Dez instituições sociais dos Açores não vão pagar subsídio de Natal por dificuldades financeiras

Dez instituições sociais açorianas não vão pagar o subsídio de Natal aos trabalhadores por dificuldades financeiras devido a atrasos da República nas transferências e o Governo Regional disse hoje que está disponível para ajudar a ultrapassar o problema.

© D.R

O presidente da União Regional de Instituições Particulares de Solidariedade Social dos Açores (URIPSSA), João Canedo, disse hoje aos jornalistas, no final de uma audiência com o presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, que a situação coloca-se porque o Governo da República ainda não transferiu a verba global de 7,8 milhões de euros destinadas às instituições da região.

“A senhora ministra do Trabalho, que devia transferir os valores que foram transferidos para as Instituições Particulares de Solidariedade Social [IPSS] do continente, não transferiu para a Região Autónoma dos Açores, para o ISSA [Instituto da Segurança Social dos Açores]”, explicou.

Segundo João Canedo, as instituições, neste momento, “derivado ao não recebimento dessas verbas, estão com grandes dificuldades de sustentabilidade e dificuldades de gestão”.

Adiantou que existem instituições que ainda não conseguiram pagar o subsídio de Natal aos trabalhadores, outras “dizem que, em janeiro, com o aumento do salário mínimo, não vão conseguir fazer face a essa despesa e a preocupação da URIPSSA é que esse dinheiro venha e que consigamos, efetivamente, fazer face aos custos reais que as instituições têm”.

Na reunião de hoje com o líder do Governo Regional de coligação PSD/CDS-PP/PPM, José Manuel Bolieiro, a URIPSSA pretendeu sensibilizar o executivo para a situação e para os problemas que poderão ocorrer em 2026, se não for ultrapassado o problema da sustentabilidade financeira das instituições.

José Manuel Bolieiro disse no final do encontro que o executivo é parceiro das IPSS numa luta que deve ser desenvolvida em conjunto “perante uma insensibilidade e um desconhecimento da realidade” das instituições açorianas.

“Sem o entendimento global entre a Segurança Social, o Instituto de Solidariedade Social do país e o entendimento dos nossos acordos de cooperação nos Açores, através do Instituto de Solidariedade Social, pode haver um problema mais grave ainda do que aquele que existe”, alertou.

E prosseguiu: “A conclusão principal da nossa reunião foi trabalharmos em conjunto com esta posição de afirmação perante o entendimento que a República, a Segurança Social e o Instituto da Solidariedade Social têm que ter com as especificidades nos Açores”.

“Quanto a compromissos que são da responsabilidade da região, para além do esforço que, por mim próprio, pela senhora secretária Regional da Saúde e Segurança Social, pela administração do Instituto de Solidariedade Social, temos vindo a fazer, nestes anos todos, e nestes últimos meses com redobrada intensidade, procurarmos agora revisitar e também [estamos] disponíveis para colaborar quanto a uma revisão do Código de Ação Social nos Açores”, acrescentou.

Bolieiro disse que é ainda necessário esclarecer com a República os acordos de cooperação existentes na região, “relativamente à mediana que no continente acontece”.

“A responsabilidade do Governo da República é para a República e tem de compreender as diferenças do continente, dos Açores e da Madeira. E não é aceitável que queira fazer uma mediana fundada no que é a realidade continental. E essa é uma luta que temos de fazer em conjunto e justificando exatamente os termos que os acordos de cooperação com o Instituto de Solidariedade Social dos Açores têm com as nossas IPSS”, defendeu.

Como conclusão, o presidente do Governo Regional dos Açores afirmou: “É esse o trabalho que vamos desenvolver e que está exclusivamente no domínio da região, que é uma visita ao Código de Ação Social e um trabalho para fundamentar em conjunto na República, quais são as especificidades dos Açores”.

Últimas de Economia

Dez instituições sociais açorianas não vão pagar o subsídio de Natal aos trabalhadores por dificuldades financeiras devido a atrasos da República nas transferências e o Governo Regional disse hoje que está disponível para ajudar a ultrapassar o problema.
Metade dos pensionistas por velhice recebia uma pensão abaixo dos 462 euros, apesar de a média de 645 euros, segundo dados analisados por economistas do Banco de Portugal (BdP), que assinalam ainda as diferenças entre géneros.
O número de passageiros movimentados nos aeroportos nacionais aumentou 4,7% até outubro, face ao mesmo período de 2024, para 63,869 milhões, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo um relatório do INE realizado em 2025 sobre rendimentos do ano anterior indicam que 15,4% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2024, menos 1,2 pontos percentuais (p.p.) do que em 2023.
As exportações de bens caíram 5,2% e as importações recuaram 3% em outubro, em termos homólogos, sendo esta a primeira queda das importações desde junho de 2024, divulgou hoje o INE.
O número de trabalhadores efetivamente despedidos em processos de despedimentos coletivos aumentou 16,4% até outubro face ao período homólogo, totalizando os 5.774, superando o total de todo o ano passado, segundo os dados divulgados pela DGERT.
Os custos de construção de habitação nova aumentaram 4,5% em outubro face ao mesmo mês do ano passado, com a mão-de-obra a subir 8,3% e os materiais 1,3%, de acordo com dados hoje divulgados pelo INE.
Os consumidores em Portugal contrataram em outubro 855 milhões de euros em crédito ao consumo, numa subida homóloga acumulada de 11,3%, enquanto o número de novos contratos subiu 4%, para 157.367, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).
O Governo reduziu o desconto em vigor no Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP), aplicável à gasolina sem chumbo e ao gasóleo rodoviário, anulando parte da descida do preço dos combustíveis prevista para a próxima semana.
Os pagamentos em atraso das entidades públicas situaram-se em 870,5 milhões de euros até outubro, com um aumento de 145,4 milhões de euros face ao mesmo período do ano anterior, segundo a síntese de execução orçamental.