As Provas de Aferição, para os alunos dos 2º, 5º e 8º anos, em formato digital, “não contam para a avaliação final”…
Provas de avaliação…que não contam para a avaliação…
Não contam?!
Não contam, porquê?
Acresce que…se não contam…para que vão ser efectuadas?
Considero isto tudo uma fantochada, perigosa e de péssimo gosto.
E em formato digital?…
Com a iliteracia a aumentar, cada vez mais e progressivamente, nos jovens…quer na Leitura quer, principalmente, na Escrita…
Os jovens portugueses, hoje, na sua maioria, escrevem mal e não gostam de ler.
Impõe-se, pois, uma putativa avaliação, que não é avaliação, mas que é avaliação.
E em formato digital…
Tudo isto quando o expectável seria a implementação de medidas e de campanhas que incentivassem à Leitura.
Incentivo, sério e, sobretudo, consequente.
Como fazem muitos outros Países europeus, ditos modernos e civilizados.
Onde uma parte das Livrarias têm, já, uma esplanada interna, para a pessoa chegar, sentar-se e escolher um livro para ler. E enquanto lê, até consome. E isso incentiva, também, a Economia.
Porque incentivar à Leitura. Porque incentivar à Escrita… se revelou e provou ser estruturante!
E não vou chamar à colação, sequer, todos os circuitos neuroniais, todas as interconectividades cerebrais que, quer a Leitura, quer a Escrita, propiciam. O desenvolvimento, inerente, de sectores cerebrais primordiais.
A Cultura adquire-se, também, com e pela Leitura!
Chamou-se a todo esse processo, antigamente…Alfabetização.
Até porque ler é, também, uma outra forma de adquirir conhecimentos. Vivências. Experiências de vida. Saberes!
Não colocar a Leitura e a Escrita no centro do Processo Educativo é comprometer, definitiva e irresponsavelmente, as gerações futuras e, acima de tudo, o seu porvir. Que também é nosso, enquanto País.
Isto mais não é do que a massificação. A estupidificação. A imbecilização. Do Ensino Público em Portugal. Perpetradas pela Esquerda no Poder…Que se arroga detentora da Verdade Absoluta. E que, ainda por cima, diz defender a Inclusão…
Isto é, sem tergiversações, o desmantelamento, como a Esquerda gosta de dizer, da Escola Pública em Portugal!
E o Governo ousa pretender ir mais longe.
Ao afirmar que pretende conseguir atingir o formato digital total até 2025.
Ainda ninguém percebeu ou quer perceber, sequer, que a Educação fortalece, também, a Democracia?
E, depois, pedem às crianças, quais soberanos de uma suposta “intelligentsia”, para imitarem uma minhoca…e um sapo cego.
Efectuar uma conta básica?
Não!
Escrever um parágrafo?
Não!
Ninharias!
Fascismos!
A “modernidade” é…imitar um sapo cego.
A aquisição de “competências” é…imitar um sapo cego.
A capacidade de raciocínio e de matematização é…imitar um sapo cego.
O verdadeiro “saber”…das coisas pequenas.
Mais não é do que a total, insana e criminosa estupidificação das Massas.
Qual Leitura e sua relação com o desenvolvimento do Processo Cognitivo…
Qual Leitura e o estímulo, implícito, à construção do Pensamento Crítico…
Querem abrir a porta, em definitivo, à futura Era dos Idiotas.
Imponham-lhes um “chip” com as competências básicas…
Acima de tudo…queimem os Livros!
Proibam a aquisição dos Saberes!
E, no que concerne à Escrita…substituam-na por sons. Guturais.
E, assim, se completa o ciclo.
De regresso à Pré-História. A Pré-História da “Modernidade”.
Mas apenas em Portugal.
Porque nos outros países, com experiência e saber…A Aquisição de Conhecimentos, os Saberes, são, ainda, uma mais valia!
E, quanto às estatísticas da OCDE, que procuram avaliar os saberes dos Povos…em Portugal, logo se trata disso.
E escreveram, Ortega y Gasset, “A Rebelião das Massas”…
Para quem?
Deviam ter-lhes pedido, antes, para imitarem um sapo cego.
Porque eu, sinceramente, não sei!
Eu não sei imitar um sapo cego…
Mas…prefiro não saber.
Aprecio, muito mais, a leitura de um Livro. A escrita de um texto, consequente a um processo de reflexão.
Quo Vadis…Portugal?
Manuel Damas
Médico