Santos Silva deixa ‘recado’ a Marcelo

©Folha Nacional

O presidente da Assembleia da República afirmou que a dialética política essencial à democracia, entre Governo e oposições, faz-se no Parlamento e não pode ser sequestrada ou retirada por outras instâncias de poder.

“É ao Parlamento que o Governo responde. E a dialética entre a oposição e o Governo deve fazer-se no Parlamento e não sequestrada ou retirada”, declarou Augusto Santos Silva, recebendo palmas dos deputados do PS.

Esta advertência foi transmitida por Augusto Santos Silva no jantar do primeiro dia de Jornadas Parlamentares do PS, que decorreram em Tomar, distrito de Santarém, e terminaram na terça-feira com uma intervenção do primeiro-ministro, António Costa.

No seu discurso, o ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros deixou vários recados sobre “outras instâncias de poderes” e acentuou a ideia de que “o Parlamento é o lugar do debate político, o lugar da dialética essencial à democracia entre o Governo e as oposições, entre a maioria e as minorias”.

“Claro que uma democracia madura e avançada como a portuguesa tem muitas instâncias de poder e os poderes limitam-se uns aos outros. E é muito importante que os vários poderes – os órgãos de soberania do Estado, os poderes dos tribunais, da imprensa e da opinião pública, das associações cívicas, dos sindicatos – se limitem uns aos outros”, apontou.

No entanto, reforçou Augusto Santos Silva, “o debate político entre Governo e oposição é no Parlamento que se faz”.

De acordo com o presidente da Assembleia da República, o PS, apesar de ter maioria absoluta no Parlamento, “tem respeitado os direitos de todos e tem contribuído para o bom funcionamento” deste órgão de soberania.

Augusto Santos Silva destacou depois processos legislativos em curso como a revisão constitucional e o pacote sobre a habitação, “no qual a Assembleia da República tem um papel determinante e que é preciso conduzir com a celeridade e rapidez indispensável para que se possa apoiar as pessoas o mais cedo possível”.

“Ester processo tem também a dimensão de fiscalização e de preservar a centralidade da Assembleia da República no debate político”, completou, antes de defender que o Parlamento “exerce na sua plenitude a capacidade de fiscalização” do Governo.

“Dia sim dia não um membro do Governo comparece numa comissão parlamentar para prestar contas, foram já duas centenas de vezes alvo de escrutínio — e para que isso suceda o concurso da maioria e das oposições tem sido muito importante, basta ter em conta que, dispondo o Regimento da Assembleia da República múltiplos direitos potestativos, nenhum desses direitos potestativos se encontra neste momento esgotado. Tem havido um consenso, um contributo e uma convergência para que a Assembleia da República exerça plenamente as suas competências de fiscalização”, considerou.

Ainda segundo o presidente da Assembleia da República, em muitas áreas “foi possível construir maiorias que vão muito além da maioria absoluta do PS”.

Últimas de Política Nacional

O CHEGA voltou a bater de frente com o Governo após o novo chumbo ao aumento das pensões. O partido acusa o Executivo de “asfixiar quem trabalhou uma vida inteira” enquanto se refugia na “desculpa eterna do défice”.
O Ministério Público instaurou um inquérito depois de uma denúncia para um “aumento inexplicável” do número de eleitores inscritos na Freguesia de Guiães, em Vila Real, que passou de 576 inscritos nas legislativas para 660 nas autárquicas.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) reconheceu hoje que foram identificadas sete escutas em que o ex-primeiro-ministro era interveniente e que não foram comunicadas ao Supremo Tribunal de Justiça "por razões técnicas diversas".
Com uma carreira dedicada à medicina e ao Serviço Nacional de Saúde, o Prof. Horácio Costa traz agora a sua experiência para a política. Médico desde 1978, especialista em Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética, fundador do único serviço europeu com três acreditações EBOPRAS e professor catedrático, Costa assume o papel de ministro-sombra da Saúde pelo CHEGA com a mesma dedicação que sempre marcou a sua carreira. Nesta entrevista ao Folha Nacional, o Prof. Horácio Costa fala sobre os principais desafios do SNS, a falta de profissionais de saúde, a reorganização das urgências e a valorização dos trabalhadores.
A conferência de líderes marcou hoje para 19 de dezembro as eleições dos cinco membros do Conselho de Estado, três juízes do Tribunal Constitucional e do Provedor de Justiça, sendo as candidaturas apresentadas até 12 de dezembro.
O grupo parlamentar do CHEGA/Açores enviou hoje um requerimento à Assembleia Legislativa Regional a pedir esclarecimentos ao Governo dos Açores na sequência da anunciada saída da Ryanair da região.
A Comissão de Assuntos Constitucionais chumbou a iniciativa do CHEGA para impedir financiamento público a mesquitas, classificando-a de inconstitucional. Ventura reagiu e avisa que Portugal “está a fechar os olhos ao radicalismo islâmico até ser tarde demais”.
O ex-presidente da Câmara de Vila Real Rui Santos está acusado pelo Ministério Público (MP) de prevaricação, num processo que envolve mais cinco arguidos e outros crimes como participação económica em negócio e falsas declarações.
André Ventura disparou contra PS e Governo, acusando-os de manter um Orçamento “incompetente” que continua a “sacar impostos” aos portugueses. O líder do CHEGA promete acabar com portagens, subir pensões e travar financiamentos que considera “absurdos”.
O Parlamento começa esta quinta-feira a debater e votar o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) na especialidade, numa maratona que se prolonga por cinco dias e culmina com a votação final global a 27 de novembro.