PP diz que Sánchez tem um problema judicial e pede para espanhóis não se deixarem enganar

O líder do Partido Popular de Espanha (PP), Alberto Núñez Feijóo, disse que o primeiro-ministro do país, Pedro Sánchez, tem "um problema judicial" devido a suspeitas de corrupção e considerou uma "frivolidade absoluta" a ameaça de demissão.

© Facebook | Alberto Núñez Feijóo

 

“Não se deixem enganar. Espanha não tem um problema, quem tem um problema judicial é o senhor Sánchez”, disse Feijóo, numa declaração aos jornalistas no dia em que dirigentes do Partido Socialista (PSOE) denunciaram uma “guerra suja” da direita e direita radical espanholas contra o primeiro-ministro e a sua família, baseada em campanhas de desinformação e ataques pessoas na internet.

Feijóo, como já tinha afirmado na quinta-feira passada, acusou o líder dos socialistas, Pedro Sánchez, de “frivolidade absoluta” por ter dito que pensava demitir-se por causa do que considera ser uma perseguição e uma “máquina de lodo” do PP e do Vox (direita radical).

“Há pessoas que têm problemas e querem transferi-los para as pessoas”, disse hoje Feijóo, que acrescentou que “os espanhóis não podem estar preocupados com os problemas do Sr. Sánchez, é o Sr. Sánchez que se deve preocupar com os problemas dos cidadãos”.

Feijóo, que falava aos jornalistas na Catalunha, onde está em curso a campanha das eleições autonómicas de 12 de maio, disse que os problemas de Sánchez são “os alegados casos de corrupção que afetam o seu Governo, o seu partido e a sua família”.

O líder do PP – o maior partido no parlamento espanhol atualmente – acusou ainda Sánchez de estar a atacar juízes, tribunais, jornalistas e meios de comunicação e com isso estar “a demitir-se da democracia”.

Pedro Sánchez revelou que pondera demitir-se na quarta-feira, no dia em que um tribunal confirmou a abertura de um “inquérito preliminar” por alegado tráfico de influências e corrupção da sua mulher, Begoña Gomez, na sequência de uma queixa de uma organização conotada com a direita radical e que o Ministério Público já pediu para ser arquivada por falta de fundamento.

O líder do PSOE e do Governo prometeu uma declaração ao país sobre o seu futuro na segunda-feira.

A Comissão Federal do PSOE, órgão máximo do partido entre congressos, reuniu-se em Madrid, sem a presença do secretário-geral, para pedir a Sánchez que não se demita e, pela voz da “número dois” do partido e do Governo, a ministra Jose María Montero, denunciou uma “guerra suja” da direita e direita radical contra o primeiro-ministro e a sua família, baseada em campanhas de desinformação que comparou a outras ocorridas no Brasil, Estados Unidos, Argentina e “muitos países europeus”.

Enquanto decorria a reunião, mais de dez mil pessoas, segundo o PSOE e as autoridades locais, manifestaram-se em Madrid, para pedir a Pedro Sánchez para não se demitir.

PP e Vox acusam Sánchez, desde quarta-feira, de estar a vitimizar-se e a fazer “um espetáculo” que envergonha o país internacionalmente, para desviar as atenções de suspeitas de corrupção e para fazer campanha em véspera de várias eleições (regionais e europeias).

Últimas do Mundo

A China executou hoje o autor de um ataque por atropelamento que matou 35 pessoas na cidade de Zhuhai, que faz fronteira com Macau, em novembro, informou a imprensa estatal.
O Papa Francisco saudou hoje, na Praça de São Pedro, em Roma, a libertação de presos anunciada pelo Governo cubano após mediação do Vaticano, classificando-a como “um gesto de grande esperança”.
A Polónia arrancou com a construção do “Escudo Oriental” nas fronteiras com a Rússia e Bielorrússia, um muro com diferentes tipos de barreiras e obstáculos, estruturas antitanque, sistemas de vigilância e possivelmente minas, para proteger-se de uma eventual invasão.
O Presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, disse hoje que na última semana a Rússia atacou o país com 1.370 sistemas aéreos, incluindo drones, bombas e mísseis.
O papa Francisco saudou hoje o acordo de cessar-fogo em Gaza e incentivou a comunidade internacional a ajudar Israel e a Palestina a encontrarem uma “solução justa” de dois Estados que permita a reconciliação.
O cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza entrou em vigor às 11:15 locais (9:15 em Lisboa), anunciou o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
A TikTok deixou de funcionar no sábado nos EUA, após o Supremo Tribunal decidir manter uma lei aprovada pelo Congresso que obriga a aplicação a desvincular-se da empresa-mãe, a chinesa ByteDance, ou a enfrentar o encerramento.
Os seis deputados do partido israelita de direita radical Poder Judaico, do ministro Itamar Ben Gvir, vão abandonar no domingo a coligação governamental, em protesto contra o acordo de cessar-fogo em Gaza, perdendo o executivo a maioria parlamentar.
Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas com gravidade num acidente ocorrido hoje num teleférico da estância de esqui de Astún, segundo um balanço provisório das autoridades de Aragão.
Toneladas de boletins de voto das eleições gerais de outubro foram incinerados hoje nos arredores de Maputo, depois de o tribunal recusar um recurso da sociedade civil para parar o processo, encerrando um dos mais controversos processos eleitorais moçambicanos.