Como se sente ao ser o primeiro presidente da Câmara Municipal de Albufeira eleito pelo CHEGA? Esperava este resultado? Houve alguma coisa que o tenha surpreendido na noite eleitoral?
É uma responsabilidade histórica, os albufeirenses pediram mudança e deram-nos uma vitória clara: 40,51% dos votos. Surpreendeu-me a dimensão do mandato de confiança e a mobilização popular. E sei que, como disse nessa noite, “estaremos sob os holofotes”, Albufeira vai ser observada e avaliada por todos.
Muitos associam Albufeira ao turismo de verão. Como é que o Rui Cristina vê a cidade fora da época alta? O que gostaria de mudar nessa imagem?
Fora da época alta, Albufeira tem de ser um concelho para quem cá vive todo o ano. O foco é reduzir a sazonalidade, dinamizar congressos, desporto e cultura, valorizar o comércio local e atacar os pontos de perceção de insegurança que mancham a imagem do destino (sobretudo na Rua da Oura e na Baixa). Em paralelo, precisamos de reavaliar o PDM para responder ao crescimento demográfico e à pressão habitacional.
Os jovens de Albufeira muitas vezes dizem que “não há futuro” no concelho. Se estivesse a conversar com um jovem de 20 anos, o que lhe diria para o convencer a ficar?
Dir-lhe-ia que o futuro se constrói com medidas concretas: habitação a custos controlados (compromisso de construir 500 fogos), empregos qualificados ancorados em eventos ao longo de todo o ano, apoio ao empreendedorismo e serviços que fixem famílias (saúde, mobilidade, educação). Quando a cidade é planeada para residentes, e não só para o pico de agosto, todo ganham.
Em campanha falou-se muito de segurança e imigração. No dia-a-dia, que mudanças é que o cidadão comum vai realmente sentir em Albufeira com o novo executivo?
Vamos do discurso à prática: reforço da Polícia Municipal (de 9 para 30 elementos) e videovigilância nos pontos críticos, trabalho coordenado com GNR e agentes económicos da noite antes de mexer em horários (mas mexeremos se o problema persistir), imigração com regras e integração digna, para proteger quem cá vive e quem vem trabalhar. O objetivo é simples: mais qualidade de vida para os albufeirenses sem estigmatizações.
“O futuro de Albufeira constrói-se para quem cá vive, não apenas para o pico de agosto.”
Se pudesse concretizar apenas uma promessa nos primeiros 100 dias de mandato, qual seria? E porquê?
Lançar uma auditoria financeira externa e independente à Câmara. Transparência primeiro, mostrar as contas, detetar desperdícios e corrigir o que estiver mal para que cada euro seja canalizado para prioridades como habitação, saúde e requalificação urbana.
Que respostas tem para as famílias com crianças e jovens?
O investimento em Educação será o que for necessário para dar respostas reais: construção de novas escolas e creches, ampliação da rede de ATL e reforço dos períodos pré e pós letivos. A melhor política familiar é garantir vagas seguras e de qualidade para todas as crianças em sala de aula e nos tempos livres. Como pai, sei como é importante viver numa cidade onde nenhuma família fica para trás por falta de oferta educativa.
Daqui a quatro anos, que balanço quer apresentar aos albufeirenses?
Quero apresentar um concelho com muitos projetos concluídos e outros em curso, mais habitação, espaços públicos qualificados, comércio revalorizado e novas zonas empresariais a criar emprego qualificado. Um concelho mais coeso e orgulhoso de si, com novas dinâmicas sociais, novos públicos turísticos ao longo do ano e melhor qualidade de vida para quem aqui reside.