Ventura afasta Maló de Abreu das listas do CHEGA

O ex-deputado do PSD Maló de Abreu anunciou hoje que desistiu de integrar as listas do CHEGA às legislativas de 10 de março, na sequência da polémica com a sua residência em Luanda.

© Folha Nacional

“Comuniquei a quem de direito que não integrarei as listas do CHEGA, nem serei candidato a deputado. Porque sou um homem livre e dono do meu destino”, sublinha Maló de Abreu numa declaração escrita enviada à agência Lusa.

A decisão surge na sequência da polémica criada após uma notícia da revista Sábado, segundo a qual Maló de Abreu (que passou recentemente a deputado não inscrito depois de ter saído do PSD) recebeu cerca de 75 mil euros em subsídios e ajudas de custo por ter declarado residência em Luanda.

A Sábado noticiou que, apesar de ter residência em Luanda, Maló de Abreu viveu “maioritariamente entre Lisboa e Coimbra” ao longo desta legislatura.

Na missiva, enviada à Lusa, Maló de Abreu assegura que a sua vida profissional “passou e passará por Luanda” e que o seu “círculo afetivo, pessoal, familiar e social estão em Angola”, rejeitando ter recebido quaisquer subsídios abusivamente.

“Deixei de fazer vida em Portugal, estando praticamente apenas e só em Lisboa porquanto os trabalhos parlamentares a isso me obrigam. E mais: nasci em Angola, vivi e vivo em Angola, onde nasceram o meu pai e avós, os meus irmãos e sobrinhos, e os meus netos também”, refere, acrescentando que tem dupla nacionalidade “há tempo bastante para ser cidadão angolano, com casa e morada em Luanda e na plenitude de todos os direitos inerentes”.

“Ter a minha casa e morada em Luanda, como deputado eleito pelo círculo de Fora da Europa, não acrescentou à minha conta um cêntimo a mais ao que já recebia anteriormente, com residência no continente português”, aponta.

O deputado faz uma longa exposição, ao longo de 11 pontos, indica que se tratou de uma decisão sua, justificada com “uma postura de decência na vida pública e política”.

“Não vivo da política, nem preciso da política para viver”, salienta.

À Lusa, o presidente do CHEGA indicou ter transmitido a António Maló de Abreu que “já não havia condições” para continuar nas listas de candidatos e que “ele aceitou”.

Questionado sobre a posição de Maló de Abreu que se tratou de uma decisão pessoal, André Ventura respondeu: “Houve consenso, ele já sabia da minha decisão”.

Na nota enviada à Lusa, Maló de Abreu indica também que “tudo fizeram e fazem” – porém sem identificar a quem se refere – para que “deixe de ser uma solução, de mudança e de esperança, através do CHEGA, para os portugueses que vivem no mundo”.

“Para passar a ser um problema – com que quem me convidou tem agora de lidar. E eu não permitirei que isso aconteça”, continua.

Maló adianta que não passou a receber mais do que recebia quando alterou a morada para Angola no início da legislatura e diz ter direito a deslocações às comunidades portuguesas dos países do círculo pelo qual foi eleito, apontando que em 2022 não chegou “sequer a esgotar a verba legalmente atribuída para o efeito”.

Quanto às viagens a casa a que tem direito, que diz serem duas por mês, “foram sempre marcadas através do secretariado do Grupo Parlamentar do PSD” e “compradas diretamente pelos serviços próprios da Assembleia da República”, acrescenta.

Maló de Abreu agradeceu ao líder do CHEGA o convite para integrar as listas e aponta que André Ventura e os dirigentes do partido tiveram consigo “uma atitude de grande consideração e respeito”.

O deputado adianta também que irá mover uma ação judicial por “danos irreparáveis” ao seu “bom nome e reputação”.

O presidente do CHEGA tinha afirmado que António Maló de Abreu seria excluído das listas de candidatos a deputados caso se confirmasse “que recebeu abusivamente” subsídios por ter declarado a sua residência em Luanda aos serviços do parlamento.

No dia 10, Maló de Abreu informou o secretário-geral do PSD que deixava o partido e transmitiu ao presidente do grupo parlamentar social-democrata que passaria à qualidade de deputado não inscrito até ao final da legislatura.

Dez dias depois, foi anunciado por André Ventura como cabeça de lista do CHEGA às legislativas pelo círculo fora da Europa.

Últimas de Política Nacional

O CHEGA vai pedir esclarecimentos ao ministro da Educação acerca das alegadas pressões sobre a Universidade do Porto para admitir a entrada em Medicina de alunos sem a classificação mínima e pediu uma investigação ao Ministério Público.
O deputado municipal do CHEGA e candidato à Câmara de Lisboa Bruno Mascarenhas anunciou hoje a apresentação de uma moção de censura ao executivo da câmara de Lisboa, exigindo responsabilidades pelo acidente com o elevador da Glória.
CHEGA questiona primeiro-ministro após este se ter oposto à divulgação pública de informação sobre os seus imóveis.
A poucos dias do arranque do ano letivo, milhares de alunos continuam sem professores atribuídos. O CHEGA acusa o Governo de falhar gravemente na gestão da Educação e promete levar o tema ao Parlamento.
O partido CHEGA anunciou que vai suspender a manifestação prevista para este sábado, dia 6 de setembro, em respeito pelas vítimas do acidente ocorrido na passada quarta-feira, devido ao descarrilamento do Elevador da Glória, em Lisboa, que provocou 16 mortes. A decisão foi comunicada pelo partido através de um comunicado enviado aos jornalistas.
O partido CHEGA vai realizar uma manifestação “contra o travão à Lei de Estrangeiros” no próximo dia 6 de setembro, pelas 15h00, com início no Centro de Congressos de Lisboa e término no Palácio de Belém. A iniciativa tinha sido inicialmente marcada para 24 de agosto, mas foi adiada em solidariedade com as vítimas dos incêndios que devastaram o país.
O CHEGA afirmou hoje que o Governo pretende adiar para outubro a aprovação final da revisão da lei da nacionalidade, dando prioridade ao processo para sanar as inconstitucionalidades apontadas pelo Tribunal Constitucional na lei de estrangeiros.
A Câmara Municipal da Amadora, presidida pelo socialista Vítor Ferreira, adjudicou, por ajuste direto, uma obra de cimento de oito toneladas para celebrar Mário Soares ao artista urbano Alexandre Farto, conhecido como Vhils, pelo valor de 246 mil euros. A obra terá 2,5 metros de altura e cinco de comprimento, e será instalada na Praça da Liberdade, segundo revelou o jornal PÁGINA UM.
O Governo começa hoje a receber os partidos com assento parlamentar para discutir o Orçamento do Estado para 2026, o conflito no Médio Oriente, a lei da nacionalidade e dos estrangeiros e a criação de novas freguesias.
O CHEGA propõe aumentar as penas para quem for condenado por atear fogos florestais, prevendo a possibilidade de aplicação da pena máxima prevista no sistema português e a sua equiparação a terrorista.