Bastonária dos advogados sugere um “caderno de encargos conjunto” para a justiça

A bastonária da Ordem dos Advogados (OA), Fernanda de Almeida Pinheiro, sugeriu hoje a apresentação ao Governo de um “caderno de encargos conjunto” dos diferentes agentes do setor judicial, assegurando que há problemas fáceis de resolver.

© DR

Numa intervenção realizada na conferência “Jornada da Justiça e os seus recursos humanos”, organizada pelo Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), em Lisboa, a bastonária da OA salientou que a escassez de oficiais de justiça e a falta de atratividade desta carreira têm repercussões muito negativas na atividade dos tribunais, lamentando ainda o salário de 843 euros que é pago a estes profissionais.

“Devia ser apresentado um caderno de encargos conjunto ao Governo. Há coisas que são óbvias e de simples resolução, é uma questão de querermos”, vincou, resumindo: “É simples e não custa muito dinheiro”.

Fernanda de Almeida Pinheiro apelou também à revisão da tabela de pagamento aos advogados oficiosos, defendendo que não é revista há cerca de 20 anos.

“As regras existem, os advogados fazem falta nos tribunais, como os funcionários judiciais e os juízes. E é preciso levar a justiça às populações”, notou.

Também presente na conferência organizada pelo SFJ esteve o novo presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP), que expressou o seu agrado com a ideia lançada pela bastonária dos advogados: “Gostei muito da sua ideia de um caderno de encargos conjunto”.

Para Paulo Lona, “é gritante” o défice de funcionários judiciais e que em determinados locais está inclusivamente “a paralisar a justiça” portuguesa. “É importante o aumento dos quadros, o que só é conseguido com uma carreira atrativa. Do último concurso, penso que metade já terá desistido”, afirmou.

O presidente do SMMP criticou também o projeto de revisão do estatuto dos oficiais de justiça que foi apresentado pelo anterior Governo, mas que acabou por não se concretizar.

“A carreira dos oficiais de justiça carece de um novo estatuto que nada tem a ver com a proposta anterior. Espero que finalmente surja um projeto de estatuto que vá ao encontro das expectativas dos oficiais de justiça e do Ministério Público, mas também da população. É urgente a aprovação de um estatuto condigno e que lhes faça justiça”, garantiu.

Já o juiz presidente da comarca de Lisboa, Artur Cordeiro, enalteceu a importância dos conhecimentos e da ação dos funcionários judiciais na evolução dos processos, mas defendeu que a falta de recursos humanos a este nível já poderia levar ao encerramento de tribunais.

“Há uma situação de precariedade tal que a vontade é dizer para fechar o tribunal porque não há pessoas. Estamos a chegar a um ponto… para quê mais conversa? Toda a gente sabe o que é preciso. Faça-se o investimento na justiça que ela precisa”, vincou, concluindo: “Quem quer ser oficial de justiça? Ou se opta por uma valorização definitiva da profissão ou não… e este é um caminho que não tem um bom final”.

Últimas do País

A GNR identificou, em nove dias, mais de 560 condutores, e desses deteve mais de 320, por conduzirem com excesso de álcool, no âmbito da sua operação de Natal e Ano Novo, foi hoje divulgado.
O presépio da Associação Cultural e Recreativa Os Palheiros, em Ílhavo, no distrito de Aveiro, ficou sem iluminação durante a noite em consequência do furto das luzes e da respetiva extensão elétrica. Os dois furtos representam um prejuízo superior a 600 euros para a associação.
Duas pessoas foram realojadas no concelho de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, na sequência de danos no telhado de uma habitação, devido ao mau tempo, nos Açores, que já provocou 11 ocorrências, adiantou a Proteção Civil.
Os doentes classificados como urgentes no hospital Amadora-Sintra enfrentaram hoje tempos de espera de mais de 12 horas para a primeira observação nas urgências gerais, segundo dados do portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O tempo médio de espera nas urgências hospitalares é hoje de quase três horas para doentes urgentes e de 49 minutos para casos muito urgentes, de acordo com informação do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A PSP registou, em 24 horas, 106 acidentes, dos quais resultaram dois feridos graves e 38 ligeiros, no âmbito da segunda fase da Operação Polícia Sempre Presente – Festas em Segurança, foi hoje divulgado.
A operação de Natal da PSP e GNR registou 15 vítimas mortais e 1.444 feridos, dos quais 89 em estado grave, na sequência de 4.847 acidentes de viação ocorridos entre 18 e 26 de dezembro.
Os distritos de Guarda e Castelo Branco vão estar sob aviso amarelo durante a noite devido à queda de neve, enquanto Faro tem o mesmo alerta para a tarde de hoje, mas devido à previsão de forte precipitação.
A Urgência Pediátrica do hospital de Évora está hoje a funcionar com equipa incompleta, o que pode provocar "tempos de espera mais elevados" para doentes sem referenciação, divulgou a Unidade Local de Saúde do Alentejo Central (ULSAC).
Cerca de 6.200 vítimas de violência doméstica têm atualmente teleassistência, conhecida como 'botão de pânico', indicou a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), que em 2026 assume a responsabilidade plena pelo sistema.