Congresso dos médicos vai definir ação para próximos anos e debater o SNS

Cerca de cem delegados vão debater o futuro do SNS e definir o plano de ação da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) para os próximos três anos no congresso que decorre no sábado e domingo, em Viana do Castelo.

© D.R.

A reunião do órgão deliberativo máximo da estrutura sindical pretende definir o plano de ação para o próximo triénio e terá como tema central o futuro do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que está a viver um “cenário mesmo muito negro”, antecipou à Lusa a presidente da federação.

 “Assistimos a uma estratégia governamental que, no nosso entender, ameaça mesmo a sobrevivência do SNS e é assim que tem sido conduzido, quer por Luís Montenegro, quer pela ainda ministra Ana Paula Martins”, salientou Joana Bordalo e Sá.

Segundo referiu, o 14.º Congresso da Fnam acontece numa altura em que se verifica “muita falta de vontade política” para resolver os problemas do serviço público de saúde, uma vez que o atual “ciclo governativo está a empurrar o SNS para uma espiral de destruição”.

“Faltam médicos e sobram problemas”, alertou a dirigente sindical, para quem as políticas e medidas adotadas pelo executivo têm “impacto nos cuidados prestados às populações”, apontando os exemplos da falta de médicos de família e os constrangimentos nos serviços de urgência.

A desvalorização “sem precedentes da profissão”, com a perda do poder de compra registado nas últimas décadas, será outro dos temas do congresso da estrutura sindical.

“Em 2012, um médico ao entrar na carreira recebia 6,2 vezes o salário mínimo nacional. Em 2027, esta proporção vai cair para 3,6. Nos médicos seniores, a queda é brutal. Era 11 vezes o salário mínimo em 2012 e, em 2027, vai cair para 5,9 vezes”, lamentou Joana Bordalo e Sá.

“É esta desvalorização que também explica essa fuga crescente dos médicos para o setor privado e para o estrangeiro”, realçou a presidente do Fnam, adiantando que, durante o fim de semana, serão debatidos temas como a carreira médica, os concursos e a progressão, e a reintegração do internato na carreira.

De acordo com a Fnam, os delegados vão ainda eleger o novo Conselho Nacional durante o congresso, onde serão traçadas as linhas estratégicas e reivindicativas que orientarão a intervenção da federação nos próximos anos.

Em 1979, foram criados os sindicatos dos médicos da Zona Sul e da Zona Centro, tendo sido formalizado mais tarde, em 1981, o Sindicato dos Médicos do Norte.

Para garantir uma articulação e convergência entre estes três sindicatos regionais, em 1986, foi constituída uma estrutura informal, a Coordenadora Nacional dos Sindicatos Médicos, tendo sido, dois anos depois, formalizada a Fnam.

O congresso da federação realiza-se ordinariamente de três em três anos.

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