Associação do Alojamento Local diz que Governo quer acabar com o setor

A Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) criticou hoje as medidas anunciadas pelo Governo no âmbito do Programa Mais Habitação, considerando que o executivo “quer acabar com o alojamento local depois de 2030”.

“Só assim se compreende o conjunto de medidas apresentadas hoje entre as quais destacamos o fim dos atuais registos em 2030, as reavaliações de cinco em cinco anos, bem como a aplicação de uma taxa extraordinária. Todas estas medidas irão criar não só uma enorme incerteza perante o investimento privado, como torná-lo inviável”, lê-se num comunicado da ALEP.

A ALEP diz ainda não perceber o motivo “desta perseguição do Governo ao alojamento local (AL)”, porque o setor é o “menor dos problemas do executivo no que toca à habitação”, e lembrou que em Portugal existem 723.000 imóveis vazios, pelo que “não serão, com toda a certeza, os 100.000 alojamentos do AL, na sua grande maioria fora dos centros urbanos, que prejudicam a habitação”.

Citado no comunicado, o presidente da ALEP, Eduardo Miranda, diz que, até hoje, a associação “sempre colaborou com os vários governos de forma a que o setor fosse crescendo de forma sustentável”.

“Nunca houve qualquer tipo de falha de comunicação. Fomos, hoje, surpreendidos com todas estas medidas gravíssimas sem nunca termos sido ouvidos sobre as mesmas por nenhum representante do Governo”, lamenta.

Lembrando que o AL “contribui com mais de 40% do alojamento do turismo nacional”, a ALEP considera que o setor “merece um tratamento diferente” e salienta que não pode “compactuar com estas medidas irresponsáveis”.

No Conselho de Ministros realizado hoje e dedicado à habitação, o Governo decidiu que as emissões de novas licenças de alojamento local “serão proibidas”, com exceção dos alojamentos rurais em concelhos do interior do país, onde poderão dinamizar a economia local.

Além disso, as atuais licenças de alojamento local “serão sujeitas a reavaliação em 2030” e, depois dessa data, periodicamente, de cinco em cinco anos.

Assim, as atuais licenças mantêm-se válidas até 2030, o que significa “sete anos de garantia para quem investiu”, destacou o primeiro-ministro, António Costa, no final do Conselho de Ministros, numa conferência de imprensa realizada no Palácio da Ajuda, em Lisboa.

O Governo pretende, assim, cativar os senhorios para transferirem os imóveis que têm em alojamento local para habitação, assegurando aos que o fizerem até final de 2024 uma isenção de tributação de IRS até 2030, como “compensação para a diminuição de receita que vão ter”.

“Iremos permitir a todos proprietários que atualmente tenham fogos em regime de alojamento local e os transfiram para arrendamento habitacional — conceder isenção de taxação zero em sede de IRS daqui até 2030”, afirmou António Costa.

Simultaneamente, o Governo pretende criar uma contribuição extraordinária sobre os imóveis que continuem no alojamento local, cuja receita reverterá em favor das políticas de habitação.

As medidas fazem parte do regime de “forte incentivo para que regressem ao mercado de habitação frações habitacionais que estão neste momento dedicadas ao alojamento local”, justificou António Costa.

Os cinco eixos do Programa Mais Habitação hoje apresentado, que ficará em discussão pública durante um mês, são: aumentar da oferta de imóveis utilizados para fins de habitação, simplificar os processos de licenciamento, aumentar o número de casas no mercado de arrendamento, combater a especulação e proteger as famílias.

Últimas de Política Nacional

A Câmara da Nazaré confirmou a realização de buscas nesta autarquia, mas o antigo presidente, Walter Chicharro, esclareceu que se limitou ao licenciamento urbanístico das vivendas investigadas pela PJ que são propriedade do Estado.
O CHEGA considera que o aumento das pensões deve ser um "desígnio histórico" e propõe, no âmbito do Orçamento do Estado para o próximo ano, uma subida de 1,5%, além do que está previsto por lei.
André Ventura quer que os beneficiários do Rendimento Social de Inserção trabalhem em prol da comunidade. O líder do CHEGA defende que o apoio estatal deve implicar contrapartidas e combater a “subsidiodependência”.
O candidato presidencial André Ventura afirmou hoje que, se for eleito Presidente da República, admite vir a decretar estados de exceção para "dar poder extraordinário" à polícia e outras autoridades para combater o crime.
O presidente do CHEGA pediu ao Governo que faça cedências nalguns pontos, como o trabalho por turnos, para se aprovar uma nova legislação laboral, reiterando a sua disponibilidade para um acordo nesta matéria.
Os partidos entregaram 2.176 propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), num novo recorde, de acordo com a informação disponível no 'site' da Assembleia da República.
O CHEGA entregou esta sexta-feira, 7 de novembro, mais de 600 propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), no último dia do prazo definido pelo Parlamento, que coincidiu com o encerramento das audições na especialidade.
O partido liderado por André Ventura quer acabar com as portagens nas autoestradas para aliviar os custos das famílias e empresas, mas o ministro das Finanças rejeita a medida, defendendo que o princípio “utilizador-pagador” deve manter-se para proteger as contas públicas.
O CHEGA apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 que pretende reduzir e uniformizar a taxa de IVA aplicada ao setor da hotelaria e restauração, fixando-a em 13% para todos os serviços, incluindo bebidas alcoólicas e refrigerantes.
O CHEGA passou a integrar o executivo da Câmara Municipal de Sintra, na sequência de um acordo político que o presidente da autarquia, Marco Almeida, considera ser “um sinal de respeito pela vontade democrática dos sintrenses”.