Governo dos EUA vai exigir que migrantes indocumentados se registem

O Governo dos Estados Unidos anunciou que vai exigir que os milhões de migrantes indocumentados que vivem nos Estados Unidos se registem e forneçam as impressões digitais.

©facebook.com/DonaldTrump

De acordo com a medida, anunciada na terça-feira, os migrantes que não cumpram este requisito podem enfrentar um processo criminal com multas e até mesmo pena de prisão.

A decisão, baseada numa lei aprovada durante a Segunda Guerra Mundial, representa um agravamento face aos procedimentos atuais, que classificam a não regularização do estatuto legal como uma infração civil.

Os pais de menores indocumentados com mais de 14 anos também devem registar os menores.

Segundo estimativas do Departamento de Segurança Interna de 2022, o ano mais recente com dados disponíveis, há cerca de 11 milhões de imigrantes indocumentados nos Estados Unidos.

O National Immigration Law Center, um grupo de defesa dos direitos dos imigrantes, alertou que o registo tinha como objetivo ajudar a encontrar possíveis alvos para deportação.

A porta-voz do Departamento de Segurança Interna admitiu que o objetivo é pressionar milhões de imigrantes indocumentados que vivem nos Estados Unidos a abandonar o país por conta própria.

“O Presidente [norte-americano Donald] Trump e a secretária [para a Segurança Interna, Kristi] Noem têm uma mensagem clara para aqueles que estão ilegalmente no nosso país: ‘saiam já'”, disse Tricia McLaughlin.

“Se saírem agora, poderão ter a oportunidade de regressar e desfrutar da nossa liberdade e viver o sonho norte-americano”, acrescentou, numa declaração citada pelo jornal The New York Times.

Trump prometeu a maior operação de deportação massiva da história dos Estados Unidos, durante a campanha eleitoral que antecedeu a sua eleição.

Horas antes, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas disse na Assembleia da República que não se registaram deportações de portugueses desde o anúncio de Trump de uma deportação massiva.

Cesário assumiu que não existem números exatos sobre os portugueses em risco de deportação dos Estados Unidos, lembrando que estão contabilizados 360 que já ultrapassaram os 90 dias de permanência temporária concedida ao abrigo do ‘visa waiver’ (programa que permite viagens de negócios ou turismo sem necessidade de visto prévio por um período de 90 dias) e cerca de quatro mil que o Senado (câmara alta do parlamento dos EUA) identificou como fora do prazo de permanência.

Atualmente existem 24 portugueses detidos nos Estados Unidos, referiu José Cesário.

A embaixada e os postos consulares têm indicações para ajudar os portugueses que peçam ajuda, algo que, disse, que ainda não aconteceu.

José Cesário revelou que está em fase avançada a contratação dos serviços de um gabinete de advogados para prestar auxílio jurídico aos portugueses que disso necessitam.

Atualmente, apenas um português que está detido será deportado para Portugal, mas trata-se de “uma situação antiga” de um cidadão que já tinha sido deportado no passado e que insistiu em entrar no país, afirmou.

Últimas do Mundo

Os ataques israelitas a Gaza nas últimas 48 horas fizeram mais de 90 mortos, adiantou o Ministério da Saúde do enclave palestiniano, com Israel a intensificar a investida para pressionar o Hamas a libertar os reféns e desarmar.
O Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou às suas tropas que observem um cessar-fogo na Ucrânia na Páscoa, a partir das 15:00 (hora de Lisboa) de hoje até domingo à noite, e instou Kiev a fazer o mesmo.
Os aviões Boeing 737 Max recusados por companhias aéreas chinesas já começaram a voar de regresso aos Estados Unidos, num momento em que se agrava a guerra comercial entre as duas maiores economias mundiais.
O Presidente norte-americano, Donald Trump anunciou esta sexta-feira estar em curso uma revisão profunda do sistema da função pública, que lhe dará poder para contratar e despedir diretamente até 50.000 empregos reservados a funcionários federais de carreira.
A polícia antiterrorismo italiana anunciou hoje a detenção de um cidadão tunisino suspeito de ter ligações ao grupo Estado Islâmico (EI) e que, segundo as autoridades, planeava um atentado em Itália.
Duas pessoas morreram e seis ficaram feridas num tiroteio na Universidade da Florida e o atirador, já detido, é um estudante da universidade, segundo o chefe da polícia da universidade, Jason Trumbower.
A polícia turca deteve 525 suspeitos de tráfico de droga durante a madrugada de hoje em Ancara, no que o ministro do Interior, Ali Yerlikaya, disse ser a "maior operação de narcóticos" realizada na Turquia.
Um adolescente sueco foi acusado na Austrália de utilizar aplicações (app) de comunicação encriptadas para facilitar assassinatos por encomenda na Suécia e na Dinamarca, anunciaram hoje as polícias dos três países.
O Tribunal Supremo do Reino Unido decidiu hoje que a definição de mulher na legislação britânica sobre a igualdade de género deve ser baseada no sexo biológico, excluindo mulheres transgénero.
A Presidente do México, Claudia Sheinbaum, indicou hoje que o seu Governo está a preparar-se para receber os cidadãos regressados dos Estados Unidos, após a decisão do homólogo norte-americano, Donald Trump, de aumentar as deportações.