Estudantes da Universidade Lisboa consternados com extinção do Ministério do Ensino Superior

A Associação Académica da Universidade de Lisboa manifestou hoje a sua consternação com a extinção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, considerando que constitui “um passo atrás” na valorização da economia do conhecimento e do ensino superior.

© D.R.

 

Numa carta aberta dirigida ao primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, a direção-geral da associação, que representa os interesses coletivos dos mais de 52.000 estudantes da maior universidade do país, apela à desintegração do anunciado Ministério e à manutenção do Ministério da Educação e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Expressando a sua “enorme consternação”, os estudantes defendem não ser possível “um ministro só, independentemente da sua qualidade política individual ou dos secretários de Estado na sua tutela, conseguir gerir de forma reformista esta área da governação tão importante, em paralelo com diversas pastas desafiantes, assim enquadradas num ‘superministério’”.

Apesar de concordar com a necessidade de “uma estratégia nacional concertada para a Educação”, a Associação Académica da Universidade de Lisboa (AAUL) considera que “os diversos ciclos de ensino em Portugal necessitam de uma resposta personalizada aos diversos problemas que existem”.

“Mais ainda, tememos que a fusão destes dois ministérios poderá impactar severamente na capacidade de o Governo proceder às reformas necessárias no nosso Ensino Superior”, realça a associação na carta divulgada através de um comunicado.

No seu entender, o país não pode ter um Governo que não veja a revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) e a reformulação do modelo de Ação Social como prioridades ou que “se atrase o debate relativo ao atual modelo de financiamento do Ensino Superior”.

“O Ensino em Portugal atravessa enormes dificuldades. O Governo que em breve irá tomar posse enfrenta perante si enormes desafios. Dizem que os jovens são o futuro, mas o futuro não se constrói sozinho. Por isso, é premente investir num Ensino Superior acessível a todos”, realça.

Para a associação académica, “é premente honrar o compromisso anunciado ao longo da campanha eleitoral de dar prioridade a esta área”, que preconiza a formação dos jovens com o intuito de alcançarem “o progresso” que tanto almejam.

Defende ser também urgente honrar “os compromissos assumidos para com as instituições de Ensino Superior e de dar a valorização que esta área crucial para o futuro de Portugal necessita”.

O economista e ex-secretário de Estado Adjunto da Administração Interna Fernando Alexandre foi a escolha de Luís Montenegro para a pasta do “superministério” que junta educação, ciência e ensino superior.

O primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, e os ministros do XXIV Governo Constitucional tomam posse na terça-feira e os secretários de Estado na sexta-feira. O debate do programa de Governo está marcado para 11 e 12 de abril.

Últimas do País

Doze pessoas morreram e 453 foram detidas por conduzirem com níveis de álcool no sangue considerados crime nos primeiros oito dias das operações Natal e Ano Novo da GNR e PSP, anunciaram as corporações.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve ontem em Lisboa o jovem alemão de 19 anos suspeito do triplo homicídio ocorrido na terça-feira em São Vicente, Cabo Verde, que vitimou o seu pai e a mulher e enteada deste.
Os doentes classificados como urgentes no hospital de Matosinhos esperavam ao início da manhã de hoje mais de 12 horas para primeira observação nas urgências gerais, segundo dados do portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Dez pessoas, entre as quais cinco crianças, foram hoje feridas sem gravidade por intoxicação por monóxido de carbono numa habitação nos arredores de Coimbra, disse fonte dos bombeiros.
Doze pessoas morreram e 433 pessoas foram detidas por conduçãoem sob efeito de álcool entre 18 e 24 de dezembro, no âmbito da operação de Natal e Ano novo, anunciaram hoje em comunicado a GNR e PSP.
Os doentes classificados como urgentes no hospital Amadora-Sintra enfrentam hoje tempos de espera de mais de 11 horas para a primeira observação nas urgências gerais, segundo dados do portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Álvaro Almeida, estimou hoje que há cerca de 2.800 internamentos indevidos nos hospitais, quer devido a situações sociais, quer a falta de camas nos cuidados continuados.
O quinto dia de greve dos guardas prisionais, convocada pela Associação Sindical dos Profissionais do Corpo da Guarda Prisional (ASPCGP), está a ter uma adesão que ronda os 80%, adiantou hoje a estrutura representativa.
Os trabalhadores das empresas de distribuição cumprem hoje um dia de greve, reivindicando aumentos salariais e valorização profissional, e voltam a parar no final do ano.
Dois agentes da PSP acabaram no hospital após serem atacados durante uma ocorrência num supermercado. Agressores fugiram e estão a monte.