Convenção. Ventura quer mostrar um partido “candidato a governar”

O presidente do CHEGA, André Ventura, quer mostrar na VI Convenção Nacional que o partido "é candidato a governar" o país e identificou PS e PSD como principais adversários nas eleições legislativas de março.

© Folha Nacional

“Espero que estes três dias sejam, para o CHEGA, um momento de afirmação, em que assume definitivamente que é candidato a governar Portugal e que, por isso, vai querer estar numa luta a três com o PS e com o PSD”, afirmou.

O líder do CHEGA defendeu que o partido “está pronto” para ser governo, antecipando que “pode estar a acabar o tempo em que foram apenas dois partidos a governar Portugal”.

“É essa credibilidade, esse desejo e essa ambição que eu gostava de passar neste congresso, que eu gostava de passar aos militantes do CHEGA e dizer aos portugueses que há uma alternativa, mesmo que eles olhem hoje para o centro-direita e para a direita e possam pensar que não há”, sustentou.

André Ventura falava aos jornalistas à chegada à VI Convenção Nacional do CHEGA, que decorre entre hoje e domingo em Viana do Castelo, na qual é recandidato à liderança.

“O CHEGA tem de deixar de ser o partido que seja a voz do protesto, que pode continuar a ser, mas tem também a responsabilidade de, neste congresso, perante aquilo que as sondagens lhe atribuem, ser um partido de governo e de apresentação de soluções”, disse, mas recusou tratar-se de “uma questão de moderação”.

O líder do CHEGA reiterou que o objetivo do partido é vencer as eleições legislativas de 10 de março.

“O CHEGA não está só empenhado em liderar o espaço do centro-direita e da direita, o CHEGA vem para vencer estas eleições, e é esse o novo objetivo”, disse, apontando que PS e PSD serão os principais adversários.

“É evidente, porque são quem está neste momento à nossa frente. Portanto, se nós queremos governar, os nossos adversários são o PS e o PSD”, sustentou, salientando que “o CHEGA apresenta-se a estas eleições para governar” e apresentar as soluções que tem para o futuro do país.

“É isto que este congresso deverá ser. Mais do que as alterações estatutárias e as eleições dos órgãos, estando à beira de uma eleição geral, nacional, o CHEGA deve ter a responsabilidade de dizer que quer governar, que proposta tem para governar, e quem tem”, salientou.

O recandidato à liderança à liderança recusou que esta seja uma mudança nos objetivos do partido, e apontou que constitui “uma mudança no caminho que deve fazer a partir de agora”.

“Evidentemente que o nosso maior adversário, pela destruição que tem feito ao país e pela sua incapacidade de assumir responsabilidade, será o PS e Pedro Nuno Santos. Mas como o PSD também já deu mostras de que não fará ou não faria muito diferente do PS, estes são os adversários que temos que ultrapassar nas próximas semanas, e eu penso que com as sondagens que temos, com a força que vamos ter, isso é possível”, defendeu.

Ventura defendeu também que a responsabilidade do CHEGA é mostrar o que aporta de diferente “face ao PS e ao PSD para mudar Portugal”.

Questionado se houve ou não conversas com o deputado António Maló de Abreu (que deixou o PSD nos últimos dias) para integrar as listas do CHEGA nas legislativas, Ventura recusou-se comentar neste momento, indicando que os candidatos a deputados serão conhecidos nos próximos dias.

“Não é uma questão que me envolva só a mim”, afirmou, indicando ter “o dever de salvaguardar pessoas e informações” e que isso lhe foi pedido.

Ventura adiantou que, além de dirigentes e militantes do CHEGA, contará também com “nomes de variadíssimos partidos”, havendo “uma prevalência grande de nomes do PSD”.

André Ventura aproveitou ainda para “dedicar o esforço deste congresso, a luta deste congresso, simbolicamente, aos milhares de polícias, forças de segurança, guardas prisionais que estão em luta pelo país todo”.

“Estamos com eles, estamos ao lado deles, e este congresso será também para lhes dar soluções”, apontou.

Os trabalhos da 6.ª Convenção Nacional do CHEGA arrancaram pelas 20:32 apenas para assinalar a abertura das urnas para eleição da Mesa deste órgão, tendo fechado logo de seguida para este ato eleitoral.

Com o lema da reunião magna “Limpar Portugal”, a entrada de André Ventura, para uma sala ainda a metade, foi marcada por gritos do nome do líder e recandidato a presidente do partido, com uma música de fundo.

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