De acordo com uma notícia do Correio da Manhã, este Executivo gastará em deslocações e estadias, em 2025, mais 43,3 milhões de euros do que o previsto para 2024. Analisando o Orçamento do Estado é possível concluir que o ministério com um maior aumento de verbas é o Ministério de Ambiente e Energia, da Ministra Maria da Graça Carvalho, com 8,3 milhões de euros, o que representa mais 213% face a 2024. Segue-se o Ministério da Defesa, de Nuno Melo, com mais 136%, o que equivale ao valor de mais de 31,6 milhões de euros e o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, de Ana Mendes Godinho, com mais 110%, portanto, 9,7 milhões de euros.
Já o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), de Fernando Alexandre, é aquele que leva a maior fatia do bolo com 46,8 milhões de euros, ou seja, mais 12% relativamente ao ano anterior.
Esta é a verba mais elevada desde 2021 e ao todo, são 11 os ministérios que tiveram um reforço para gastar em deslocações e estadias.
A verba destina-se a pagar as deslocações e estadias de funcionários de ministérios, organismos dependentes e órgãos de soberania integrados na rubrica EGE, como a Presidência da República e os tribunais. Em 2023, o Governo de António Costa tinha reservado 113 milhões de euros para gastar em viagens durante o ano de 2024, o que já configurava um aumento de 8% face ao ano anterior.
O Governo da AD, que afirma ser de direita, tem vindo a ser confrontado, principalmente pelo partido CHEGA e pelo seu líder, André Ventura, de governar com políticas socialistas e de não se afastar o suficiente do Partido Socialista.
A verdade é que o facto de este Governo conseguir gastar ainda mais em viagens do que um Governo socialista, acaba por dar mais força às declarações de André Ventura.
“Há um vício socialista neste governo e ele (o Governo) não consegue desamarrar-se dele”, afirmou André Ventura. Coincidência ou não, na mesma altura em que são divulgados os aumentos de verbas para as viagens dos ministros, o país tem sido bombardeado com notícias sobre o aumento da pobreza em Portugal.
A Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN) deu o alerta: Portugal já tem mais de dois milhões de portugueses em situação de pobreza e o número não para de aumentar.
A coordenadora da EAPN, Maria José Vicente, disse, em entrevista à SIC Notícias, que é “alarmante” a quantidade de pessoas com rendimentos a baixo dos 591 euros por mês, garantindo que só no último ano “mais 85 mil pessoas” passaram a viver em situação de pobreza. Contudo, “A EAPN Portugal considera que temos de estar atentos (…) A pobreza não é só uma questão de rendimentos, a pobreza diz respeito a várias dimensões da vida das pessoas”, referiu Maria José Vicente. O aumento dos preços dos bens alimentares, os custos altos da habitação e os baixos salários são alguns dos motivos que mais contribuem para esta realidade. Segundo notícia avançada pela TVI, as famílias portuguesas recorrem cada vez mais a créditos para pagar os custos da alimentação, sendo esta a primeira área onde as pessoas, em situação de pobreza, tentam reduzir as despesas para poder fazer face a outras contas como a rende e electiricidade. De recordar que começamos a entrar na altura do ano em que as pessoas mais custo têm com electricidade e gás, para fazer face ao frio do inverno. Através das suas redes sociais, o partido CHEGA manifestou uma crítica contundente à atual situação económica, afirmando que “não há dinheiro para baixar os impostos aos portugueses, mas há 156 milhões de euros para gastar em viagens!”.
Esta declaração destaca uma perceção de desvio de prioridades por parte da AD, que, segundo o CHEGA, “parece mais preocupada em preservar as mordomias de seus ministros do que em aliviar a carga fiscal dos cidadãos que enfrentam dificuldades”.
No passado, o CHEGA já apresentou diversas propostas visando acabar com os privilégios dos políticos, um tema que continua a ser central na sua agenda. O Presidente do CHEGA, André Ventura, tem defendido, desde o primeiro dia em que entrou no Parlamento “a redução do número de deputados na Assembleia da República”, argumentando que essa medida ajudaria a “reduzir os salários suportados pelo povo português”.
Uma das bandeiras mais destacadas do CHEGA é a luta contra benefícios que considera imorais, os quais são frequentemente aproveitados por partidos políticos e titulares de cargos públicos.
Esta crítica é apresentada num contexto em que muitos portugueses se sentem excluídos e desvalorizados, enfrentando condições de vida que contrastam fortemente com os privilégios de uma elite política. Assim, o CHEGA procura posicionar-se como a voz dos cidadãos que se sentem injustiçados, prometendo uma mudança significativa na maneira como a política é conduzida em Portugal.