“Portugal à Beira-Mar – A Importância Estratégica do Transporte Marítimo.

Os pioneiros nas descobertas marítimas”; “Os corajosos que se aventuraram por mares nunca antes navegados”; “Os protegidos dos Deuses”. O que mudou?! Porque deixamos nós de nos importar, com o Mar?! Será que é apenas mais uma gota no oceano, ou será que devemos aproveitar?!

Como podemos nós, de um momento para o outro esquecer-nos de épocas em que fomos tão grandiosos e tão inovadores, desde o ato de navegar, aos mais ousados instrumentos, para a época.
Uma nação na “cauda da Europa”, com um olhar dianteiro para as américas, voltado para “o velho continente” e com um olhar sobre o continente africano, o que melhor desejar. Com o decorrer dos tempos, cada vez mais percebemos que Portugal tem-se vindo a “esquecer”, do quanto fulcral é, para a UE.

Na existência de vários setores temos priorizado uns em detrimento de outros. A realidade é que é sempre difícil encontrar um equilíbrio entre os demais, mas é preciso perceber que por vezes uns podem ser a busca de oportunidades económicas e de desenvolvimento.
Com o fraco investimento que o país tem realizado no setor marítimo observamos que somos caracterizados, por portos congestionados, como o do Porto, de Lisboa, ou até mesmo o de Sines. Enfrentando atrasos na movimentação de carga, principalmente, pela débil capacidade das infraestruturas.
Como referi, anteriormente, os últimos executivos têm priorizado setores focando-se no transporte rodoviário que é predominante. Passando, assim a existir uma total dependência deste tipo de transporte originando um excessivo congestionamento nas vias referentes e provocando uma maior dificuldade na distribuição dos mais diversificados produtos, por todo o país. Sendo um grande desafio logístico que Portugal terá de enfrentar, de forma a que o interior tenha tanta conectividade como o litoral.
Na resolução destes mesmos problemas, os próximos executivos terão de investir em infraestruturas portuárias modernas, melhorando a sua capacidade, atualizando os demais equipamentos, de forma a alcançar a eficácia.
Investimentos que têm de ser feitos e que têm de ser apoiados, não só pelos executivos locais, como também pelo governo. Considerando, ainda as PPPs, as parcerias Público – Privadas, visto que são ótimos mecanismos para financiar projetos, permitindo uma maior participação do setor privado na modernização e, até mesmo na gestão de portos. Incentivando um mercado económico mais livre.
Por outro lado, é essencial promover o transporte ferroviário, uma vez que poderá ser
um transporte complementar de mercadorias. Possibilitando uma evolução na conectividade entre portos e o interior do país, reduzindo a dependência do transporte rodoviário. Uma promoção que não deve ser só feita internamente, ou seja, a nível nacional, mas que também deve ser feita a nível externo, a nível Internacional, visto que somos “a porta da Europa” . Deveremos, portanto, criar um corredor de transporte para
a União Europeia, aumentando assim a nossa competitividade e a nossa capacidade de exportação.
No fundo, devemos perceber que as políticas de transporte marítimo, não são só mais um setor. É um campo dinâmico e que deve estar em constante evolução, visto que permite resolver problemas existentes, permitindo uma maior complementaridade com outros modos de transporte que podem ser essenciais para a competitividade de Portugal.
O nosso país é “demasiado rico”, para ser desaproveitado, usufruamos da nossa vasta costa marítima e principalmente, não nos esqueçamos que detemos uma das maiores ZEE (Zona Económica Exclusiva).

“Como sabem, as nações são como os homens; não se medem aos palmos; cada uma é como é. E nós portugueses, graças a Deus, nunca fomos pequenos demais. Fomos bastantes para abraçar todo o mundo. Temos orgulho de sermos como somos. Não precisamos de habilidades de pedreiro, a fazer pirâmides de 7 metros para sermos maiores do que realmente somos.” – José Hermano Saraiva

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