Ordem alerta para “risco de implosão” da cirurgia do Amadora-Sintra e apela para diálogo

©facebook.com/hospitalfernandofonseca

A Ordem dos Médicos (OM) alertou hoje para o “risco de implosão” do serviço de cirurgia geral do Hospital Fernando Fonseca e apelou para o diálogo entre os cirurgiões que pretendem sair e a nova administração.

“Aquele serviço tem sido de excelência ao longo dos anos, com qualidade acima da média e com centros de referência que estavam reconhecidos pelo Ministério da Saúde e, neste momento, o risco é de implosão”, disse à agência Lusa o presidente do Conselho Regional do Sul da OM, após ter-se reunido com as duas partes.

Segundo Paulo Simões, a cirurgia do Hospital Amadora-Sintra deveria ter cerca de 30 cirurgiões, mas atualmente só tem 16, oito dos quais pretendem deixar o serviço.

O dirigente da OM explicou que esta possível saída dos oito especialistas deve-se ao regresso, previsto para 14 de agosto, de dois colegas que foram suspensos por três meses, depois de terem denunciado más práticas no serviço, acusações que não se confirmaram numa peritagem feita pelo colégio da especialidade da OM.

“Eu percebo que quem está no serviço neste momento não esteja disponível para receber novamente as duas pessoas que, durante meses, andaram a recolher informações e foram pô-las na boca do mundo, dizendo que eram uns incompetentes e uns inaptos”, acusações “que não se confirmaram”, afirmou Paulo Simões.

O presidente do Conselho Regional do Sul da OM admitiu ainda que se trata de uma “situação muito complicada”, tendo também em conta que o novo conselho de administração do hospital tomou posse recentemente, o que faz com que necessite de “algum tempo para poder tentar uma encontrar uma solução”.

Após o encontro de hoje com os cirurgiões e com a administração, Paulo Simões reconheceu que a situação está “num impasse”, o que gera preocupação da ordem com a segurança dos utentes.

Perante isso, o dirigente da OM apelou para uma “solução de compromisso” urgente entre as partes, alegando também que esta situação “está a contaminar o próprio hospital”, já com reflexos na medicina interna.

“Procure-se encontrar uma solução dentro do que é possível e legal para se resolver essa situação. Se saírem os oito elementos que estão a ameaçar sair, o serviço, com oito pessoas, não consegue assegurar a sua função”, garantiu ainda Paulo Simões.

No início do mês, o conselho de administração do Hospital Fernando Fonseca assegurou, em comunicado, que a “indisponibilidade” por parte dos médicos não ponha em causa os “cuidados de saúde inadiáveis” aos utentes.

“A prestação dos cuidados de saúde inadiáveis à população não estará em causa. A direção do serviço de Cirurgia Geral está a reprogramar as escalas face à indisponibilidade manifestada pelas dispensas apresentadas”, afirmou na altura a administração.

A indisponibilidade dos médicos, esclareceu ainda o comunicado, surgiu na sequência de “diferendos” entre profissionais de saúde que originaram “duas denúncias [no final de 2022] de alegadas más práticas no seu serviço de cirurgia geral”.

“O elevado sentido de responsabilidade demonstrada pela instituição será mantido na gestão deste diferendo, pois assim o exigem a reputação construída ao longo de 28 anos e a necessidade de dar resposta perante uma comunidade de mais de 550.000 utentes”, sublinharam os responsáveis do hospital.

Últimas do País

Os ministérios da Saúde e das Finanças autorizaram um novo reforço de verbas para as Unidades Locais de Saúde e IPO, no valor de 600 milhões de euros, destinado à regularização de dívidas em atraso, foi hoje anunciado.
As viagens na A1 entre Lisboa e o Porto irão aumentar 45 cêntimos, para 25,05 euros, subindo ainda 50 cêntimos na A2 entre Lisboa e Algarve, para 23,80 euros, a partir de 01 de janeiro, segundo comunicado da Brisa.
Cinco urgências de Ginecologia e Obstetrícia vão estar fechadas na véspera e no dia de Ano Novo e uma de Pediatria na quarta-feira, segundo dados do Portal do SNS.
O presidente da Comissão Política de Secção do PSD de Vila Nova de Paiva foi detido pela GNR numa operação criminal que envolve ameaças, posse de armas ilegais e apreensão de munições e notas falsas.
O sistema europeu de controlo de fronteiras para cidadãos extracomunitários vai ser suspenso por três meses no aeroporto de Lisboa, infraestrutura que vai ser reforçada "de imediato" com militares da GNR, anunciou esta terça-feira o Ministério da Administração Interna (MAI).
A costa sul e as regiões montanhosas da ilha da Madeira vão estar sob aviso laranja na quinta-feira devido à previsão de chuva por vezes forte, que poderá ser benéfica sob a forma de granizo, segundo o IPMA.
Seis pessoas morreram nas estradas e 170 condutores foram detidos por excesso de álcool entre sábado e segunda-feira, no âmbito das operações que a GNR e a PSP estão a desenvolver no período de ano novo.
O tempo de espera para doentes urgentes no serviço de urgência geral do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) rondava às 09h45 de hoje como 16 horas e 30 minutos, segundos dados do Portal do SNS.
O presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) afirmou hoje que a descida de casos de cancro em 2022 reflete uma normalização estatística, após os atrasos nos diagnósticos provocados pela pandemia, alertando que a tendência é de aumento.
associação que representa os médicos tarefeiros disse hoje que as urgências hospitalares só funcionam graças ao trabalho dos referidos de serviço e determinadas que o atual modelo assenta num modelo de “exploração silenciosa”.