Rússia vai estabelecer parceria com Irão como fez com Coreia do Norte

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, assegurou hoje que o Acordo de Parceria Estratégica Global que Moscovo vai assinar na sexta-feira com o Irão não é dirigido contra nenhum país, referindo-se aos Estados Unidos.

© LUSA

“O acordo, tal como o que temos com a Coreia do Norte, não é dirigido contra nenhum outro país e tem um caráter construtivo”, disse Lavrov numa conferência de imprensa em Moscovo, citado pela agência espanhola EFE.

O documento, que será assinado durante a primeira visita de Estado do Presidente iraniano, Masud Pezeshkian, a Moscovo, “visa reforçar a capacidade da Rússia e do Irão em várias partes do mundo”, afirmou.

O acordo, segundo Lavrov, abrange “a capacidade de desenvolver a economia e resolver problemas sociais, e garantir um potencial de defesa fiável”.

Nos últimos dias, tem-se especulado na Rússia que Moscovo e Teerão poderão assinar uma cláusula de assistência mútua em caso de agressão, à semelhança da que Moscovo assinou com a Coreia do Norte em 2024.

Questionado hoje sobre esta questão, o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, disse apenas que a Rússia atribui “grande importância” às negociações entre Pezeshkian e o líder russo, Vladimir Putin.

As negociações entre dos dois presidentes vão realizar-se na sexta-feira, no Kremlin, acrescentou Peskov.

Putin e Pezeshkian encontraram-se duas vezes nos últimos meses, a última das quais em outubro, à margem da cimeira dos BRICS em Kazan, que o líder iraniano afirmou ser dirigida contra o totalitarismo dos Estados Unidos.

As relações entre a Rússia e o Irão fortaleceram-se nos últimos anos, especialmente no contexto da guerra na Ucrânia, onde Moscovo é apoiado por Teerão, que terá fornecido ‘drones’ e até mísseis ao lado russo, segundo o Ocidente.

Em novembro, Teerão e Moscovo interligaram os sistemas bancários para impulsionar o comércio e as transações financeiras, numa tentativa de fazer face às sanções económicas dos Estados Unidos e dos países europeus.

Os russos e os iranianos também são os grandes perdedores da queda do regime sírio de Bashar al-Assad, que se exilou em Moscovo em dezembro.

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