Ventura solidário com polícias culpa o Governo por instabilidade no setor

O líder do CHEGA, André Ventura, disse hoje compreender a revolta das forças policiais e atribuiu ao Governo a culpa e a responsabilidade por não haver jogos de futebol ou por as eleições poderem a ser afetadas.

© Folha Nacional

André Ventura falava aos jornalistas no inicio de uma arruada nas ruas do Seixal, no distrito de Setúbal, reagindo a uma entrevista do presidente do Sindicato Nacional da Polícia à estação televisiva SIC-Noticias na qual disse que não só os jogos de futebol estão em risco como também podem estar as eleições legislativas, porque são os polícias que transportam as urnas de voto.

O líder do CHEGA disse acreditar que tal não irá acontecer, mas atribuiu ao Governo a total responsabilidade pela atual tensão nas forças de segurança.

“Eu acho que isso não vai acontecer. As forças de segurança são as principais interessadas em que haja uma mudança política, seja à esquerda ou à direita, que permita resolver estes problemas”, disse, declarando compreender a “frustração e a indignação dos polícias”.

Segundo André Ventura, o Governo conseguiu um feito extraordinário de, em gestão, aumentar ainda mais o sentimento de “descompensação, frustração e indignação”.

“Compreendo a revolta destas pessoas, e eu faria o mesmo no lugar deles. Sei que isto me vai custar votos e apoios mas tenho de dizer porque é o que eu sinto. Estes homens e mulheres não aguentam mais”, frisou.

O líder do CHEGA lançou também criticas ao ministro da Administração Interna, que hoje anunciou a participação ao Ministério Público de todos os novos indícios de incitamento à insubordinação, a sua prática e eventual ligação a movimentos extremistas, praticados pelas forças policiais.

“Estes homens e mulheres sentem-se espezinhados, humilhados e traídos e hoje esperavam ouvir do ministro da Administração Interna uma palavra de que vamos abrir negociações, uma ronda de conversações ou de análise. Mas não. O que ouviram foi ameaças de participações ao Ministério Público e à Inspeção-geral da Administração Interna”, disse.

Para André Ventura, “não é com ameaças que o ministro vai resolver o problema”, mas sim de ouvir os movimentos e os sindicatos de policias e tentar chegar a uma solução para que seja possível alcançar a tranquilidade que o país precisa numa altura de campanha eleitoral.

“Decidiu fazer o contrário, entrar no confronto, na ameaça, na participação, é um caminho possível”, disse adiantando que o CHEGA esta do lado das forças de segurança prometendo que o seu partido abrirá uma ronda de negociações para conseguir equiparar o suplemento atribuído à Policia Judiciária a estas polícias (PSP e GNR).

Sobre a arruada realizada hoje no Seixal, André Ventura disse ser uma de muitas que tem agendadas para o distrito de Setúbal, um território afirma ser uma das lutas prioritárias do CHEGA e onde espera vencer a esquerda e a AD.

Últimas de Política Nacional

O Ministério Público (MP) pediu hoje penas entre os cinco e nove anos de prisão para os ex-presidentes da Câmara de Espinho, Miguel Reis (PS) e Pinto Moreira (PSD), por suspeitas de corrupção no processo Vórtex.
O presidente do CHEGA, André Ventura, anunciou hoje que o seu partido votará contra o novo pacote laboral no parlamento se o Governo não ceder em matérias como o despedimentos e alterações na área da parentalidade.
A mensagem gerou indignação, o caso abalou o ministério e levou a uma demissão, mas o inquérito interno concluiu que não houve infração disciplinar. Nataniel Araújo sai ilibado e continua como chefe de gabinete da Agricultura.
Os vereadores e deputados municipais do CHEGA têm rejeitado a criação da Comunidade Intermunicipal da Península de Setúbal.
Bruxelas paga, Lisboa faz campanha: Ângelo Pereira (PSD) e Ricardo Pais Oliveira (IL) estiveram no terreno eleitoral enquanto recebiam vencimentos do Parlamento Europeu, prática proibida pelas regras comunitárias.
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao INEM decidiu hoje suspender os trabalhos durante o período de Natal e Ano Novo e na segunda semana de janeiro, devido às eleições presidenciais.
Num mês em que as presidenciais já se travavam mais nos ecrãs do que nas ruas, André Ventura esmagou a concorrência: foi o candidato que mais apareceu, mais falou e mais minutos ocupou nos principais noticiários nacionais.
O Ministério da Saúde voltou a entregar um contrato milionário sem concurso: 492 mil euros atribuídos diretamente ao ex-ministro social-democrata Rui Medeiros, aumentando a lista de adjudicações diretas que colocam a Saúde no centro da polémica.
A nova sondagem Aximage para o Diário de Notícias atira André Ventura para a liderança com 19,1% das intenções de voto. Luís Marques Mendes surge logo atrás com 18,2%, mas o maior tremor de terra vem do lado do almirante Gouveia e Melo, que cai a pique.
André Ventura surge destacado num inquérito online realizado pela Intrapolls, uma página dedicada à recolha e análise de inquéritos políticos, no contexto das eleições presidenciais marcadas para 18 de janeiro.