O Fundo Monetário Internacional (FMI) está ligeiramente mais otimista sobre o crescimento deste ano da economia global e prevê uma taxa de 3%, igual à que também estima para 2024, segundo a atualização das projeções económicas hoje divulgadas.
No relatório intitulado “resiliência de curto prazo” e “desafios persistentes”, a instituição de Bretton Woods revê em alta de 0,2 pontos percentuais (p.p.) a previsão para este ano em comparação com as projeções de abril, sem alteração para 2024.
Apesar da ligeira melhoria, alerta para que a previsão para 2023–24 continua “bem abaixo da média anual histórica (2000–19) de 3,8%”.
Segundo o FMI, as economias avançadas continuam a influenciar o abrandamento do crescimento de 2022 a 2023, com a produção industrial mais fraca, bem como fatores idiossincráticos, compensada pela atividade de serviços mais forte.
Já nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento, a perspetiva de crescimento é amplamente estável para 2023 e 2024, embora com mudanças entre as regiões.
O FMI explica que a subida das taxas de referência dos bancos centrais para combater a inflação continua a pesar sobre a atividade económica e espera que a inflação global caia de 8,7% em 2022 para 6,8% em 2023 e 5,2% em 2024.
A inflação subjacente (‘core’) deve cair mais gradualmente e as previsões para a inflação em 2024 foram revistas em alta.
Para os Estados Unidos, projeta que o crescimento desacelere de 2,1% em 2022 para 1,8% em 2023 e para 1% em 2024, enquanto para a zona euro antecipa que o crescimento na zona euro caia de 3,5% em 2022 para 0,9% em 2023, antes de subir para 1,5% em 2024.
O FMI estima que o crescimento da economia do Reino Unido caia de 4,1% em 2022 para 0,4% em 2023 e suba para 1% em 2024.
Para o Japão prevê uma expansão do PIB de 1,1% em 2022 para 1,4% em 2023 e 1% em 2024, e estima que a economia chinesa cresça 5,2% este ano e 4,5% em 2024.
O FMI explica que o balanço dos riscos para o crescimento global continua para o lado descendente, mas os riscos adversos diminuíram desde a publicação do relatório de abril.
“A resolução das tensões do teto da dívida dos EUA reduziu o risco de aumentos perturbadores nas taxas de juros da dívida soberana, o que teria aumentado a pressão sobre os países que já lutam com o aumento dos custos de empréstimos. A ação rápida e enérgica das autoridades para conter as turbulências do setor bancário nos Estados Unidos e na Suíça conseguiu reduzir o risco de uma crise imediata e mais ampla”, aponta.
Admite que “resultados mais favoráveis para o crescimento global do que os previstos no cenário base tornaram-se cada vez mais plausíveis”, mas por outro lado indica a persistência de inflação, uma recuperação abaixo do esperado na China e um aprofundamento da fragmentação geoeconómica como riscos negativos.