André Ventura acusa Santos Silva de “uso discricionário de poder”

© Folha Nacional

O líder do CHEGA, André Ventura, acusou hoje o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, de tratar as várias bancadas parlamentares de forma desigual e considerou que faz um “uso discricionário” do poder.

“Se tivéssemos de fazer um balanço de quase dois anos de trabalho de Augusto Santos Silva à frente do parlamento o balanço seria de uso discricionário de poder, arbitrariedade, desigualdade no tratamento entre bancadas e um sentimento de pertença da Assembleia da República que não compreendemos nem conseguimos aceitar”, afirmou.

Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, André Ventura indicou que “o CHEGA não precisa da complacência de ninguém” e tem representação parlamentar “por direito próprio e por voto dos portugueses”.

“O CHEGA não faz nenhuma questão de ser integrado nas viagens de Augusto Santos Silva, nem de ter, para lá do institucional, outro tipo de relação com o presidente da Assembleia da República, nem precisa da sua complacência nem da sua tolerância”, salientou.

O líder do CHEGA acusou ainda Augusto Santos Silva de ter relevado “complacência, falso paternalismo e arrogância política” e de ser “alguém que vê a Assembleia da República como a sua casa, e não a casa da democracia e a casa dos portugueses”.

André Ventura defendeu também que o socialista “nunca deveria ter sido eleito” presidente do parlamento e que os partidos deveriam ter apoiado a proposta do CHEGA para censurar a sua atuação.

O presidente da Assembleia da República apresentou hoje aos jornalistas o balanço da atividade parlamentar da primeira sessão legislativa, que se iniciou em 29 de março de 2022 e que terá uma duração de cerca de 18 meses.

Nessa conferência de imprensa, Santos Silva defendeu que atuou de forma aglutinadora e contida, desvalorizou os incidentes com o CHEGA e, do ponto de vista institucional, salientou que o Governo responde politicamente perante o parlamento.

O ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros considerou que o discurso de ódio tem de estar arredado da democracia, e rejeitou que a atuação do CHEGA tenha sido o seu maior desafio enquanto presidente da Assembleia da República.

Augusto Santos Silva procurou acentuar que não alinha as suas reações em função dos grupos parlamentares, mas, sim, em função dos seus deveres regimentais, recusando, por exemplo, a admissibilidade de projetos ou propostas de lei inconstitucionais, ou fazendo cessar intervenções de deputados que envolvam ofensas graves ou injúrias.

Mas “não utilizei todos os poderes que o Regimento me dá nestas circunstâncias”, advertiu.

Questionado sobre até quando manterá a sua decisão de não convidar deputados do CHEGA para integrar as suas comitivas em visitas oficiais a países estrangeiros, Augusto Santos Silva respondeu: “Pessoalmente, não acredito em penas perpétuas”.

O presidente da Assembleia da República referiu depois que essa sua opção de excluir deputados do CHEGA das suas comitivas oficiais resultou do comportamento deste grupo parlamentar na sessão solene de boas-vindas ao Presidente do Brasil, Lula da Silva, no passado dia 25 de abril – um comportamento que o indignou e que aconteceu na presença do Presidente da República, do primeiro-ministro, do corpo diplomático e de outras autoridades nacionais.

Últimas de Política Nacional

André Ventura surge destacado num inquérito online realizado pela Intrapolls, uma página dedicada à recolha e análise de inquéritos políticos, no contexto das eleições presidenciais marcadas para 18 de janeiro.
Casas de moradores na Amadora foram indicadas, à sua revelia, como residências de imigrantes, uma fraude testemunhada por pessoas pagas para mentir, existindo casos de habitações certificadas como morada de largas dezenas de pessoas.
André Ventura reagiu esta sexta-feira à polémica que envolve várias escolas do país que optaram por retirar elementos natalícios das fotografias escolares, decisão que tem gerado forte contestação entre pais e encarregados de educação.
Os doentes internados e os presos podem inscrever-se para voto antecipado nas eleições presidenciais de 18 de janeiro a partir de segunda-feira, e o voto antecipado em mobilidade pode ser requerido a partir de 04 de janeiro.
O líder do CHEGA acusou hoje o Governo de incompetência na gestão da saúde e considerou que os utentes não podem ser sujeitos a esperar 18 horas numa urgência, e o primeiro-ministro reconheceu constrangimentos e antecipou que poderão repetir-se.
A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMMT) decidiu abrir os cofres e fechar a transparência.
André Ventura reafirmou que pretende usar a Presidência da República como ponto de partida para uma mudança profunda no país.
As escutas da Operação Influencer abalaram o PS, expondo alegadas pressões, favores e redes internas de ‘cunhas’ que colocam Carneiro no centro da polémica e voltam a arrastar Costa para a controvérsia.
O Governo carrega no ISP e trava a fundo na queda que estava prevista no preço dos combustíveis. A promessa estala, a confiança vacila e Montenegro enfrenta a primeira fissura séria na sua credibilidade fiscal.
Catarina Martins voltou a dirigir insultos contundentes a André Ventura, acusando-o de ser “um bully político” que se comporta “como se estivesse no recreio da escola”.