Presidente austríaco encarrega líder da direita radical de formar governo

O Presidente austríaco, Alexander Van der Bellen, confiou hoje ao líder do Partido da Liberdade (FPÖ, direita radical), Herbert Kickl, a tarefa de formar um governo, depois do fracasso das negociações entre conservadores, sociais-democratas e centristas no fim de semana.

© Facebook de Alexander Van der Bellen

Num discurso à nação após um encontro com Kickl, o Presidente austríaco recordou que o Partido da Liberdade foi o partido mais votado nas eleições parlamentares de setembro.

Van der Bellen disse estar ciente da existência do “cordão sanitário” imposto pelos três partidos que falharam nas negociações da coligação e avisou que não tinha “dado o passo de ânimo leve” de confiar ao FPÖ a tarefa de formar um governo e garantiu que iria “assegurar o respeito pelo Estado de direito”.

Domingo, Van der Bellen anunciou que iria convocar Kickl para hoje para explorar opções para formar governo, após fracassarem negociações envolvendo o Partido Popular e os sociais-democratas.

“Precisamos de um governo com uma maioria estável”, disse Van der Bellen, citado então pela televisão pública alemã ÖRF, que adiantou que o Presidente austríaco deverá anunciar o novo chanceler na próxima semana.

O chanceler austríaco, Karl Nehammer, anunciou sábado que se demitia como chefe do executivo e como presidente do Partido Popular (ÖVP), depois de terem falhado as várias negociações para uma possível formação de Governo, e o partido nomeou hoje um novo líder, Christian Stocker.

O Partido Popular e os sociais-democratas tinham continuado as negociações, depois da retirada do partido liberal Neos das discussões, mas estas terminaram outra vez sem acordo.

Depois disso, Herbert Kickl disse que o seu FPÖ, é “o único fator estável” na política do país e criticou as tentativas de “governos experimentais” sob a forma de uma “coligação de semáforos ao estilo austríaco”, em referência ao pacto governamental alemão.

Kickl defendeu a necessidade de agir com “honestidade, clareza, previsibilidade, estabilidade e credibilidade”.

Entretanto, o novo líder do ÖVP e possível parceiro do FPÖ, Christian Stocker, manifestou a disponibilidade do partido para negociar com a direita radical face a uma situação “diferente”.

“Se formos convidados a negociar para formar governo, aceitaremos esse convite”, disse, justificando que o partido não pode “esconder-se das suas responsabilidades políticas.

As tentativas para formar governo arrastam-se desde que o Presidente da Áustria encarregou em outubro o ministro dos Negócios Estrangeiros do país, o conservador Karl Nehammer, de formar um novo governo.

Esta decisão surgiu depois de todos os outros partidos se terem recusado na altura a formar governo com o líder da direita radical, Herbert Kickl, que em setembro venceu pela primeira vez uma eleição nacional.

Últimas de Política Internacional

A inflação na Venezuela fixou-se em 136% em março, em termos anuais, anunciou o Observatório Venezuelano de Finanças (OVF).
A Alemanha deixou de ser o primeiro país europeu em pedidos de asilo, que caíram drasticamente no início deste ano, afirmaram hoje as autoridades alemãs, que recentemente endureceram a política migratória.
A Comissão Europeia propôs tarifas zero para bens industriais nas trocas comerciais entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos, na sequência das medidas norte-americanas, e está a ouvir as empresas para adotar contramedidas comunitárias.
O ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane avançou com a constituição do partido Aliança Nacional para um Moçambique Livre e Autónomo (Anamalala), conforme requerimento entregue hoje no Ministério da Justiça, em Maputo, pelo seu assessor.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, destacou esta segunda-feira que a sua iniciativa de construir centros de deportação na Albânia, apesar de vários contratempos legais, obteve consenso na União Europeia (UE).
O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou-se hoje "muito zangado" e "furioso" com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, por causa da guerra na Ucrânia, e ameaçou impor novos impostos sobre o petróleo russo, numa entrevista televisiva.
A Comissão Europeia está preparada para responder de forma bem equilibrada a qualquer medida dos EUA contra os interesses económicos da União Europeia (UE), mas a sua prioridade é procurar uma solução negociada, declarou hoje um porta-voz europeu.
O ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que vai ser julgado por tentativa de golpe de Estado e quatro outros crimes, por decisão tomada hoje pelo Supremo Tribunal Federal (STF), considerou as acusações contra si "graves e infundadas".
O Presidente polaco, Andrzej Duda, promulgou hoje a lei que limita o direito de requerer asilo na Polónia, após pressões do primeiro-ministro, Donald Tusk, do ministro da Defesa e do presidente do parlamento para aprová-la com urgência.
A maioria dos juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil decidiu hoje levar a julgamento o ex-Presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados civis e militares acusados de tentativa de golpe de Estado.