Ultraconservador Mike Johnson eleito líder da Câmara dos Representantes dos EUA

O Republicano Mike Johnson, representante do 4º distrito da Luisiana, foi eleito hoje líder da Câmara dos Representantes após três semanas de caos no Congresso norte-americano.

©Facebook de Mike Johnson

Johnson recebeu 220 votos, mais três que os 217 de que precisava para ser eleito ‘speaker’, unindo as várias fações que até aqui se mostraram indisponíveis para apoiar um só candidato perante a destituição histórica de Kevin McCarthy, no início de outubro. O congressista vai liderar uma maioria curta numa câmara dividida, com 221 republicanos e 214 democratas, e terá de resolver o problema do orçamento temporário, que expira a 17 de novembro.

Alinhado com a ala mais conservadora da maioria Republicana, o novo líder, de 51 anos, é considerado um aliado feroz de Donald Trump. Liderou a iniciativa assinada por mais de 100 congressistas republicanos em apoio ao processo do Texas que pretendia reverter a vitória de Joe Biden em 2020 e defendeu o ex-presidente durante o ‘impeachment’.

O jornal New York Times descreveu-o, em 2022, como “o mais importante arquiteto das objeções ao Colégio Eleitoral”.

No entanto, não ganhou proeminência nacional, ao contrário do anterior nomeado Jim Jordan, o que o poderá ter ajudado a conseguir unanimidade entre os Republicanos.

Em matérias sociais, Johnson é mais conservador que Kevin McCarthy, mas não criou anticorpos junto dos moderados, sendo considerado menos cáustico e antagonista.

Apesar de não integrar a ala radical Freedom Caucus, defende uma restrição rigorosa do direito ao aborto, a proteção de pessoas que discriminam membros da comunidade LGBTQ+ e introduziu uma proposta de lei que proíbe a discussão de identidade ou orientação sexual em instituições com financiamento federal.

Johnson foi o quarto nomeado para a posição após o falhanço de Jim Jordan e as desistências de Steve Scalise e Tom Emmer, este último após Trump se ter pronunciado contra ele. Emmer foi um dos congressistas que aceitou certificar a eleição de Joe Biden em 2021.

Perante a ameaça de paralisação do governo federal em novembro, Mike Johnson terá de alinhar os congressistas em matéria de pacotes financeiros de ajuda à Ucrânia e a Israel, ambas envolvidas em guerras sem fim à vista.

É vice-líder da maioria Republicana e membro da Comissão Judiciária e da Comissão de Serviços Armados.

O nomeado a ‘speaker’ pelos democratas, Hakeem Jeffries, recebeu 209 votos. ​​​​​​​

Últimas de Política Internacional

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse hoje que Israel não tem "nenhuma desculpa" para recusar o cessar-fogo no Líbano negociado pelos Estados Unidos e pela França.
Olaf Scholz foi escolhido por unanimidade como o candidato primeiro-ministro do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) nas eleições legislativas antecipadas de 23 de fevereiro, anunciou hoje o partido.
A lusodescendente e senadora republicana de Rhode Island, Jessica de la Cruz, espera que o seu partido "não desperdice a oportunidade” gerada pela vitória de Donald Trump, admitindo à Lusa ansiar pela redução governamental prometida pelo Presidente eleito.
A Alemanha e a França sinalizaram hoje que tomaram nota dos mandados de detenção do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro israelita e o seu ex-ministro da Defesa, mas sem indicarem se os aplicarão.
O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu hoje mandados de captura para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e o chefe do braço militar do Hamas, Mohammed Deif.
A Comissão Europeia adotou hoje um conjunto de diretrizes para melhorar os direitos das pessoas com deficiências e para ajudar na promoção de um estilo de vida independente, com integração nas comunidades.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros anunciou hoje que a embaixada de Portugal em Kiev encerrou “temporariamente e por alguns dias”, mas salientou que tal já aconteceu por várias vezes durante a guerra da Ucrânia.
A embaixada dos Estados Unidos em Kiev vai encerrar depois de ter sido alertada para um "possível ataque aéreo significativo" contra a Ucrânia, após Moscovo ter ameaçado responder ao uso de mísseis norte-americanos de longo alcance contra território russo.
O parlamento ucraniano aprovou hoje o orçamento para 2025, no qual 60% da despesa (50 mil milhões de euros) serão consagrados à defesa e à segurança nacional, para combater a invasão russa e suas consequências, anunciou o Governo.
O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje o decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, depois de os Estados Unidos terem autorizado Kiev a atacar solo russo com os mísseis de longo alcance.