Madeira terá 50 milhões para reforçar projetos devido à inflação

© D.R

A proposta de reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) permitirá à Madeira dispor de 50 milhões de euros para reforçar a dotação financeira de projetos, devido à inflação, indicou hoje o secretário de Estado do Planeamento.
“Assistimos a um aumento considerável da inflação, mas também à dificuldade de obtenção de alguns componentes, de algumas matérias-primas. Isto inflacionou os preços, nomeadamente das empreitadas, tudo o que está relacionado com construção civil é por demais evidente, mas também noutras áreas, como no âmbito digital”, salientou Eduardo Pinheiro.

“Portanto, aquilo que fizemos foi assegurar também nesta reprogramação, junto da Comissão [Europeia], um reforço das verbas relativamente aos projetos existentes”, acrescentou o secretário de Estado do Planeamento, em declarações aos jornalistas no final de uma reunião com o secretário regional das Finanças, Rogério Gouveia, no Funchal.

Segundo Eduardo Pinheiro, a reunião entre os dois governantes serviu para acompanhar a execução do PRR na região, “mas também para fazer um ponto de situação à própria reprogramação” do plano.

A reprogramação do PRR “garantirá, por um lado, a possibilidade de a Madeira ter mais projetos e aumentar a ambição em alguns desses projetos”.

“E não menos importante, com um reforço de 50 milhões de euros para fazer face ao aumento de custos a que assistimos, […] em alguns dos projetos que já estavam em execução e, portanto, aguardamos agora uma decisão da Comissão [Europeia], mas obviamente não podemos estar parados e perder esta oportunidade histórica para o país”, sublinhou o secretário de Estado do Planeamento.

Questionado se o país vai conseguir cumprir o PRR até 2026, Eduardo Pinheiro indicou que o Governo está a trabalhar nesse sentido.

“O objetivo é precisamente esse. No âmbito desta reprogramação, foi-nos possível, no fundo, adaptar-nos à nova conjuntura, mas nunca alterando a data final de 2026, até porque não o podemos fazer. Portanto, temos é de unir esforços de todos aqueles que participam, de todas as entidades, para garantir a sua execução”, reforçou.

O secretário de Estado do Planeamento deslocou-se à Madeira, numa visita de dois dias, para um conjunto de encontros institucionais e visitas a projetos apoiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e pelo mecanismo financeiro plurianual EEA Grants.

A Madeira dispõe de 561 milhões de euros do PRR para projetos de âmbito regional, aos quais acrescem 136 milhões em avisos nacionais a que as entidades locais podem concorrer.

A estas verbas, acrescerão 91 milhões de euros fruto da reprogramação submetida a Bruxelas, referiu, por seu turno, o secretário regional das Finanças, Rogério Gouveia.

O responsável pela pasta das Finanças no Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP, disse também que a Madeira regista atualmente uma taxa de execução do PRR de 43%.

Rogério Gouveia considerou que, apesar das dificuldades na execução do plano, a sua concretização está a ocorrer “em velocidade de cruzeiro na Madeira” e os projetos estão a ser colocados no terreno “com um bom ritmo”.

“Independentemente das metas e marcos a que estamos vinculados, penso que podemos estar perante um cenário de execução integral do PRR até 2026 e é nisso que estamos focados e empenhados a trabalhar”, vincou.

No final de maio, Portugal submeteu uma proposta de reprogramação do PRR a Bruxelas, cuja dotação ultrapassa os 22.000 milhões de euros.

O montante total do PRR (16.644 milhões de euros — valor inicial), gerido pela Estrutura de Missão Recuperar Portugal, está dividido pelas suas três dimensões estruturantes – resiliência (11.125 milhões de euros), transição climática (3.059 milhões de euros) e transição digital (2.460 milhões de euros).

Da dotação total, cerca de 13.900 milhões de euros correspondem a subvenções e 2.700 milhões de euros a empréstimos.

Últimas de Economia

A remuneração dos novos depósitos a prazo dos particulares manteve-se nos 1,34% em setembro, interrompendo um ciclo de 20 meses de descidas, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).
As portagens das autoestradas poderão aumentar 2,3% em 2026, a confirmar-se a estimativa da taxa de inflação homóloga para outubro, sem habitação, divulgada hoje pelo INE, acrescida dos 0,1% de compensação às concessionárias.
A taxa de inflação na zona euro fixou-se em 2,1% em outubro deste ano, um ligeiro avanço face aos 2% do mesmo mês de 2024, revela a estimativa preliminar hoje divulgada pelo gabinete estatístico da União Europeia.
O elevado custo da energia e a concorrência desleal foram os dois principais alertas feitos hoje por líderes empresariais portugueses numa reunião com o vice-presidente executivo da Comissão Europeia (CE), Stéphane Séjourné, em Lisboa.
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou hoje que vai manter as taxas de juro diretoras, incluindo a taxa de depósitos em 2,00%, considerada neutra para a zona euro, por não estimular ou travar o crescimento económico.
O financiamento do Banco Português de Fomento (BPF) às empresas foi de 5.150 milhões de euros até setembro, dez vezes mais do que em todo o ano de 2024 (539 milhões de euros), divulgou hoje o banco público em conferência de imprensa.
As vendas no comércio a retalho cresceram 3,0% no terceiro trimestre deste ano, em termos homólogos, abrandando face aos 3,2% do segundo trimestre, anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
O Banco Central Europeu (BCE) avançou esta quinta-feira, 30, que está a preparar a primeira emissão do euro digital em 2029, assim que a legislação necessária para o efeito for adotada.
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,3% na zona euro e 1,5% na União Europeia no terceiro trimestre de 2025 face ao período homólogo de 2024, registando Portugal a quarta maior subida entre as percentagens disponíveis.
O indicador de confiança dos consumidores voltou a aumentar em outubro, enquanto o indicador de clima económico diminuiu, interrompendo as subidas dos últimos três meses, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).