Oficiais de Justiça dizem que proposta para carreira é “gozar com quem trabalha” e voltam à luta

A proposta para revisão da carreira de oficial de justiça é “gozar com quem trabalha”, defende o Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), que põe fim ao “benefício da dúvida” a este Governo e anuncia o regresso à luta.

© Facebook de Sindicato dos Funcionários Judiciais

Numa mensagem em vídeo divulgada no ‘site’ do sindicato, o presidente do SFJ, António Marçal, afirma que a proposta enviada pelo Ministério da Justiça (MJ) de revisão da carreira no âmbito das negociações do novo estatuto “não tem qualificação que não seja: é gozar com quem trabalha”.

“Esta proposta é inaceitável, quer porque divide a carreira em duas e transforma-a em duas carreiras, ainda por cima unicategoriais, o que quer dizer que impõe as comissões de serviço, e depois porque nem sequer existe uma verdadeira revalorização salarial”, criticou António Marçal, anunciando que o secretariado nacional do sindicato vai reunir “de imediato” para elaborar uma contraproposta, mas também para deixar uma garantia ao Governo.

“Caso não haja efetivamente uma verdadeira negociação, uma verdadeira melhoria negocial então não nos resta outra solução que não partir para a luta. E é isso que iremos fazer. Na próxima semana iremos divulgar já o nosso calendário de luta que poderá também passar por uma concentração nacional em Lisboa de todos os oficiais de justiça para, todos juntos, demonstrarmos ao Governo que não temos medo de ir à luta”, disse.

Segundo adiantou no início da semana o Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ), o Governo, na primeira reunião de revisão do Estatuto dos Funcionários Judiciais, exigiu paz social para arrancar com as negociações, mas o SFJ, perante a concretização da proposta da tutela, vem agora admitir exatamente o contrário e anunciar o regresso à luta sindical.

“Demos o benefício da dúvida a este Governo, à equipa desta ministra, mas perante este desrespeito, que foi a proposta agora enviada, não nos resta outra solução que não partir para a luta”, garantiu o presidente do SFJ.

A proposta do Governo divide a carreira em duas, diferenciando licenciados dos não licenciados, colocando-os em carreiras com níveis de complexidade funcional diferentes.

Para a carreira de nível funcional 3, corresponde à carreira de técnico superior na administração pública, e para a qual é exigida, no mínimo, uma licenciatura, o MJ propõe que transitem “o secretário de tribunal superior, secretário de justiça, escrivão de direito e técnico de justiça principal (cargos chefia), bem como todos aqueles que estão atualmente a exercer estas funções de chefia em regime de substituição”.

Transitam ainda “o escrivão adjunto e o técnico de justiça adjunto com grau de licenciatura ou com 15 ou mais anos de experiência na categoria de adjunto”.

Já para a carreira de categoria 2, corresponde ao nível de assistente técnico, para a qual apenas é exigido o 12.º ano, transitam “o escrivão adjunto e o técnico de justiça adjunto, sem grau de licenciatura, com menos de 15 anos de experiência na categoria de adjunto; escrivão auxiliar definitivo e o técnico de justiça auxiliar definitivo”, segundo a proposta remetida aos sindicatos pelo gabinete da secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Maria Clara Figueiredo.

Quanto aos níveis salariais, a proposta define que na transição de carreiras, em ambos os níveis funcionais os funcionários devem ser colocados “no nível remuneratório superior mais próximo do detido atualmente”.

“Todos os que transitaram para o nível 2 e que, nos quatro anos seguintes, através de procedimento concursal/movimento excecional e mediante a realização de uma prova de conhecimentos especifica sejam admitidos à carreira de nível 3, são posicionados no nível remuneratório superior mais próximo do detido atualmente”, refere ainda a proposta.

Na mensagem vídeo divulgada, António Marçal rejeitou que o sindicato esteja disponível para aceitar estas condições.

A primeira reunião ficou agendada para 16 de janeiro, num processo que tem data de conclusão prevista para 26 de fevereiro.

Últimas do País

A Estação Salva-vidas de Ponta Delgada conta com uma nova embarcação salva-vidas, que vai permitir reforçar as capacidades de resposta da Autoridade Marítima Nacional no arquipélago dos Açores, foi hoje anunciado.
Uma operação conjunta da Polícia Judiciária (PJ), da Força Aérea e da Marinha, resultou na interceção em alto mar duas embarcações de pesca com 10 cidadãos estrangeiros e mais de sete toneladas de cocaína a bordo.
A base de dados que contém a identificação criminal dos condenados por crimes sexuais contra crianças foi criada há dez anos e os pedidos de consulta atingiram no ano passado o número mais elevado.
Muitos dos idosos que denunciam os filhos por violência doméstica querem que estes sejam tratados e não punidos, sustentou à Lusa a coordenadora do Gabinete de Informação e Atendimento à Vítima (GIAV) do Campus de Justiça de Lisboa.
Quatro casas foram hoje assaltadas em várias aldeias do concelho de Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, aumentando para sete o número de residências afetadas em pouco mais de uma semana, confirmou à Lusa a GNR.
O Ministério Público arquivou o inquérito à morte de um homem, em novembro de 2024, em Pombal, por não ter sido possivel reunir indícios de um nexo de causalidade entre a demora do INEM e a morte daquele.
Portugal regista um aumento crescente de casos de gripe, sendo expectável que a epidemia comece mais cedo como noutros países europeus, afirmou esta sexta-feira a Diretora-Geral da Saúde, salientando que as próximas duas semanas são cruciais para a vacinação.
O Tribunal da Comarca da Madeira condenou hoje a 20 anos de prisão um homem acusado de ter assassinado a ex-mulher em outubro do ano passado, no concelho de Machico.
O serviço de urgência de obstetrícia e ginecologia das Caldas da Rainha vai estar fechado no sábado, enquanto no domingo estarão encerradas três urgências obstétricas, segundo o Portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Os Oficiais da PSP alertaram esta sexta-feira, 21 de novembro, numa carta aberta que a perda anual de quase cem polícias, as vagas desertas nos cursos de agentes e a retenção de elementos em pré-aposentação ameaçam a segurança, exigindo medidas e soluções ao Governo.