Líder da diplomacia europeia dá razão a Trump sobre falta de investimento em defesa da UE

A chefe da diplomacia europeia considerou hoje que os Estados Unidos da América (EUA) são o parceiro “mais forte” da União Europeia e que o Presidente Donald Trump tem razões para criticar a falta de investimento europeu em defesa.

© Facebook de Kaja Kallas

“É o nosso parceiro mais forte [os EUA] e é necessário que continue a ser. O mundo está estrategicamente mais competitivo e com cada vez mais confrontação, precisa de nós, e do nosso vínculo transatlântico”, disse a alta representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, perante os eurodeputados, na sessão plenária do Parlamento Europeu, a decorrer esta semana em Estrasburgo, em França.

A ex-primeira-ministra da Estónia acrescentou que a UE e os EUA são dois “dos blocos económicos mais poderosos do planeta” e uma “artéria vital para a economia global”.

“E também é partilhada a nossa visão de um mundo seguro. Os nossos adversários estão a cooperar e a coordenar as suas ações”, vincou a alta representante.

Na mesma intervenção, Kaja Kallas reconheceu que o recém-empossado Presidente dos EUA, o republicano Donald Trump, tem razão quando criticou a UE sobre a despesa do bloco em defesa.

“Não gastamos o suficiente”, afirmou a alta representante, frisando: “O momento para investir é este”.

“Não precisamos de um exército europeu, precisamos de vinte e sete exércitos, capazes e com capacidade para trabalhar em conjunto de maneira eficaz para dissuadir os nossos rivais (…), preferivelmente com os nossos parceiros, mas apenas se houver necessidade”, sustentou a chefe da diplomacia europeia.

Kaja Kallas considerou que a maior preocupação dos Estados Unidos da América é a China, mas realçou que é preciso fazer “as coisas bem” com a Rússia para olhar também para Pequim.

“A China está a olhar para a comunidade transatlântica para ver como é que responde à invasão russa da Ucrânia. Precisamos de aprender a lição, demonstrar que utilizar a agressão como política externa nunca pode resultar”, concluiu.

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