A propósito da concentração do Partido CHEGA no passado dia 13 frente à sede do PS, a Comunicação Social “mainstream” e os comentadores costumeiros aproveitaram para distorcer da forma mais vil e absurda o acontecido, transformando um protesto contra a corrupção, os casos que envolvem tantas figuras do PS e a impunidade em que estes vivem, em algo de negativo.
Ao invés de se associarem a um protesto que, mais uma vez, aliás como sempre, correu de forma civilizada e ordeira, feito por pessoas comuns sem qualquer intuito de provocar situações menos convenientes, preferiram branquear as motivações da manifestação para de modo ardiloso montar uma historieta falsa em torno da sua forma.
Alguns, ávidos da sua vontade de destruir o CHEGA, muito provavelmente a mando dos seus partidos de origem, pelo “cheiro” a eleições que se avizinham, fizeram analogias ridículas senão mesmo criminosas a cercos do passado, em que cerca de 700 pessoas armadas tentaram condicionar pela força o congresso do CDS, ou, pior, afirmaram analogias a marchas de outros tempos chegando a deixar no ar a ideia de que o CHEGA seria um partido neonazi.
Veja-se bem!
Dizer isto do único partido em Portugal que tem no seu Programa Partidário, desde a primeira hora, no Art.º 35 c) a defesa do Estado de Israel, é no mínimo ridículo, senão mesmo injurioso e demonstrativo de uma enorme má-fé e baixeza política.
A provar o que digo, passo a transcrever o excerto do Programa:
“c) como condição indispensável para a manutenção da necessária estabilidade do Mediterrâneo Sul, assumir um compromisso inequívoco com a defesa da existência do Estado de Israel, face ao recrudescimento do antissemitismo e das ameaças terroristas de que o povo judeu é alvo, pugnando pela transferência da embaixada portuguesa para Jerusalém”
De resto, como afirmava acima, o “cheiro” à proximidade de possíveis eleições, e a noção de que pelas vias do debate democrático será difícil combater o crescimento do CHEGA, usa-se de tudo para que mentiras ditas muitas vezes se transformem em verdades absolutas que possam, no limite, condicionar as Instituições a “batê-lo na secretaria” para além de transformar um partido Conservador/Liberal num “bicho papão perigoso e extremista”.
Talvez uma reflexão profunda faça esses arautos do ridículo entender de uma vez por todas que quem não funda os seus argumentos e acções na boa prática democrática são eles mesmos, e que quem efectivamente condiciona a democracia são os ditos órgãos e a maioria dos seus comentadores.
Nós por cá, enquanto Órgão de Comunicação, mantemos as características de passar a notícia sem a habitual censura situacionista!