MNE polaco apoia Macron sobre possibilidade de envio de tropas da NATO para a Ucrânia

O chefe da diplomacia polaca, Radosław Sikorski, admitiu que a presença de tropas da NATO na Ucrânia “não é impensável” e agradeceu ao Presidente francês, Emmanuel Macron, a iniciativa de falar no assunto.

© Facebook de Radosław Sikorski

 

Sikorski fez a observação durante um debate que assinalou o 25.º aniversário da adesão da Polónia à NATO, no parlamento polaco, na sexta-feira, e o Ministério dos Negócios Estrangeiros divulgou os comentários mais tarde nas redes sociais.

“A presença de forças da NATO na Ucrânia não é impensável”, afirmou Sikorski, citado pela agência norte-americana AP.

“Aprecio a iniciativa do Presidente Emmanuel Macron, porque o que está em causa é que [o Presidente russo Vladimir] Putin tenha medo, e não que nós tenhamos medo de Putin”, acrescentou.

Macron afirmou em fevereiro que a possibilidade de envio de tropas ocidentais para a Ucrânia não podia ser excluída, um comentário que suscitou o protesto de outros líderes.

Mais tarde, as autoridades francesas procuraram clarificar os comentários de Macron e atenuar a reação adversa, insistindo simultaneamente na necessidade de enviar um sinal claro à Rússia de que não pode vencer a guerra contra a Ucrânia.

Foi então admitida a possibilidade do envio de instrutores militares sem envolvimento em combates.

A guerra foi desencadeada pela invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

Moscovo avisou que um conflito direto entre a NATO e a Rússia será inevitável se a Aliança Atlântica enviar tropas de combate para a Ucrânia.

Vladimir Putin advertiu que tal ação poderá desencadear uma guerra nuclear global.

O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, foi um dos líderes europeus que excluíram o envio de tropas para a Ucrânia após as declarações de Macron.

“A Polónia não tenciona enviar as suas tropas para o território da Ucrânia”, assegurou Tusk.

O Presidente polaco, Andrzej Duda, e Tusk vão deslocar-se a Washington para uma reunião na Casa Branca (presidência dos Estados Unidos) na terça-feira.

Os polacos esperam incentivar os Estados Unidos a fazer mais para ajudar a Ucrânia.

A Polónia é membro da NATO e tem fronteiras, entre outros países, com a Ucrânia, a Bielorrússia (aliada da Rússia), e o enclave russo de Kaliningrado, situado no Báltico.

No passado, a Polónia esteve sob controlo russo e existe o receio de que, se a Rússia vencer na Ucrânia, possa vir a atacar outros países numa região que Moscovo considera ser a sua esfera de interesses.

A NATO (sigla inglesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte) passou a ter 32 membros desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, com a adesão da Finlândia e da Suécia, países que mantinham uma tradição de neutralidade.

Últimas de Política Internacional

A Comissão Europeia exigiu hoje a Portugal e a outros quatro países a concluírem a transposição da diretiva da União Europeia (UE) sobre a água potável, em incumprimento desde 12 janeiro de 2023.
A Comissão Europeia propôs hoje a redução do prazo de licenciamento em projetos de defesa de anos para 60 dias, a redução da carga administrativa e melhor acesso ao financiamento para assim estimular investimentos na União Europeia (UE).
Os líderes do G7 afirmaram o direito de Israel a "defender-se", acusaram o Irão de ser a "principal fonte de instabilidade e de terrorismo na região" e apelaram à "proteção dos civis", segundo uma declaração conjunta.
O Partido Popular de Espanha (direita), que lidera a oposição, voltou hoje a pedir a demissão do primeiro-ministro, devido às suspeitas de corrupção na cúpula socialista, mas rejeitou uma moção de censura ao Governo.
O Tribunal de Contas Europeu (TCE) defende um orçamento da União Europeia (UE) a longo prazo mais simples e flexível para se poder adaptar às “circunstâncias em mudança”, pedindo que, perante nova dívida comum, sejam mitigados os riscos.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmaram no domingo que "este não é o momento para criar incerteza económica" e que devem ser evitadas "medidas protecionistas".
A chefe da diplomacia europeia sublinhou hoje, junto do Governo iraniano, que a UE "sempre foi clara" na posição de que Teerão não deve ter armas nucleares.
O enviado especial francês para a terceira Conferência do Oceano da ONU (UNOC3) anunciou hoje, último dia dos trabalhos, que o Tratado do Alto Mar, de proteção das águas internacionais, será implementado em 23 de setembro, em Nova Iorque.
As delegações dos EUA e da China, reunidas durante dois dias em Londres para resolver as diferenças comerciais entre os dois países, anunciaram na noite de terça-feira um acordo de princípio, deixando a validação para os respetivos presidentes.
O primeiro-ministro da Hungria, o nacionalista Viktor Orbán, afirmou hoje que a Direita europeia sofre o ataque dos "burocratas" de Bruxelas e que, apesar disso, os "patriotas" cooperam para vencer em todo o continente europeu.