Julgamento por violações a mulher em França suspenso por falta de arguido

O julgamento por múltiplas violações a uma mulher em Avignon, sul de França, foi suspenso até segunda-feira devido à ausência do principal arguido, Dominique Pelicot, dispensado das audiências por doença, anunciou hoje o tribunal francês.

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O processo será “suspenso” se Dominique Pelicot, de 71 anos e ex-marido da vítima, estiver “permanentemente indisponível”, disse ainda o juiz, Roger Arata, referindo-se à suspensão definitiva do julgamento, que começou a 02 de setembro e, caso prossiga, deverá prolongar-se até dezembro.

“Se [Dominique] Pelicot estiver aqui [na segunda-feira] nós continuamos. Se ele não estiver cá durante um, dois ou três dias, prolongamos a suspensão”, afirmou o juiz.

O principal arguido está a ser julgado por ter drogado a mulher com ansiolíticos durante dez anos, desde julho de 2011 a outubro de 2020, antes de a violar e de recrutar dezenas de homens na internet para a violarem.

Além dele, 50 homens, com idades entre os 26 e os 74 anos, estão a ser julgados em Avignon, a maior parte deles acusados de violação agravada, o que pode levar a uma pena de prisão de até 20 anos.

Dezoito dos acusados, entre os quais Dominique Pelicot, encontram-se em prisão preventiva. Outros trinta e dois homens são acusados em liberdade, sendo o último arguido dado como fugitivo, julgado à revelia.

A principal vítima, Gisèle Pelicot, de 71 anos, quis um julgamento de portas abertas e é vista como um símbolo da luta contra a violência sexual.

O caso deu origem a um apelo para diversas manifestações de apoio às vítimas no próximo sábado por toda a França.

O anúncio do juiz do tribunal penal de Avignon, no sul da França, que confirmou que o arguido foi visto por um médico e poderá ter de ser hospitalizado, causou confusão entre os advogados da defesa e da procuradoria.

“Quem conseguir que entenda”, reagiu Antoine Camus, um dos dois advogados de acusação, que representam a principal vítima e ex-mulher do arguido, Gisèle Pelicot, e os três filhos do casal.

Se o processo for adiado, “tudo tem de ser reorganizado: a ordem de trabalhos, a disponibilidade da sala de audiências, a sala de audiências, etc.”, afirmou a advogada de Dominique Pelicot, Béatrice Zavarro.

“E o que acontece com os detidos? Porque, nessa altura, posso presumir que haverá pedidos de libertação”, adiantou.

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