Estes são alguns dos números do Portal da Violência Doméstica, divulgados esta semana pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), que revelam que no início deste ano morreram seis mulheres e um homem em contexto doméstico, mais três do que no último trimestre do ano passado.
No ano passado morreram 22 pessoas às mãos de familiares, companheiros ou ex-companheiros e muitos casos acontecem depois de pedidos de ajuda.
Entre Janeiro e Março deste ano, a PSP e a GNR registaram 7056 queixas (mais duas do que no trimestre anterior), mas a CIG sublinha que a realidade poderá ser mais grave, uma vez que os autos mais recentes podem não estar ainda contabilizados.
Entre 2018 e 2025, o número de denúncias não sofreu grandes oscilações, mas há cada vez mais pessoas a usar o “botão de pânico”, há cada vez mais detidos e mais agressores em programas de reabilitação.
Nos primeiros meses deste ano, 5858 vítimas tinham um “botão de pânico”, o sistema que permite alertar as autoridades em caso de perigo iminente.
O primeiro trimestre deste ano foi o que teve mais beneficiários do sistema de teleassistência (no último trimestre de 2024, eram 5.675 vítimas).
Olhando para o que aconteceu nos últimos oito anos, é nas férias de verão que as vítimas fazem mais queixas.
Entre julho e setembro houve sempre um pico, que normalmente ultrapassa os oito mil autos: no 3.º trimestre do ano passado, por exemplo, as autoridades receberam 8415 denúncias e no ano anterior foram 8443.
Continuam a ser as mulheres quem mais utiliza estes espaços (741), mas também há muitas crianças que precisam de fugir de casa e viver em casas abrigo ou noutros espaços de acolhimento de emergência: no início deste ano havia 649 crianças acolhidas (menos 20 que no final de 2024) e 22 homens.