Blinken considera protestos pró-Gaza nos EUA parte da democracia mas critica “silêncio” sobre Hamas

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou hoje que os protestos pró-palestinianos nos ‘campus’ universitários dos Estados Unidos são parte da “força da democracia” norte-americana, mas criticou o “silêncio” sobre o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).

© Facebook de Antony Blinken

“É uma marca distintiva da nossa democracia que os nossos cidadãos deem a conhecer os seus pontos de vista, as suas preocupações e a sua revolta num dado momento. E creio que isso reflete a força do país, a força da democracia”, afirmou, numa conferência de imprensa em Pequim.

Por essa razão, Blinken asseverou que entende que a população norte-americana tenha “sentimentos fortes e fervorosos” sobre o que está a acontecer na Faixa de Gaza, devido ao “horrível sofrimento humano” e à morte de crianças, mulheres e homens “apanhados num fogo cruzado criado pelo Hamas”.

“Já disse anteriormente que isto podia acabar amanhã, podia ter acabado ontem (…), se o Hamas tivesse deposto as armas, tivesse deixado de esconder-se atrás dos civis, tivesse libertado os reféns e se tivesse rendido. Mas optou por não o fazer – e é também notável que haja silêncio sobre o Hamas”, acrescentou.

Blinken encontra-se em visita a Pequim, onde se reuniu com o Presidente chinês, Xi Jinping, para lhe transmitir o “empenho dos Estados Unidos nas linhas de comunicação existentes” entre as partes e mostrar o seu apoio à aplicação de medidas destinadas a melhorar as relações bilaterais.

Mais de 400 pessoas foram detidas nos últimos nove dias de protestos pró-palestinianos em várias universidades dos Estados Unidos, com a Universidade de Columbia à cabeça, mais de uma dúzia das quais foram palco de intervenções policiais que resultaram mesmo na detenção de professores.

A 07 de outubro do ano passado, combatentes do Hamas – desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.163 pessoas, na maioria civis.

Fizeram também 250 reféns, cerca de 130 dos quais permanecem em cativeiro e 34 terão entretanto morrido, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que hoje entrou no 203.º dia, continuando a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, e fez até agora na Faixa de Gaza 34.356 mortos, mais de 77.000 feridos e milhares de desaparecidos presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com números atualizados das autoridades locais.

O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Últimas do Mundo

A Comissão Europeia aplicou hoje multas de 458 milhões de euros a ‘gigantes’ do setor automóvel, como BMW, Toyota e Volkswagen, e à associação europeia por cartel na reciclagem de veículos em fim de vida denunciado pela Mercedes-Benz.
Três pessoas suspeitas de estarem ligadas ao grupo islamita libanês Hezbollah foram detidas hoje em Barcelona, Espanha, numa operação antiterrorista internacional, revelaram fontes judiciais e policiais espanholas a meios de comunicação social locais.
A Ucrânia não registou qualquer ataque de drones russos durante a noite, pela primeira vez desde que foi anunciado um acordo destinado a proibir os ataques a instalações energéticas, disseram hoje as autoridades de Kiev.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, apelou hoje à comunidade internacional para que se una para "eliminar de uma vez por todas as redes de tráfico humano", durante uma cimeira em Londres com 40 países representados.
Um acordo para acabar com os subsídios prejudiciais à pesca poderá ser alcançado ainda antes da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, agendada para junho em Nice, disse o enviado especial da ONU para os oceanos.
O ator norte-americano Richard Chamberlain, herói da série televisiva "Dr. Kildare", morreu no sábado no Havai, aos 90 anos, de acordo com o seu agente.
O papa Francisco disse hoje que acompanha “com preocupação” a situação no Sudão do Sul, e também lamentou que “a guerra continue a fazer vítimas inocentes” no Sudão, pedindo negociações para uma trégua.
O primeiro-ministro israelita viaja para a Hungria em 02 de abril, anunciou hoje o seu Gabinete, apesar do mandado de detenção do Tribunal Penal Internacional (TPI) por suspeitas de crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza.
As autoridades militares ucranianas acusaram hoje a Rússia de cometer um novo crime de guerra ao atacar um hospital durante o seu último ataque aéreo à Ucrânia, nomeadamente em Kharkiv, que provocou dois mortos e 30 feridos.
Um sismo de magnitude 5,1 na escala de Richter abalou hoje Mandalay, no centro de Myanmar (ex-Birmânia), sendo uma réplica do terramoto de magnitude 7,7 que provocou mais de 1.600 mortos e 3.400 feridos.