Associados, onde o ex-ministro social-democrata Rui Medeiros é uma das figuras mais proeminentes, está a atravessar um período de forte crescimento no volume de contratos públicos, especialmente desde a chegada de Luís Montenegro ao Governo.
José Sócrates, antigo primeiro-ministro socialista e arguido na Operação Marquês, enviou às redações os bilhetes de duas viagens que realizou recentemente aos Emirados Árabes Unidos, numa tentativa de demonstrar ao tribunal que não ultrapassou o limite de cinco dias consecutivos de permanência no estrangeiro, condição que o obrigaria a comunicar previamente qualquer deslocação ao Ministério Público.
A escolha de Luís Marques Mendes para mandatário da Cultura, Diversidade e Inclusão está a gerar críticas. Dino d’Santiago, o músico que o candidato considera “a pessoa magnífica e mais indicada” para o cargo, volta a estar no centro da polémica. Desta vez não apenas pelas declarações em que defendeu a substituição do hino nacional, mas também pelo historial de financiamentos públicos que envolveram 1,6 milhões de euros.
A deputada socialista Eva Cruzeiro teve a sua assinatura adulterada na reunião da Comissão de Assuntos Constitucionais, surgindo no livro de presença o nome “Evita Perón” no espaço que está destinado à sua assinatura.
O CHEGA voltou a apontar baterias ao Governo, acusando o executivo de ter agravado o Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) logo após a aprovação do Orçamento do Estado.