Rússia ameaça com “resposta apropriada” a mísseis de longo alcance

A Rússia ameaçou esta segunda-feira adotar uma "resposta apropriada" no campo de batalha no caso de a Ucrânia disparar mísseis norte-americanos de longo alcance contra o seu território, após luz verde de Washington sobre a sua utilização.

© D.R.

“O uso de mísseis de longo alcance por Kiev para atacar o nosso território significaria a participação direta dos Estados Unidos e dos seus satélites (…), bem como uma mudança radical na essência e na própria natureza do conflito”, declarou a porta-voz da diplomacia de Moscovo em comunicado.

No texto, Maria Zakharova adverte que “a resposta da Rússia neste caso será apropriada e será sentida”.

Anteriormente, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, já tinha acusado hoje o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de “atirar achas para a fogueira” se for confirmado que autorizou a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance em território russo.

Se for oficialmente confirmada por Washington, esta autorização conduzirá a “uma situação fundamentalmente nova em termos de envolvimento dos Estados Unidos neste conflito”, alertou

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse em setembro que essa autorização ocidental “significaria nada menos do que o envolvimento direto dos países da NATO na guerra na Ucrânia”.

A decisão de Washington foi revelada no domingo pelos meios de comunicação social norte-americanos, após mais um fim de semana de ataques russos em grande escala e mortíferos contra a Ucrânia, apenas algumas semanas antes da transferência de poder do Presidente cessante para o republicano Donald Trump e depois da confirmação da mobilização de milhares de soldados norte-coreanos para combater ao lado das tropas de Moscovo.

A continuidade do apoio de Washington foi posta em causa durante a campanha da eleição para a presidência de Trump, cujas declarações levaram a Ucrânia a recear que pretenda forçar o fim dos combates à custa de concessões inaceitáveis para Kiev.

Moscovo, cujas tropas avançam há vários meses em vários segmentos da linha da frente, avisou que qualquer conversação sobre o fim dos combates só poderá basear-se nas “novas realidades territoriais”.

Desde o início da guerra, a Rússia declarou como anexadas ao seu território as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, depois de ter feito o mesmo com a Crimeia em 2014.

A Ucrânia exige a retirada das tropas russas de todo o seu território, incluindo as cinco regiões anexadas pela Rússia.

Últimas do Mundo

As autoridades brasileiras realizaram hoje uma operação policial contra um grupo dedicado ao tráfico internacional de armas suspeito de enviar cerca de duas mil espingardas para o Comando Vermelho, a maior organização criminosa do Rio de Janeiro.
A Meta anunciou hoje a incorporação do seu 'chatbot' de inteligência artificial (IA) nas suas plataformas em 41 países europeus a partir desta semana, apesar dos "complexos sistemas regulatórios" da União Europeia.
O Comité de Ministros do Conselho da Europa recebeu 20 novos casos de Portugal em 2024 para supervisão de execução de decisões do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, havendo casos pendentes há mais de cinco anos, incluindo urgentes.
O Centro Criptológico Nacional (CCN) espanhol admitiu ter gerido mais de 177 mil ciberataques em 2024, dos quais 382 foram considerados críticos, o que representa um crescimento de 64% face ao ano anterior.
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, ameaçou aplicar à Venezuela "sanções severas e crescentes", caso este país recuse um “fluxo consistente de voos de deportação” de venezuelanos dos Estados Unidos.
As deteções de drogas nas águas residuais na Europa apontam para um aumento dos consumos de cocaína, anfetaminas e sobretudo MDMA/ecstasy, com Lisboa como a cidade portuguesa em destaque, segundo um estudo hoje divulgado.
A Comissão Europeia vai apresentar hoje um novo livro branco para o setor da defesa com medidas para reforço da segurança da União Europeia, como colaboração na contratação pública e preferência para empresas e fornecedores do espaço comunitário.
A Comissão Europeia quer que os países da União Europeia (UE) comecem a trabalhar já para que a base industrial de defesa esteja pronta até 2030 e seja reforçada a segurança do bloco comunitário, disse hoje a presidente.
A Agência da União Europeia para a Cooperação Policial (Europol) advertiu hoje que a inteligência artificial (IA) está a impulsionar o crime organizado na UE à medida que se entrelaça com atividades de destabilização patrocinadas por determinados Estados.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou hoje que vai "aumentar e acelerar as encomendas" de caças Rafale para a força aérea francesa, no âmbito dos novos investimentos na defesa em resposta ao "ponto de viragem" geopolítico mundial.