A Finlândia vai tornar-se a partir de terça-feira um Estado-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), anunciou hoje o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg.
“Amanhã [terça-feira] vai ser um dia histórico, vamos receber a Finlândia como o 31.º Estado-membro da NATO e vamos içar pela primeira vez a bandeira da Finlândia no quartel-general”, declarou Jens Stoltenberg em conferência de imprensa na sede da Aliança Atlântica, em Bruxelas.
Stoltenberg considerou que “vai ser um bom dia para a segurança da Finlândia, para a segurança da Europa e para a segurança da NATO”.
O secretário-geral da organização lembrou que, ao contrário da maioria dos países, Helsínquia continuou a investir na Defesa depois do período da Guerra Fria (entre 1947 e 1991) e que esse investimento vai fortalecer a NATO.
O processo de adesão da Finlândia foi concluído na última semana, depois da ratificação pelo parlamento da Turquia. A adesão começou por ser conjunta com a Suécia, mas estava empatada por Budapeste e Ancara.
A Turquia queria que os países escandinavos levantassem os embargos que tinham à aquisição de armamento por parte de Ancara e que tivessem uma postura mais dura com organizações como o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que é considerado um grupo terrorista pelo Governo de Erdogan, pela União Europeia e pela própria NATO.
Sobre a Suécia, o secretário-geral da NATO disse não ter dúvidas de que a Suécia vai ser o 32.º Estado-membro, mas ainda há questões que têm de ser resolvidas com Ancara.
A adesão da Finlândia faz com que a NATO esteja cada vez mais próxima da fronteira com a Rússia. Nas palavras que Stoltenberg tem repetido desde o início da invasão à Ucrânia e que hoje voltou a dizer, “Putin queria menos NATO e vai ter, precisamente, o contrário disso”.
Os dois países escandinavos iniciaram aquele que foi o processo mais rápido de adesão de um país à Aliança Atlântica depois de no dia 24 de fevereiro a Federação Russa ter iniciado uma invasão em larga escala à Ucrânia.
O receio de que as forças do Kremlin tentassem reproduzir uma agressão semelhante nos seus países levou Estocolmo e Helsínquia a pedir a adesão imediata à NATO, que teria sido mais célere não fosse o processo ter ficado empatado nos parlamentos da Hungria e da Turquia.