Médicos mantêm greves e só voltam a negociar se receberem propostas antecipadamente

© D.R.

Os sindicatos dos médicos confirmaram as greves marcadas para as próximas semanas, alegando que o Governo voltou a não apresentar propostas concretas na reunião negocial que decorreu hoje.

Depois do encontro com o Ministério da Saúde, o terceiro após ter terminado no final de junho o prazo inicialmente acordado para estas negociações, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) manteve a greve nacional marcada para 25, 26 e 27 de julho.

Também a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) assegurou que vai avançar com a greve já anunciada para 01 e 02 de agosto, a segunda convocada por esta estrutura sindical em cerca de um mês, depois da paralisação que decorreu em 05 e 06 de julho.

Os dois sindicatos garantiram ainda à Lusa que, caso o Governo não envie as suas propostas antecipadamente, não comparecerão na nova reunião marcada para a manhã da próxima sexta-feira.

Também convocada pelo SIM, já na segunda-feira inicia-se uma greve de um mês ao trabalho extraordinário dos médicos de família, que o sindicato reconhece que vai afetar “muitas dezenas de milhar de consultas” nos centros de saúde.

O secretário-geral do SIM acusou o ministério de “não apresentar os documentos negociais”, o que levou o sindicato a manter o protesto de três dias marcado para a próxima semana.

“Infelizmente tivemos de recorrer a esta forma de combate”, uma vez que voltou a não ser possível chegar a acordo na reunião de hoje, no âmbito das negociações que se iniciaram ainda em 2022, salientou Jorge Roque da Cunha.

Segundo o dirigente sindical, o Governo “mais uma vez não fez aquilo que é a sua obrigação, que é apresentar propostas concretas” em relação à grelha salarial dos médicos, ao novo regime de dedicação plena, à organização do serviço de urgência e ao modelo de disciplina e organização do trabalho médico.

Roque da Cunha adiantou ainda que o Ministério da Saúde “se comprometeu” a enviar aos sindicatos as suas propostas antes da próxima reunião.

“O SIM só irá à reunião se for o cumprido o compromisso que o Governo assumiu connosco de enviar os documentos” antecipadamente, garantiu o dirigente sindical, uma posição que é também assumida pela FNAM.

“Ficou muito claro que a FNAM só volta à mesa negocial se a proposta for enviada previamente”, disse à Lusa a presidente da federação, para quem a greve de 01 e 02 de agosto é a “única salvaguarda para que efetivamente essa proposta possa existir”.

De acordo com Joana Bordalo e Sá, hoje “faz 15 meses e um dia” que as partes estão em negociações, lamentando que o ministro da Saúde não tenha enviado até 14 de julho as propostas para a grelha salarial e para o regime de dedicação plena.

“Todos os prazos razoáveis foram esgotados”, sublinhou a dirigente sindical, ao salientar que as reivindicações da FNAM pretendem que “haja médicos para estarem no Serviço Nacional de Saúde”.

Estas negociações começaram formalmente com a equipa do ministro Manuel Pizarro, mas as matérias a negociar foram acordadas com a anterior ministra, Marta Temido, que aceitou incluir a grelha salarial dos médicos do SNS no protocolo negocial.

Em cima da mesa estão as normas particulares de organização e disciplina no trabalho, a valorização dos médicos nos serviços de urgência, a dedicação plena prevista no novo Estatuto do SNS e a revisão das grelhas salariais.

Últimas do País

O portal da Segurança Social Direta vai estar temporariamente indisponível, entre as 16:00 de sábado e as 14:00 de domingo, devido a uma intervenção técnica, segundo o Instituto da Segurança Social (ISS).
Dos 131 presos atualmente detidos por crimes de violação, 102 são homens portugueses, duas são mulheres portuguesas, e 27 são homens estrangeiros. Os números “representam mais de 25% do total".
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) avisou hoje a população para o agravamento das condições meteorológicas nos próximos dias no continente, com chuva, vento, agitação marítima e queda de neve.
O número de alunos inscritos nos estabelecimentos de ensino superior da Madeira aumentou 3,7% no ano letivo 2023/2024, mais 150, mas o número de docentes baixou de 480 para 459, indicou hoje a Direção Regional de Estatística (DREM).
Mais de 16.000 estudantes foram afetados por interrupções escolares em Portugal devido a incêndios florestais em 2024, indica um relatório da Unicef sobre os riscos climáticos e o ensino divulgado hoje, Dia Internacional da Educação.
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) criticou hoje o recurso a uma "bolsa solidária de professores" para corrigir as provas-ensaio que vão testar o formato digital, e vai alargar a greve ao sobretrabalho para abranger essa tarefa.
A Câmara de Montalegre criou um pacote de medidas para fixar médicos que inclui um incentivo mensal de mil euros, apoio à habitação, pagamento de despesas como energia e água e entrada gratuita em equipamentos municipais.
Os talões de autuação da Polícia Municipal de Coimbra quase duplicaram no espaço de cinco anos, sobretudo por estacionamento indevido, e o município considera que, mesmo assim, é preciso fazer mais fiscalização.
Os avanços na inteligência artificial (IA) vão mudar os atuais modelos de ensino e avaliação nas universidades, obrigando a um controlo de qualidade ao trabalho realizado pelos estudantes, defendeu um especialista da Universidade de Coimbra (UC).
A GNR desmantelou, na terça-feira, uma unidade industrial utilizada para produção de canábis, em Alcanhões, no concelho de Santarém, tendo apreendido 115 quilos daquele estupefaciente pronto a vender e consumir, foi esta quinta-feira divulgado.