Suécia anuncia apoio recorde de 633 milhões de euros à Ucrânia

A Suécia anunciou hoje um apoio recorde à Ucrânia de 7,1 mil milhões de coroas (633 milhões de euros), alegando que se trata de “uma questão de humanidade e decência”.

© Facebook de Pål Jonson

 

“A razão pela qual continuamos a apoiar a Ucrânia é uma questão de humanidade e decência. A Rússia iniciou uma guerra ilegal, não provocada e indefensável”, disse o ministro da Defesa, Pål Jonson, em conferência de imprensa.

A maior parte desta ajuda consiste em munições de artilharia, navios de guerra, armas subaquáticas (minas e torpedos), mísseis antitanque, granadas e sistemas antiaéreos solicitados por Kiev.

Este pacote de ajuda, o 15.ºconcedido por Estocolmo desde o início da guerra, surge poucos dias antes da data simbólica de 24 de fevereiro, o segundo aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia.

“A situação na Ucrânia é difícil”, disse o ministro da Defesa sueco, que prometeu apoiar Kiev durante o tempo que for necessário.

As tropas russas estão na ofensiva em grande número, enquanto o exército ucraniano carece de homens, armas, munições e a ajuda americana está congelada.

O apoio anunciado pelo governo sueco é também essencial para garantir a segurança do país escandinavo a longo prazo, argumentou Mikael Oscarsson, do Partido Democrata Cristão (Kristdemokraterna), membro da coligação governamental, durante a conferência de imprensa.

“Haverá consequências diretas para a nossa segurança se Putin vencer” a guerra, afirmou.

A ajuda chega dias depois de a Ucrânia ter assinado acordos bilaterais de segurança com Berlim, Paris e Londres, no início deste ano, para resolver as atuais fraquezas da NATO.

Entretanto, a Hungria, o último país da NATO a ratificar a adesão da Suécia à organização, prepara-se para a apoiar hoje, de acordo com um pedido de votação feito pelo partido no poder.

“Peço ao presidente do parlamento que inclua na ordem do dia da sessão de 26 de fevereiro a votação final do protocolo de adesão da Suécia ao Tratado da Aliança Atlântica, que pretendemos apoiar”, disse no facebook o presidente do grupo parlamentar Fidesz, Mate Kocsis.

Após meses de atraso, o primeiro-ministro Viktor Orban já tinha dado um sinal favorável no sábado, durante o discurso sobre o Estado da Nação.

“Estamos no bom caminho para ratificar a adesão” do país nórdico “no início da sessão parlamentar da primavera”, sublinhou, referindo-se a “medidas importantes tomadas para reconstruir a confiança”.

O líder nacionalista, que se destaca na UE por manter laços estreitos com o Kremlin, há muito que dá o seu apoio de princípio à candidatura sueca, mas tem estado a arrastar os pés até agora.

Orban convidou o seu homólogo sueco, Ulf Kristersson, para uma visita à Hungria para restaurar a “confiança”, após anos de acusações de deriva autoritária em relação ao governo húngaro.

O responsável sueco aceitou o convite, mas rejeitou a ideia de “negociações” e “exigências” no processo. Até agora, ainda não foi agendada qualquer visita.

Viktor Orban prometeu não ser o último a dar luz verde à adesão da Suécia à NATO, mas acabou por ser ultrapassado pelo parlamento turco, que a aprovou em janeiro, após 20 meses de negociações.

A Suécia anunciou a sua candidatura à NATO em maio de 2022, na sequência da invasão russa da Ucrânia, ao mesmo tempo que a Finlândia, que se tornou o 31.º membro da organização, em abril de 2023.

Os dois países vizinhos romperam assim com décadas de neutralidade pós-Segunda Guerra Mundial e, em seguida, com o não-alinhamento militar desde o fim da Guerra Fria.

Últimas de Política Internacional

A NATO vai reforçar a vigilância e segurança no flanco leste da Aliança Atlântica, depois do incidente em que drones russos entraram no espaço aéreo da Polónia, anunciou hoje a organização.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, homenageou hoje, numa cerimónia solene no Pentágono, as vítimas dos atentados de 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque e Washington, que causaram cerca de 3.000 mortos.
O Presidente finlandês, Alexander Stubb, acusou hoje a Hungria e a Eslováquia de alimentarem a invasão da Ucrânia com as compras de recursos fósseis russos, durante uma visita à Ucrânia, ecoando críticas de Kiev.
A Comissão Europeia desembolsou hoje a oitava parcela do empréstimo de assistência macrofinanceira excecional (AMF), no valor de mil milhões de euros, de um total de 18,1 mil milhões de euros.
Peter Mandelson foi destituído do cargo de embaixador britânico nos Estados Unidos "com efeito imediato", na sequência de alegações sobre a sua relação com o abusador de menores norte-americano Jeffrey Epstein, comunicou hoje o Governo.
A Polónia, membro da União Europeia (UE) e da NATO, anunciou hoje que restringiu o tráfego aéreo na sua fronteira leste, após a invasão de cerca de 20 drones russos suspeitos no seu território.
O primeiro-ministro polaco anunciou esta quarta-feira que vai invocar o artigo 4.º do Tratado da NATO, que prevê consultas entre todos perante ameaças à segurança de um dos Estados-membros, na sequência da violação do seu espaço aéreo por drones russos.
A França regista hoje protestos que se fizeram sentir principalmente nos transportes e autoestradas, com mais de 100 detenções, a maioria em Paris, num dia em que estava previsto um bloqueio total convocado contra as medidas do Governo.
Manifestantes nepaleses incendiaram esta terça-feira o Parlamento na capital Katmandu, após a demissão do primeiro-ministro na sequência de protestos que causaram 19 mortos, anunciou um porta-voz da assembleia.
O Parlamento Europeu (PE) validou hoje o acordo entre a União Europeia (UE) e o Brasil que permite o intercâmbio de dados pessoais e não pessoais para combater a criminalidade grave e o terrorismo.