Mortágua, que recebeu dinheiro indevido do Parlamento, avança para a liderança do BE

A deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, vai avançar para a liderança do Bloco de Esquerda.

A informação foi avançada, terça-feira, pela SIC Notícias já depois de a atual coordenadora, Catarina Martins, ter anunciado que não se recandidatará à liderança do partido do qual estava à frente há já 10 anos.

Em conferência de imprensa, Catarina Martins justificou a sua saída com a necessidade de o partido começar a preparar uma “mudança política que já está aí” e um “fim de ciclo político” precipitados pela “instabilidade da maioria absoluta do PS”.

Logo após a anúncio da saída começaram as especulações quanto à pessoa que a iria substituir, sendo Pedro Filipe Soares e Mariana Mortágua os nomes mais falados.

A eurodeputada Marisa Matias, que também foi tida como uma possibilidade pelos comentadores políticos, prestou o seu apoio a Catarina Martins, mas garantiu que não se candidatará à liderança do Bloco, tal como Pedro Filipe Soares, líder da bancada parlamentar bloquista, que logo afastou essa possibilidade.

Por seu turno, Mariana Mortágua limitou-se a escrever um tweet no qual agradeceu a Catarina Martins. “Conta connosco porque contamos sempre contigo”, disse e, pouco depois, a SIC Notícias avançou com a informação de que a deputada irá mesmo avançar para a liderança dos bloquistas.

A ser verdade, o Bloco de Esquerda terá como coordenadora uma deputada que é suspeita de recebimento indevido de dinheiro por parte da Assembleia da República.

Em causa, o facto de se dizer em exclusividade no trabalho parlamentar – razão pela qual lhe é atribuído um valor monetário pela Assembleia – ao mesmo tempo que participava em comentários televisivos na SIC que eram também pagos.

Esta situação viola gravemente o Estatuto dos Deputados que determina que, estando em exclusividade no Parlamento, um deputado não pode ter outra fonte de receita.

O próprio Bloco de Esquerda defendeu, por várias vezes, a necessidade de haver um cumprimento eficaz do regime de exclusividade e, no entanto, teve uma das suas deputadas a receber dinheiro do Parlamento de forma indevida.

 

Com a saída de Catarina Martins, fica agora a porta aberta para uma liderança de Mariana Mortágua que já tinha sido apontada por Francisco Louçã como uma boa escolha para ser ministra das Finanças, se tal cenário se colocasse.

Embora Catarina Martins não o tenha referido na declaração que fez na terça-feira, nem os jornalistas presentes tenham perguntado, a verdade é que já existia alguma contestação interna no partido.

O Bloco de Esquerda, recorde-se, perdeu 14 deputados nas últimas eleições legislativas, passando de 19 para 5 eleitos.

À frente do partido desde 2012, primeiro em conjunto com João Semedo e, desde 2014, sozinha, Catarina Martins deixa o cargo já na próxima Convenção do partido que se realiza em maio.

Últimas de Política Nacional

O CHEGA voltou a bater de frente com o Governo após o novo chumbo ao aumento das pensões. O partido acusa o Executivo de “asfixiar quem trabalhou uma vida inteira” enquanto se refugia na “desculpa eterna do défice”.
O Ministério Público instaurou um inquérito depois de uma denúncia para um “aumento inexplicável” do número de eleitores inscritos na Freguesia de Guiães, em Vila Real, que passou de 576 inscritos nas legislativas para 660 nas autárquicas.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) reconheceu hoje que foram identificadas sete escutas em que o ex-primeiro-ministro era interveniente e que não foram comunicadas ao Supremo Tribunal de Justiça "por razões técnicas diversas".
Com uma carreira dedicada à medicina e ao Serviço Nacional de Saúde, o Prof. Horácio Costa traz agora a sua experiência para a política. Médico desde 1978, especialista em Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética, fundador do único serviço europeu com três acreditações EBOPRAS e professor catedrático, Costa assume o papel de ministro-sombra da Saúde pelo CHEGA com a mesma dedicação que sempre marcou a sua carreira. Nesta entrevista ao Folha Nacional, o Prof. Horácio Costa fala sobre os principais desafios do SNS, a falta de profissionais de saúde, a reorganização das urgências e a valorização dos trabalhadores.
A conferência de líderes marcou hoje para 19 de dezembro as eleições dos cinco membros do Conselho de Estado, três juízes do Tribunal Constitucional e do Provedor de Justiça, sendo as candidaturas apresentadas até 12 de dezembro.
O grupo parlamentar do CHEGA/Açores enviou hoje um requerimento à Assembleia Legislativa Regional a pedir esclarecimentos ao Governo dos Açores na sequência da anunciada saída da Ryanair da região.
A Comissão de Assuntos Constitucionais chumbou a iniciativa do CHEGA para impedir financiamento público a mesquitas, classificando-a de inconstitucional. Ventura reagiu e avisa que Portugal “está a fechar os olhos ao radicalismo islâmico até ser tarde demais”.
O ex-presidente da Câmara de Vila Real Rui Santos está acusado pelo Ministério Público (MP) de prevaricação, num processo que envolve mais cinco arguidos e outros crimes como participação económica em negócio e falsas declarações.
André Ventura disparou contra PS e Governo, acusando-os de manter um Orçamento “incompetente” que continua a “sacar impostos” aos portugueses. O líder do CHEGA promete acabar com portagens, subir pensões e travar financiamentos que considera “absurdos”.
O Parlamento começa esta quinta-feira a debater e votar o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) na especialidade, numa maratona que se prolonga por cinco dias e culmina com a votação final global a 27 de novembro.