Portugal discute atualmente, perigosamente, a possibilidade de tornar a nacionalidade um direito quase automático para quem cá reside, trabalha ou simplesmente nasce em solo nacional.
Mas ser português não é uma casualidade: é um compromisso com a nossa história, os nossos valores, a nossa língua e a nossa identidade coletiva. Vejamos o que nos diz o mundo: no Japão, a nacionalidade só se transmite por sangue – não por nascimento no território.
Na Suíça, mesmo após 10 anos de residência, só é naturalizado quem comprovar uma profunda integração linguística e cultural. Na Áustria, exige-se não só uma década de permanência, mas também fidelidade comprovada à ordem democrática, testes de cultura e a renúncia à nacionalidade anterior. Estes países entendem o que, em Portugal, muitos parecem esquecer: nacionalidade não é hospitalidade. É pertença, é lealdade, é partilha de um destino comum. Não basta pisar o solo, usufruir do sistema ou pagar impostos para ser parte de uma Nação. E preciso querer sê-lo, prová-lo e viver como tal.
Por isso, a nacionalidade deve continuar a ser um ato soberano, consciente e exigente — nunca uma consequência automática da presença física. Proteger o valor da nossa identidade é defender Portugal.