CHEGA diz que governo da Madeira está marcado pelo “compadrio”

O líder do grupo parlamentar do CHEGA/Madeira, Miguel Castro, disse hoje que o executivo minoritário social-democrata chegou ao "fim de linha" e está marcado pelo "compadrio, amiguismo e arrogância", enquanto "o povo sofre".

© Folha Nacional

“Este é o resultado de uma governação que foi sempre corroída pela corrupção”, declarou, sublinhando que a corrupção ao nível governamental na região autónoma “não é uma exceção, é um hábito”.

Miguel Castro falava no plenário da Assembleia Legislativa na apresentação da moção de censura apresentada pelo partido ao Governo Regional, hoje debatida e votada.

O CHEGA, cujo grupo parlamentar é constituído por quatro deputados, apresentou a moção em 06 de novembro, justificando-a com os processos judiciais que colocaram sob suspeição o presidente do executivo e quatro secretários regionais, constituídos arguidos em casos distintos.

“Exigimos que todos os que exercem cargos púbicos tenham a ficha limpa e este governo falhou”, disse Miguel Castro.

O líder do grupo parlamentar e também da estrutura regional do CHEGA reconheceu que a população não quer eleições antecipadas e explicou que, por isso, propôs uma “mudança profunda” no executivo liderado por Albuquerque.

Como a mudança foi recusada, o partido decidiu avançar com a moção de censura.

“Este executivo não está preparado para governar em minoria e muito menos em democracia”, declarou, sublinhando que o Governo Regional está “moribundo” e “sem capacidade” para responder aos problemas da população.

Miguel Castro destacou, como exemplo, os problemas ao nível dos setores da saúde, da habitação e da mobilidade e criticou a postura do executivo ao vangloriar-se pelo crescimento económico da região, quando “esse crescimento não chega aos bolsos dos madeirenses”.

“Podem acusar-nos do que quiserem, podem chamar-nos justiceiros, carrascos e até agitadores, mas há uma coisa que ninguém nos pode tirar, a nossa missão de lutar por uma Madeira justa para todos”, disse, realçando que o CHEGA está a “dizer o que muitos sussurram”.

“Este governo chegou ao fim da linha”, reforçou.

Miguel Castro vincou que a moção de censura marca um “momento histórico”, numa região onde o PSD lidera o executivo desde 1976, e criticou a oposição no parlamento regional, acusando-a de ser “frouxa e incompetente”, por ter viabilizado o adiamento do debate para depois do Orçamento para 2025, que foi discutido e rejeitado na generalidade em 09 de dezembro.

A moção tem aprovação anunciada em plenário caso os principais partidos da oposição (PS, JPP e CHEGA, que juntos têm maioria absoluta) mantenham a decisão anunciada de votarem a favor.

Esta votação provoca a queda do Governo Regional do PSD, minoritário, que surgiu das eleições legislativas antecipadas realizadas em 26 de maio deste ano e que está em funções desde 06 de junho.

A confirmar-se, a aprovação da moção de censura será histórica, já que é a primeira vez que um Governo Regional do PSD, partido que governa o arquipélago há quase 50 anos, é derrubado pela utilização deste instrumento pelos deputados.

 

Últimas de Política Nacional

O antigo secretário do Ambiente e Recursos Naturais da Madeira Manuel António Correia defendeu hoje a “demissão imediata” do líder do PSD regional, Miguel Albuquerque, e a convocação de eleições internas no partido, às quais pretende candidatar-se.
Em causa, estão 200 mil euros que a Câmara Municipal de Lisboa deu ao râguebi do Belenenses, em 23 de março de 2017, para a construção de um campo.
O presidente do CHEGA considerou hoje que a aprovação da moção de censura apresentada pelo seu partido, que fez cair o Governo Regional da Madeira, é um "momento importante de viragem" para a região.
A portuguesa Teresa Anjinho foi hoje eleita Provedora de Justiça Europeia, com 344 votos a favor, numa votação no Parlamento Europeu.
A Assembleia Legislativa da Madeira aprovou hoje, por maioria, a moção de censura apresentada pelo CHEGA ao Governo Regional minoritário do PSD, liderado por Miguel Albuquerque, o que implica a queda do executivo.
O líder do grupo parlamentar do CHEGA/Madeira, Miguel Castro, disse hoje que o executivo minoritário social-democrata chegou ao "fim de linha" e está marcado pelo "compadrio, amiguismo e arrogância", enquanto "o povo sofre".
Uma moção de censura ao governo madeirense, liderado por Miguel Albuquerque, é discutida e votada hoje no parlamento da Madeira e a aprovação implica a queda, pela primeira vez, de um executivo regional com base neste tipo de iniciativa
O líder do CHEGA anunciou hoje que o partido vai apoiar um candidato que seja dirigente ou militante nas próximas eleições presidenciais, em 2026.
O Parlamento aprovou na quinta-feira da semana passada dois votos de pesar: um por Odair Moniz, que pela sua insistente resistência às ordens dos agentes da PSP foi letalmente ferido, acabando por não resistir aos ferimentos, e Camilo Mortágua, pai das deputadas do Bloco de Esquerda, Joana e Mariana Mortágua.
Mário Soares foi homenageado no Parlamento, na sexta-feira da semana passada, com uma sessão solene evocativa do centenário do seu nascimento. Mas para André Ventura, esta “cerimónia solene neste modelo não deveria estar a acontecer.”